Autor: Marco Aurélio Capitão
A Secretaria de Saúde de Campinas promoveu na tarde da quinta-feira, 11 de agosto, no Salão Vermelho da Prefeitura, a segunda etapa da capacitação sobre hepatites virais dirigida aos profissionais de Saúde da Rede Municipal de Saúde. O evento, que envolve cerca de 400 médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, é uma iniciativa do Programa Municipal de DST/Aids/Hepatites Virais e da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). No total, serão seis encontros e os próximos ocorrem dias 16 e 19 de agosto, 30 de agosto e 2 de setembro.
As hepatites virais são as doenças infecto-contagiosas que mais matam em Campinas, depois da Aids, e estão numa curva ascendente de mortalidade. As prevalências das hepatites B e C estão em torno de 0,3% e 1,3%, respectivamente.
As aulas serão ministradas pela médica infectologista Aline Vigani, do Ambulatório de Hepatites Virais/CTA Ouro Verde e pela enfermeira sanitarista da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), Maria Alice Satto.
Conforme explica Maria Alice Satto, o objetivo desses encontros, que se estendem até o início de setembro, é qualificar os profissionais das Unidades Básicas de Saúdes (UBS), dos serviços de Pronto-Atendimentos e Hospitais para o diagnóstico precoce, notificação dos casos e encaminhamento dos pacientes para tratamento.
Neste caso, conforme explica a enfermeira sanitarista, as pessoas são encaminhadas para os serviços de referência para tratamento deste agravo que são o Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP) da PUCC e o Ambulatório de Hepatites Virais/Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Complexo Hospitalar Ouro Verde (CHOV).
Maria Alice esclarece que o diagnóstico é feito somente por exame específico de sangue, que indica se a pessoa tem ou não o vírus. “Considerando que é uma doença silenciosa, muitas vezes, o portador do vírus pode não apresentar os sintomas da doença e, nesse caso, viver muitos anos até que os danos no fígado se manifestem”, adverte.
No caso da hepatite A, que é causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados, o saneamento básico e o escoamento correto da água são as formas mais importantes para prevenção. A hepatite B pode ser transmitida por via sexual e sanguinea. Já a C é mais frequentemente por via sanguinea. Como medida de prevenção recomenda-se o uso de preservativos nas relações sexuais.
A sanitarista ressalta que é preciso evitar o uso coletivo de objetos cortantes, como alicates de unha, por exemplo, e compartilhamento de seringas entre usuários de drogas. A hepatite B também pode ser prevenida por meio de vacinação, disponível em todas as unidades de saúde do SUS (veja abaixo).
Saiba sobre a hepatite.
A hepatite é uma inflamação do fígado e pode ser causada por vírus ou por alguma reação do corpo a substâncias como álcool e remédios. Os vírus mais comuns são o A, o B e o C. As hepatites B e C podem cronificar, originar cirrose e até mesmo câncer de fígado em adultos. Na fase inicial, não existem sintomas.
De acordo com o Ministério da Saúde, as hepatites mais graves, dos tipos B e C, matam mais de 20 mil brasileiros por ano. São responsáveis pela metade dos transplantes de fígado e o contágio é muito fácil. O número de portadores crônicos das hepatites B e C no Brasil representa quase oito vezes mais o número de portadores de HIV.
Imunização.
A vacinação contra a hepatite B em crianças menores de 1 ano, com aplicação da dose nas primeiras 12 horas de vida da criança, é norma do Ministério da Saúde desde 1998.
Em 2010, a faixa etária para a vacinação contra hepatite B foi estendida para até 24 anos com o objetivo de prevenir a transmissão sexual da doença, antes da idade de início da atividade sexual na adolescência.
Para as pessoas de risco acrescido de se contaminar com o vírus do tipo B, como imunodeprimidos, portadores de hepatite C, profissionais das áreas da saúde, profissionais do sexo e pessoas que compartilham agulhas e seringas no uso de drogas injetáveis, a vacina contra a hepatite B está disponível para qualquer faixa etária.
A dose está disponível nos Centros de Saúde de Campinas durante o ano todo. Informações sobre endereços e horário de funcionamento das unidades podem ser obtidas pelo Disque Saúde, no número 160, ou pelo 156, da Prefeitura.
