Saúde reforça ações educativas para combater e prevenir a dengue

03/09/2003

A Secretaria de Saúde de Campinas vai adotar uma série de medidas educativas para prevenir e combater a dengue na Região Sudoeste de Campinas. As ações, divididas em quatro modalidades de trabalho, são direcionadas aos mais diversos grupos da comunidade.

Uma delas, a Primavera sem dengue, é voltada aos alunos das escolas públicas da região e aos grupos de usuários dos 10 Centros de Saúde da Sudoeste, do Módulo de Saúde do Caic e do Centro de Convivência Tear das Artes.

As equipes dos Centros de Saúde e os profissionais de controle ambiental do Distrito Sudoeste vão promover oficinas com os estudantes e usuários dos serviços para informá-los sobre a doença e ensiná-los a confeccionar o vaso `anti-dengue`.

O artefato é obtido a partir de metade da garrafa pet transformada num cachepô artesanal com encaixe perfeito para os vasos de violeta, planta mais encontrada nas casas e escritórios de Campinas. A idéia é estabelecer o dia da troca para que a comunidade possa levar os pratos de vasos de plantas e trocá-los pelo cachepô.

Pesquisa recente promovida pela Secretaria de Saúde aponta que o criadouro mais freqüente encontrado dentro das casas dos campineiros é o prato de vaso de plantas.

A Região Sudoeste, que registrou 144 casos de dengue entre janeiro e agosto de 2003, é a área de Campinas com o maior número de ocorrências da doença este ano. Em toda cidade, foram notificados 451 casos.

Outro projeto que já está na terceira semana de execução é o Criadouro Zero. Às quartas-feiras, uma equipe de controle ambiental da Vigilância em Saúde (Visa) Sudoeste visita empresas do Distrito Industrial para sensibilizar os funcionários para a questão da dengue, informá-los sobre a situação de Campinas e como evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus da doença.

Segundo a bióloga Elen Fagundes, coordenadora da Visa Sudoeste, o Criadouro Zero envolve também a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipas) das empresas. "A intenção é que estes profissionais passem a organizar as ações de combate à dengue no ambiente de trabalho", diz Elen. Na Deicmar, empresa onde os trabalhos já foram iniciados, a equipe instalou larvitrampas – armadilhas para verificar a proliferação do mosquito.

A coordenadora da Visa Sudoeste informa que as equipes também vão desenvolver atividades educativas voltadas para moradores de condomínios. No projeto chamado Saúde nos condomínios, as equipes vão trabalhar com grupos de condôminos para instituir a Comissão Interna de Apoio à Saúde.

Segundo Elen, o principal problema no combate à dengue nos condomínios são as chamadas pendências. Trata-se dos endereços aos quais as equipes não conseguem ter acesso pelo fato do apartamento estar fechado ou porque o morador não se encontra ou porque o imóvel está à venda ou disponível para alugar.

De acordo com a bióloga, o objetivo é que a comissão colabore para reduzir estas pendências. "Também queremos ampliar o trabalho para além da dengue, para que estes moradores possam atuar em outras questões como na separação do lixo reciclável, no controle de vetores como baratas e escorpiões e para que saibam como proceder no caso de infestação de pombas ou ao encontrar morcegos", diz.

Uma outra frente de trabalho é o Projeto de controle social e participação comunitária no controle da dengue. A idéia, explica Elen, é promover oficinas de sensibilização com integrantes dos Conselhos Locais de Saúde, das pastorais, associações de moradores e outros representantes da população para que eles sejam conscientizados sobre o problema da dengue e disseminem as informações entre os grupos das suas comunidades.

A psicóloga Fernanda Borges, supervisora das ações da dengue em Campinas, informa que o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, pode se desenvolver tanto nos bairros mais ricos da cidade como se esconder no depósito de ferro velho ou nas casa da periferia. "Onde houver condições favoráveis – qualquer filete de água parada – é aí mesmo que ele pode se desenvolver e se multiplicar", diz Fernanda.

A psicóloga diz que o Aedes aegypti também não escolhe suas vítimas. Podem ser adultos, jovens e crianças. De acordo com ela, quando o mosquito infectado pelo vírus da dengue ataca o homem, alguns dias depois podem surgir sintomas como febre, acompanhada de um ou mais sintomas como dor de cabeça, mal estar geral, fortes dores nos olhos, nos músculos e nas juntas. A pessoa pode ainda apresentar manchas avermelhadas na pele. Além disso sente falta de apetite e pode apresentar sangramentos.

Segundo Fernanda, ao apresentar os sintomas, a pessoa deve procurar, no local onde mora, o Centro de Saúde em busca de auxílio. "É importante nunca se automedicar principalmente porque o uso de medicamentos indevidos como os a base de ácido acetilsalicílico podem levar a manifestações hemorrágicas e, aí, atrapalhar o tratamento", afirma Fernanda.

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