Mário
Gatti também registrou aumento nos casos atendidos no
pronto-socorro Infantil
A Secretaria
de Saúde de Campinas notificou, nos últimos 15 dias, 230
casos de pessoas com diarréias similares ao rotavírus. As
ocorrências são de pessoas atendidas pelo Hospital Celso
Pierro, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de
Campinas. Quando a Vigilância Epidemiológica da Secretaria
de Saúde foi informada da ocorrência pela instituição, já
haviam sido atendidos 90 casos, com três internações, sendo
que duas crianças sofreram convulsão devido à desidratação.
O surto, que
ainda está sendo investigado como rotavírus, já atingiu 83
bairros de Campinas, a maioria na Região Noroeste da cidade,
onde se localiza o Hospital Celso Pierro. A faixa etária mais
acometida é a de crianças menores de dez anos (79% dos
casos) e menores de cinco anos (60% dos casos).
Mário Gatti
- O Pronto-Socorro (PS) Infantil do Hospital Municipal
"Dr. Mário Gatti" também registrou, somente na última
semana, um aumento de três vezes e meia no número de casos
de diarréia acompanhada de febre e vômito nas crianças que
permaneceram em observação na unidade. O médico pediatra
Wilson Norato, coordenador do PS Infantil, adverte que essa
sintomatologia sugere doenças por rotavírus.
Na semana de
25 a 31 de agosto, 36 crianças permaneceram em observação
no PS Infantil, com quadro de diarréia aguda. Na semana
anterior, de 18 a 24, o número foi de dez casos. O médico
explica que os exames dos pacientes com suspeita do rotavírus
estão sendo encaminhados para o Instituto Adolfo Lutz.
Região
- A Direção Regional de Saúde de Campinas (DIR-12)
informou, em 21 de agosto, que outros surtos da mesma
gravidade foram constatados em municípios da Região.
Os rotavírus
podem ser isolados em alta concentração em fezes de crianças
infectadas e são transmitidos pela via fecal-oral, por
contato pessoa a pessoa. Segundo a enfermeira Brigina Kemp,
coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de
Saúde de Campinas, a infecção pelo rotavírus varia de um
quadro leve, com diarréia aquosa e duração limitada, a
quadros graves com desidratação, febre e vômitos, podendo
causar a morte.
O período de
incubação é de dois dias e a imunidade é incompleta, mas
as infecções posteriores podem ser menos severas que a
primeira.
A enfermeira
informa que os sintomas principais da doença são diarréia
aquosa, vômitos e dores abdominais. "A doença pode
evoluir para desidratação grave", adverte ela. Brigina
informa ainda que esta época do ano – final do inverno e início
da primavera – propicia o aparecimento de surtos por rotavírus.
Neste ano, porém, segundo ela, o surto está aumentado em
relação a anos anteriores.
A melhor
forma de prevenção é reforçar os cuidados com a higiene.
Essa atenção, segundo Brigina, passa pelas práticas higiênicas
tradicionais e universais como limpeza dos ambientes domésticos,
lavagem de mãos sempre e principalmente antes das refeições
e na confecção de alimentos, controle da água e dos
alimentos, destino adequado dos dejetos e do esgoto.
A
Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental (Covisa) da
Secretaria de Saúde de Campinas divulgou nota na tarde desta
terça, 2 de setembro, para reforçar as orientações para
profissionais da rede municipal de saúde. "Todo
profissional de saúde deve estar alerta para notificar novos
surtos", informa a médica sanitarista Naoko Silveira, da
Secretaria de Saúde. A Covisa informa que aguarda novas
orientações da DIR-12 para esclarecer o diagnóstico etiológico
– causa da doença - e outras providências necessárias
para conter o surto.