74 Nota para a imprensa sobre a Influenza A

22/08/2009

Campinas, 22 de agosto de 2009, às 17h30

Secretaria de Saúde de Campinas

Nota à imprensa

Ocorrências de casos humanos de Influenza A (H1N1)

1. CASOS EM CAMPINAS

1.1- A Secretaria Municipal de Saúde informa nesta segunda-feira, 24 de agosto, que foram confirmados 6 NOVOS CASOS de infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) em moradores de Campinas.

1.2 - Com estas ocorrências, a Secretaria de Saúde de Campinas registra um total de 173 CASOS CONFIRMADOS da doença no município. Entre estes casos, estão confirmadas 12 MORTES, sendo oito mulheres e quatro homens. Uma das mulheres que morreram estava grávida. A média de idade dos óbitos foi de 35 anos.

1.3– Segundo o sexo, do total de casos (dos 173 confirmados), 70 foram em homens (40,4%) e 103 em mulheres (59%), sendo nove gestantes. Quando se avalia proporção de casos por faixa etária acometida, observa-se que a influenza A (H1N1) tem atingido principalmente indivíduos entre 21 e 40 anos, mas em agosto a concentração nesta faixa etária diminuiu aumentando a proporção em outras faixas etárias como as de 11 a 20 anos e 41 a 60 anos.

1.4 - As tendências temporais dos casos confirmados e suspeitos de influenza no município

de Campinas parecem indicar que o período mais crítico foi o final de julho e início de agosto e que nas últimas semanas existe uma tendência de diminuição de casos. Esta tendência deve ser observada nos próximos dias para avaliar o comportamento da curva epidêmica e verificar se este declínio se mantém.

1.5 – Vale destacar que o total de casos é o resultado acumulado desde os primeiros registros confirmados de infecção em moradores de Campinas, no dia 19 de junho. Foram dois casos com início de sintomas no dia 14 de junho. Eram dois adultos procedentes da Argentina. A quase totalidade desses pacientes já recebeu alta ou está em processo de recuperação.

1.6 - De acordo o Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza, de 15 de julho, baseado em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), não está mais indicada a identificação individual de cada caso de influenza pelo novo H1N1, mas a notificação, investigação, diagnóstico laboratorial e tratamento dos casos com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e dos grupos de risco para desenvolver formas graves, assim como identificação de novos focos da doença no país. Portanto, os casos confirmados em Campinas não representam a totalidade.

1.7 – Dentro deste cenário, comunica que investiga 3 NOVOS ÓBITOS SUSPEITOS de Doença Respiratória Aguda Grave (DRAG), que serão investigados também para Influenza A (H1N1). Estes óbitos ocorreram neste final de semana, dias 22 e 23 de agosto. Dois são de moradores de Campinas e um é de outro município. Com estas três novas suspeitas, Campinas investiga 5 ÓBITOS SUSPEITOS de DRAG.

 

2. PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO

2.1- O quadro clínico da maior parte dos pacientes da Influenza A H1N1 se assemelha muito à Influenza Sazonal tais como febre, dor de garganta, tosse, mialgia dentre outros. Mas existem alguns aspectos que diferenciam estas doenças e devem levar os profissionais de saúde e pacientes a tomar alguns cuidados. Os grupos de risco para influenza sazonal

(pneumopatas, cardiopatas, imunocomprometidos, gestação, entre outros) também são

grupos de risco para Influenza A H1N1. Chama a atenção o risco particularmente alto no caso da gestação e puerpério e o risco em obesos com Influenza A H1N1, que não faz parte do grupo de risco da Influenza Sazonal. Outras diferenças aparecem na proporção de internação e óbitos por faixa etária. Enquanto na Influenza sazonal a maior parte dos casos graves e óbitos se concentram entre menores de 5 anos e maiores de 60 anos, a maior parte dos casos graves (DRAGs) e óbitos por Influenza A H1N1 se concentra na faixa etária entre 21 e 40 anos. A razão deste fenômeno aguarda explicações, poderia refletir uma taxa de ataque maior nesta faixa etária, mas parece de fato refletir aspectos fisiopatológicos.

2.2 - As complicações mais freqüentes da Influenza Sazonal são complicações bacterianas

Secundárias, como pneumonias e descompensação de doenças de base. Diferentemente, a

complicação mais comum da Influenza A (H1N1) é a pneumonia viral primária que pode levar a lesão alveolar significativa com quadros graves de insuficiência respiratória e Síndrome da Angustia Respiratória do Adulto (SARA). Estes quadros podem se apresentar radiologicamente no início como lesões localizadas, mas na evolução se apresentam com padrão intersticial bilateral difuso. O agravamento do quadro quando presente se dá por volta do 4º dia de sintoma (WHO, 2009. WEEKLY EPIDEMIOLOGICAL RECORD, NO. 30, 24 JULY 2009).

 

 

3. PROVIDÊNCIAS
3.1 – O monitoramento da circulação do novo vírus no município está sendo feito pela Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância em Saúde e Vigilâncias Distritais com apoio dos Núcleos de Vigilância dos hospitais, com base no acompanhamento dos casos suspeitos e confirmados.

3.2 – A Secretaria de Saúde informa que tem monitorado casos graves junto aos hospitais públicos e privados de Campinas e disponibilizado suporte técnico e logístico para toda rede pública e privada de saúde do município – com disponibilização de medicamento para casos em que há indicação conforme Protocolo do Ministério da Saúde e investigação laboratorial -, para que todos os pacientes sejam tratados adequadamente. Essas medidas têm o objetivo de realizar diagnóstico precoce e proporcionar tratamento ágil a todos que necessitem, no sentido de reduzir a possibilidade de óbitos. 

3.3. – Outras PROVIDÊNCIAS adotadas por Campinas:

- Capacitação das redes de saúde pública e privada;

- Reuniões com setores hoteleiro, de turismo, comercial, de educação e com a RMC;

- Reunião com secretariado e autarquias municipais;

- Reunião com o Conselho Municipal de Saúde;

- Elaboração do plano de contingência e protocolo de atendimento;

- Incremento do plantão de vigilância;

- Reorganização da rede de assistência;

- Adiamento do início das aulas para todas as escolas públicas até dia 17 de agosto, suspensão das aulas na educação infantil até esta mesma data e recomendação da prorrogação das férias também para a rede privada inclusive universidades e faculdades;

- Adequação da logística de recursos materiais e humanos;

- Incremento constante das ações de comunicação, informação e mobilização social, tendo sido firmadas recentemente parcerias com a Emdec, para campanha na Rodoviária e entre motoristas e cobradores, e com a Unimed Campinas, para campanha entre profissionais de saúde cooperados e para a população em geral;

- Além disso, a Vigilância em Saúde divulgou orientação técnica onde indica que gestantes trabalhadoras que atuam em contato direto com o público, particularmente na área da saúde, sejam deslocadas para novas atribuições ou afastadas de suas atividades, de acordo com as especificidades de cada local ou, na impossibilidade de transferência, que as instituições estudem alternativas legais de afastamento temporário destas mulheres;

- Criação do Comitê Assessor Municipal da Influenza A (H1N1), com objetivo de agregar pessoas que representam outros setores da saúde no município, das áreas científica e de assistência, que possam somar forças com a Administração Municipal nas decisões, medidas de controle e de assistência aos pacientes.

- Ampliação do acesso à medicação a partir de 15 de agosto, data em que os pacientes moradores de Campinas com síndrome gripal e com fator de risco para complicações, que necessitem da medicação Oseltamivir, passam a ser encaminhados para a retirada do medicamento no Hospital Municipal Mário Gatti – no Acolhimento do Pronto-Socorro –, na avenida Faria Lima, das 7h às 23h, e no Complexo Hospitalar Ouro Verde - na farmácia externa do Pronto-Socorro, na avenida Ruy Rodrigues, 3034, com atendimento 24 horas.

3.4 – A Prefeitura informa que o início das aulas na rede pública municipal de educação foi mantido para o dia 17 de agosto. A medida inclui Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis), creches municipais conveniadas, pré-escola, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos. A decisão atinge pelo menos 65 mil alunos em todo município. A medida teve como objetivo conter o avanço da epidemia da nova gripe (Influenza A H1N1), já que reduz a capacidade de disseminação do vírus na comunidade, e preservar a saúde das crianças, já que o comportamento social dos pequenos facilita a transmissão entre eles.

Na volta às aulas, foram intensificadas as ações de educação em saúde, informação e mobilização social com a distribuição de 300 mil folhetos entre alunos, pais e professores com orientação sobre a nova gripe, sintomas, orientações sobre crianças com sinais – que não devem freqüentar a escola e precisam de atendimento médico – e sobre afastamento para os alunos com síndrome gripal – que devem permanecer em casa por sete dias após início de sintomas.

 

4. ÓBITOS NO ESTADO DE SÃO PAULO E NA REGIÃO:

4.1- No Brasil, foram confirmados 368 óbitos por Influenza A, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 18 de agosto. No Estado de São Paulo, foram confirmados 151 ÓBITOS. Na Região de Campinas, até dia 20 de agosto, são 36.

 

5. RECOMENDAÇÕES:

Diante da situação epidemiológica atual da influenza, a Vigilância em Saúde de Campinas reforça as medidas de prevenção e proteção individual que neste momento são as mais importantes para reduzir o risco da propagação da doença no município e no País. As medidas são:

- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável.

- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar.

- Evitar locais fechados com aglomeração de pessoas.

- Evitar o contato direto com pessoas doentes.

- Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.

- Evitar tocar olhos, nariz ou boca.

- Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes ou/e roteiro de viagens recentes.

- Não usar medicamentos sem orientação médica.

- Pessoas com sintomas de gripe (febre, tosse, coriza e dores de garganta, de cabeça ou pelo corpo e desconforto respiratório como dor e dificuldade para respirar) devem procurar o profissional de saúde onde habitualmente já se consultam para avaliação do médico e monitoramento clínico, diagnóstico precoce de gravidade e investigação epidemiológica de casos graves e surtos. Elas não devem ir ao trabalho e à escola ou a locais de aglomeração de pessoas. Os hospitais devem ser reservados para os casos mais graves.

Para as escolas, as orientações são:

A Influenza A (H1N1) é uma doença respiratória aguda (gripe), causada pelo vírus influenza A (H1N1). Este novo vírus da influenza, assim como a gripe comum, é transmitido de pessoa a pessoa principalmente, por meio de tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. Os sintomas são: febre e tosse podendo estar acompanhadas de dor de cabeça, dores musculares e nas articulações e dor de garganta.

Todos que apresentarem um desses sintomas acima não deverão freqüentar a escola e deverão consultar um serviço de saúde. Se o diagnóstico for síndrome gripal a pessoa deve permanecer em domicílio por sete dias após o início dos sintomas para evitar a transmissão do vírus para pessoas sadias.

As seguintes medidas de higiene devem ser tomadas e incentivadas para evitar o contágio:

  • Higienizar as mãos frequentemente com água e sabão ou com solução álcool-gel;
  • Evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies;
  • Não compartilhar copos e utensílios, sem que sejam previamente limpos;
  • Proteger com lenços (preferencialmente descartáveis a cada uso) a boca e nariz ao tossir ou espirrar;
  • Pessoas com síndrome gripal devem evitar entrar em contato com outras pessoas, devem evitar aglomerações e ambientes fechados e, se não for possível, usar máscaras cirúrgicas;
  • Manter ambientes ventilados, inclusive no transporte escolar;
  • Manter uma boa alimentação e hábitos saudáveis;
  • Manter os brinquedos limpos usando água e sabão para a higienização;
  • Se afastado da escola, não participar de atividades extraescolares que envolvam grupos sociais, permanecendo em repouso para a adequada recuperação e não transmissão da doença;
  • Não tomar medicamento sem indicação médica. A automedicação pode mascarar sintomas, retardar o diagnóstico e até causar resistência do vírus;
  • Todas as pessoas que apresentarem sintomas da gripe deverão procurar um serviço de saúde para avaliação e monitoramento
  • Para maiores informações: 160 ou www.campinas.sp.gov.br/saude

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