Segunda etapa de vacinação contra a pólio é adiada para o dia 19 de setembro

14/08/2009

Autor: Denize Assis

A decisão foi tomada para que o sistema de saúde possa atender com maior tranqüilidade aos pacientes com suspeita de influenza

A segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite será no dia 19 de setembro. Inicialmente prevista para 22 de agosto, a mudança na data não vai comprometer a saúde das crianças nem o efeito protetor da vacina aplicada na primeira etapa da campanha, realizada em 20 de junho.

A decisão tomada pelo Ministério da Saúde tem o objetivo de evitar uma sobrecarga ainda maior nos centros de saúde, que se constituem na principal porta de entrada para os pacientes com suspeita de gripe, e contribuir para que a vacinação ocorra em um cenário mais tranqüilo, com os trabalhadores da área em condições de dar prioridade ao trabalho de imunização. A orientação atende também a pedido de secretarias estaduais da saúde dos Estados mais afetados pelo aumento do atendimento a pacientes com sintomas de gripe.

Segundo o Ministério, embora nem todos os Estados apresentem sobrecarga no sistema de saúde por causa da Influenza A, a Vigilância em Saúde Nacional optou por adiar a campanha de vacinação em todo o país. “O intuito da campanha é justamente vacinar todas as crianças menores de cinco anos ao mesmo tempo. A estratégia cria uma rede de proteção e garante uma maior imunidade de grupo”, informa a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde de Campinas.

A previsão do Ministério da Saúde é que ocorra uma queda gradativa no número de casos da nova gripe, especialmente com o fim do inverno no país. Com a redução da demanda, a segunda etapa da vacinação infantil poderá ser realizada sem qualquer prejuízo, em setembro.

Para a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Maria Arindelita Arruda, nenhuma criança corre o risco de ser contaminada pela poliomielite por conta do adiamento da campanha. Ela ressalta que as crianças que tenham de tomar a dose de reforço devem esperar até o dia 19 de setembro. Já as que precisam tomar a dose de rotina da vacina devem procurar os centros de saúde na data indicada no cartão de vacinação.

A segunda etapa da campanha nacional de imunização tem a meta de atingir cerca de 14,7 milhões de crianças – o que representa 95% das crianças menores de cinco anos no País. Em Campinas, o objetivo é vacinar pelo menos 67,5 mil crianças nessa faixa etária - o município conta com 71.143 moradores menores de cinco.

Em torno de 290 postos de vacinação, em todo o município, estarão envolvidos no processo. Serão aproximadamente 1,3 mil pessoas trabalhando na campanha, que contará com a utilização de 100 veículos. A primeira etapa foi realizada em 20 de junho.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), não há circulação do vírus da poliomielite no Brasil e em toda a América Latina. Esse resultado é uma conseqüência das campanhas de vacinação realizadas desde a década de 1980. Mesmo assim, é importante vacinar as crianças.

A vacina. Oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra a poliomielite está disponível durante todo o ano nos postos de saúde e é também oferecida durante as campanhas de vacinação de rotina. Os bebês devem receber a vacina aos dois, quatro e seis meses. Aos 15 meses, as crianças recebem o primeiro reforço. Mesmo assim, é importante que os menores de cinco anos de idade tomem anualmente as duas doses distribuídas na Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite.

Existe um movimento mundial de erradicação da pólio. Ela é uma doença endêmica, ou seja, sua transmissão é constante, em quatro países: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Outros 15 países têm registro de casos importados: Sudão, Uganda, Quênia, Benim, Angola, Togo, Burkina Faso, Niger, Mali, República Central da África, Chade, Costa do Marfim, Gana, Nepal e República Dominicana do Congo. O fato de o Brasil ter comércio com alguns desses países faz com que exista um fluxo migratório entre as nações. Portanto, é fundamental manter a vigilância e as crianças protegidas.

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