Banco Humano de Leite garante qualidade de vida para bebês

15/08/2012

Autor: Amanda Romero e Diego Geraldo

Nos primeiros seis meses de vida, o bebê que mama no peito não precisa de nenhum outro alimento, nem de outros líquidos, pois o leite materno é completo. Mata a sede, a fome e possui todos os nutrientes que a criança necessita para crescer e se desenvolver forte e saudável. Após os seis meses, o bebê deve comer alimentos saudáveis e continuar sendo amamentado até os dois anos ou mais, pois assim ele receberá todos os nutrientes e os benefícios que a amamentação oferece.

O leite materno funciona como vacina, protegendo a criança de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, pois é através dele que serão transportados os anticorpos. A criança que é amamentada tem menos chances de apresentar diabetes, doença celíaca, obesidade, respiração oral e asma. Logo, a proteção da amamentação se estende em várias situações a vida adulta.

Além de todos esses benefícios, o leite materno ainda é uma alternativa mais prática e econômica para as famílias, pois está sempre pronto na temperatura adequada. E, ainda, não compromete a renda familiar. Dependendo da idade do bebê, e em situações especiais, uma criança pode consumir uma lata de leite a cada três dias.

Amamentar também é bom para as mães. Na mulher, o sangramento após o parto é menor, assim como as chances dela vir a desenvolver anemia, câncer de mama e de ovário, diabetes e infarto cardíaco. Ela também perde mais rapidamente o peso que ganhou durante a gravidez.

Em Campinas, para as mães que por algum motivo não podem amamentar, existe o Centro de Lactação - Banco Humano de Leite, que já recebeu e doou desde a sua criação, em 1993, 17.628,4 litros. Foram 58.773 atendimentos e 13.452 mulheres foram doadoras exclusivas (leite da mãe para o próprio filho) e do Banco de Leite.

O programa foi implantado pela médica Cláudia Maria Monteiro Sampaio em sua residência médica. Cláudia, que hoje é coordenadora do projeto, desenvolveu o plano que hoje é uma parceria da Prefeitura de Campinas com a Maternidade e funciona no 5º andar da instituição, na Avenida Orosimbo Maia, 165 e atende 21 cidades.

"A decisão de amamentar surge no pré-natal. A mulher tem que desejar amamentar e no momento das mamadas é importante que ela permaneça tranquila, sem dor e sinta-se apoiada pelos familiares e, se necessário, por profissionais", afirma a coordenador.

Estoque

Este ano o Banco de Leite está recebendo menos doações se comparado ao ano passado. Somente no mês de julho foram 60 litros arrecadados e 67 distribuídos, situação que acontece há três meses. Em julho de 2011, foram arrecadados 121 litros, o dobro.

"Durante os meses de férias e principalmente no inverno, o estoque do Banco de Leite cai", conta Cláudia. Devido à baixa umidade existe a necessidade das lactantes aumentarem a ingestão de líquidos, principalmente de água, o que muitas vezes não ocorre.

Por isso, o Banco de Leite convida a população a conhecer o projeto e buscar doadoras. Ele funciona de segunda a sábado, das 8h às 17h30. O telefone 19 3306-6039.

Seja uma doadora

O Banco de Leite necessita e aceita doações durante o ano inteiro. Para doar é necessário que a lactante seja saudável, amamente o próprio filho e produza uma quantidade excedente de leite que será doado de forma voluntaria. A doadora recebe orientações sobre a coleta e estocagem do leite humano, que é realizada em sua própria casa e salva muitas vidas.

Basta que a mãe ligue para o Centro de Lactação, pelo telefone 3306-6039, momento no qual será feita uma triagem e preenchido um cadastro, além do agendamento da primeira visita domiciliar, quando será entregue o kit de doação (frasco estéril, touca e máscara) e a doadora fornecerá o cartão de pré-natal e/ou exames (hemograma e sorologias) realizados durante a gestação. O Banco de Leite irá a sua casa toda semana deixar o kit de doação e recolher os frascos com leite congelado doados.

Não são apenas as mulheres que podem ajudar o Banco de Leite Humano de Campinas. Homens, crianças e até idosos, qualquer cidadão, consegue contribuir. Além do leite materno o Banco também solicita a doação de frascos de vidro com tampas plásticas, que servem para o acondicionamento do leite.

Basta que o doador pegue os fracos separados em casa, que iriam para reciclagem, e leve à unidade de saúde mais próxima de sua residência ou, ainda, para própria maternidade. Esse material será esterilizado e utilizado para a coleta. As doações de frascos também têm diminuído.

Fotos de Carlos Bassan

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