Saúde já registrou 230 casos de rotavírus

02/09/2033

Mário Gatti também registrou aumento nos casos atendidos no pronto-socorro Infantil

A Secretaria de Saúde de Campinas notificou, nos últimos 15 dias, 230 casos de pessoas com diarréias similares ao rotavírus. As ocorrências são de pessoas atendidas pelo Hospital Celso Pierro, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas. Quando a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde foi informada da ocorrência pela instituição, já haviam sido atendidos 90 casos, com três internações, sendo que duas crianças sofreram convulsão devido à desidratação.

O surto, que ainda está sendo investigado como rotavírus, já atingiu 83 bairros de Campinas, a maioria na Região Noroeste da cidade, onde se localiza o Hospital Celso Pierro. A faixa etária mais acometida é a de crianças menores de dez anos (79% dos casos) e menores de cinco anos (60% dos casos).

Mário Gatti - O Pronto-Socorro (PS) Infantil do Hospital Municipal "Dr. Mário Gatti" também registrou, somente na última semana, um aumento de três vezes e meia no número de casos de diarréia acompanhada de febre e vômito nas crianças que permaneceram em observação na unidade. O médico pediatra Wilson Norato, coordenador do PS Infantil, adverte que essa sintomatologia sugere doenças por rotavírus.

Na semana de 25 a 31 de agosto, 36 crianças permaneceram em observação no PS Infantil, com quadro de diarréia aguda. Na semana anterior, de 18 a 24, o número foi de dez casos. O médico explica que os exames dos pacientes com suspeita do rotavírus estão sendo encaminhados para o Instituto Adolfo Lutz.

Região - A Direção Regional de Saúde de Campinas (DIR-12) informou, em 21 de agosto, que outros surtos da mesma gravidade foram constatados em municípios da Região.

Os rotavírus podem ser isolados em alta concentração em fezes de crianças infectadas e são transmitidos pela via fecal-oral, por contato pessoa a pessoa. Segundo a enfermeira Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Campinas, a infecção pelo rotavírus varia de um quadro leve, com diarréia aquosa e duração limitada, a quadros graves com desidratação, febre e vômitos, podendo causar a morte.

O período de incubação é de dois dias e a imunidade é incompleta, mas as infecções posteriores podem ser menos severas que a primeira.

A enfermeira informa que os sintomas principais da doença são diarréia aquosa, vômitos e dores abdominais. "A doença pode evoluir para desidratação grave", adverte ela. Brigina informa ainda que esta época do ano – final do inverno e início da primavera – propicia o aparecimento de surtos por rotavírus. Neste ano, porém, segundo ela, o surto está aumentado em relação a anos anteriores.

A melhor forma de prevenção é reforçar os cuidados com a higiene. Essa atenção, segundo Brigina, passa pelas práticas higiênicas tradicionais e universais como limpeza dos ambientes domésticos, lavagem de mãos sempre e principalmente antes das refeições e na confecção de alimentos, controle da água e dos alimentos, destino adequado dos dejetos e do esgoto.

A Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental (Covisa) da Secretaria de Saúde de Campinas divulgou nota na tarde desta terça, 2 de setembro, para reforçar as orientações para profissionais da rede municipal de saúde. "Todo profissional de saúde deve estar alerta para notificar novos surtos", informa a médica sanitarista Naoko Silveira, da Secretaria de Saúde. A Covisa informa que aguarda novas orientações da DIR-12 para esclarecer o diagnóstico etiológico – causa da doença - e outras providências necessárias para conter o surto.

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