Mário Gatti participa de Congresso sobre infecção hospitalar

17/09/2002

O Núcleo de Epidemiologia Hospital/Conselho de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Municipal "Dr. Mário Gatti" (HMMG) participou, no período de 3 a 7 de setembro, em Curitiba, do 8º Congresso Brasileiro de Controle de Infecção Hospitalar. O tema do Congresso foi "A construção de um novo modelo de combate à infecão hospitalar".

Os médicos Carlos Magno Fortaleza, presidente do CCIH, e Orlando Bratfich, microbiologista do Laboratório de Análises Clínicas do HMMG e membro consultor do CCIH, participaram do evento representando o Hospital Mário Gatti.

Conforme explica Carlos Magno, a participação do Mário Gatti em eventos como esse, "além de capacitar nossos profissionais, serve para manter o Hospital atualizado e em sintonia com os avanços na área da prevenção da infecção Hospitalar, o que resulta sempre na melhoria da qualidade do atendimento".

Esse Congresso, conforme explica o médico, funcionou como um grande fórum onde cada instituição de saúde, inclusive o Mário Gatti, apresentou seus problemas e avanços nesse assunto. Segundo dados do governo federal, atualmente 15% dos pacientes internados no Brasil contraem algum tipo de infecção hospitalar.

No entender de Carlos Magno, as discussões que envolvem a infecção hospitalar acabam sempre esbarrando no excesso de dados colhidos e na insuficiência de ações práticas. Desta vez, para fugir desse viés, segundo ele, o Congresso centrou as discussões nas áreas específicas dos hospitais onde as comissões de controle devem agir.

"Isso foi muito importante, uma vez que esse direcionamento foi adequado para a apresentação dos nossos trabalhos no Congresso. Os debates e exposições nos deram muitos subsídios acerca dos modelos a serem adotados para controlar esse problema", finalizou.

Ele ressaltou, ainda que "o Hospital Mário Gatti tem demonstrado grande preocupação com o problema da infecção hospitalar. Em abril de 2002, foi realizado um evento ("Semana de Prevenção da Infecção Hospitalar") com ampla participação de profissionais deste e de outros serviços, contando com palestrantes de reconhecida experiência no assunto".

Médicos apresentaram cinco trabalhos

No 8º Congresso Brasileiro de Controle de Infecção Hospitalar, em Curitiba, os médicos do HMMG, Carlos Magno Fortaleza e Orlando Bratfich apresentaram cinco trabalhos.

Na primeira apresentação, mostraram uma comparação do uso de antibióticos nos dois principais públicos de Campinas, o Mário Gatti e o Hospital das Clínicas da Unicamp. O trabalho constatou que, embora com características semelhantes, o perfil dos medicamentos antimicrobianos utilizados varia significativamente entre os hospitais. "Isso nos dá base para uma abordagem diferenciada ao uso indiscriminado dos medicamentos", explica Carlos Magno.

O segundo trabalho foi organizado a partir da incidência da infecção hospitalar na Enfermaria de Cirurgia Geral e seus fatores de risco.

Foi constatado que a infecção tem relação direta com o tempo decorrido entre a internação e a realização da cirurgia e a duração do ato operatório, bem como com o caráter emergencial do atendimento.

O tema do terceiro trabalho foi a infecção hospitalar na UTI do Mário Gatti. Aí a infecção foi relacionada com o uso de dispositivos como respiradores mecânicos, sondas e catéteres. Nesse caso, foi avaliada a ação de bactérias super-resistentes, que torna necessário o uso de antibióticos de última geração.

A equipe da CCIH, no quarto trabalho, apresentou um estudo sobre isolados de Acinetobacter baumannii, um dos mais importantes agentes de infecção hospitalar na América Latina. Por meio de técnicas de biologia molecular, constatau-se que 85% das bactérias dessa espécie pertencem a duas linhagens disseminadas por todo o hospital. Como a bactéria é transmitida de um paciente para outro, é imprescondível que o trabalho de isolamento seja reforçado.

No quinto trabalho, foram enfocados os acidentes com risco biológico por categoria profissional e área de trabalho. Nessa apresentação foram colocados os riscos de acidentes que podem envolver médicos, enfermeiros, profissionais de laboratório, dentistas e agentes de higiene, expondo esses profissionais a doenças como AIDS e hepatites.

Identificou-se um risco mais elevado para os médicos e dentistas no centro cirúrgico, enquanto os demais profissionais apresentaram maior número de acidentes nas enfermarias. Esses padrões sugerem que a discussão de biossegurança no trabalho deve contemplar os riscos específicos a que cada categoria é submetida.

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