Saúde constata que inverno de 2011 não interrompeu casos de dengue na cidade

31/08/2011

Autor: Marco Aurélio Capitão

Boletim divulgado nesta terça-feira pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde de Campinas (Covisa), aponta que 3.010 pessoas contraíram o vírus da dengue até o dia 29 de agosto de 2011. A nota aponta, ainda, que os Centros de Saúde Florence e Ipaussurama foram os que mais registraram casos da doença, 272 e 257, respectivamente, ambos na área de abrangência do Distrito Noroeste de Saúde.

De acordo com a avaliação epidemiológica feita pela médica veterinária da Covisa, Andrea Von Zuben, a situação da dengue em Campinas é preocupante neste ano, uma vez que, apesar do inverno, não houve interrupção da transmissão da doença como ocorreu em alguns anos no passado. Ela ressalta, todavia, que a Covisa esperava um número maior de casos em 2011, levando-se em conta que as grandes epidemias de dengue têm ocorrido em intervalos de quatro anos e a última se deu em 2007, com mais de 11 mil casos.

O gráfico de incidência de dengue em Campinas, mês a mês, na última década, revela que a transmissão tem se mostrado maior no período de inverno, a partir de 2009. Em 2008, por exemplo, nos meses frios, a incidência da dengue ficou em 0,9 em junho, 0,8 julho e 0,8 em agosto. Em 2010 os números são mais altos no mesmo período, com 7,8 em junho, 1,0 em julho e 0,8 em agosto. Já em 2011 temos 10,6 casos em junho e 1,8 em julho. Agosto ainda não foi computado.

“Temos que nos conscientizar que a responsabilidade é de todo mundo e agora, no período seco, temos que evitar criadouros com água, manter os ralos secos e fechados e as caixas d’água tampadas, enfim temos que evitar a formação de novos criadouros”, esclarece Andrea.

Outro agravante no controle da dengue, em Campinas, segundo Andrea, é a presença de catadores de materiais recicláveis, que trabalham com garrafas, pneus e ferro-velho. “Sem desconsiderar os benefícios ao meio-ambiente, além da geração de emprego e renda que beneficia muitas famílias, esses catadores acabam deixando criadouros que ajudam na proliferação do Aedes aegypti”, considera.

Ações

Equipes da Secretaria Municipal de Saúde promovem nesta semana ações de combate à dengue em bairros da Região Sul de Campinas. Os trabalhos, sob coordenação da Vigilância em Saúde Sul, ocorrem na região de abrangência dos Centros de Saúde Fernanda, Campo Belo, Paranapanema, Santa Odila e Vila Ipê, onde os Agentes de Controle Ambiental estarão desenvolvendo ações casa-a-casa. Também irão intensificar telagem de caixa d’água nas regiões do Figueira, Campo Belo, Campituba, São José, San Diego e Nova Mercedes. Nesta ação estarão mobilizados cinquenta profissionais entre supervisores de Controle Ambiental e agentes de controle ambiental.

Na Região Norte também irão acontecer ações casa-a-casa nos bairros Cidade Universitária, Bosque das Palmeiras e Jardim Aurélia. Os Agentes também estarão providenciando o cadastro de imóveis para alimentação do Banco de Dados do Município na região do São Marcos, no Jardim Aurélia. A ação conta com o trabalho de 35 profissionais.

Na Região Leste, na segunda-feira, 29, houve arrastão no Jardim Flamboyant e Novo Flamboyant. Também estará acontecendo durante a semana o cadastro de imóveis para alimentação do Banco de Dados do Município na região do Taquaral e Sousas. No local estarão trabalhando cinco supervisores de Controle Ambiental e 14 ajudantes.

Na Região Noroeste, segunda-feira, 29, ocorreu casa-a-casa na Região do Centro de Saúde Integração. Nesta terça, 30, teve arrastão nos bairros Satélite Íris 2 e na área de abrangência do Centro de Saúde Pedro de Aquino (Balão do Laranja). Nos demais dias da semana, as equipes irão trabalhar pontos de risco e imóveis especiais (escolas, hospitais, centros de saúde e locais de grande circulação de pessoas). Esse trabalho envolverá 19 profissionais.

Na Região Sudoeste o trabalho também será casa-a-casa, na área de abrangência dos Centros de Saúde São Cristóvão e União de Bairros. Também haverá inspeções em imóveis especiais e pontos de risco na região de abrangência dos Centros de Saúde Vista Alegre, Tancredão e União de Bairros. Nas ações, trabalhão trinta profissionais.

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