A Vigilância
Epidemiológica de Campinas registrou, somente nesta
quinta-feira, 4 de setembro, surto de catapora (varicela) em
seis escolas de ensino infantil e fundamental da cidade. As
notificações de hoje somam 79 casos da doença. As ocorrências
são de escolas da área do Santa Bárbara e do Eulina, na
região Norte, e da abrangência do Jardim Itatinga e do Dic
1, na região Sudoeste.
No total, a
Secretaria de Saúde de Campinas já notificou 115 casos da
doença. A Vigilância solicitou, para a Direção Regional de
Saúde (Dir 12), doses de vacina contra a doença para as
crianças que freqüentam as escolas atingidas.
As notificações
começaram há 15 dias quando a Secretaria de Saúde de
Campinas divulgou informe para todos os serviços da rede
municipal de saúde onde alertava para que os profissionais
passassem a estar atentos para registrar e investigar surtos
de varicela.
A estratégia
para o controle da doença foi reforçada depois que a
Secretaria de Saúde de Campinas foi informada pela Dir 12 da
ocorrência de surtos em cidades vizinhas.
No estado de
São Paulo, 22 municípios enfrentam surtos da doença. Até
agosto, haviam sido notificados 1.603 casos, com nove mortes.
A situação mais grave é de Limeira onde, de acordo com a
Secretaria de Estado da Saúde, mais de 750 pessoas já foram
atingidas e duas crianças morreram em decorrência de
complicações da doença.
Medidas de
controle
Segundo a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica de Campinas, os profissionais, ao registrarem
os primeiros casos suspeitos, devem desencadear todas as
medidas de controle necessárias para evitar a disseminação
da varicela e o aparecimento de complicações. "Os
profissionais devem monitorar o aparecimento de casos
novos", diz.
Brigina
explica que a varicela, também chamada catapora, não é uma
doença de notificação obrigatória. No entanto, de acordo
com ela, surtos e epidemias devem ser registrados e
acompanhados para que se conheça melhor o comportamento da
doença.
Saiba mais
– A catapora é uma doença altamente contagiosa e acomete
mais as crianças. No entanto, pode atingir também
adolescentes e adultos que não tenham tido catapora antes.
Ocorre com mais freqüência no final do inverno e início da
primavera.
É causada
por um vírus e fica incubada de 7 a 21 dias. Depois evolui. O
vírus é especialmente adaptado para atacar a mucosa do
aparelho respiratório e se propaga facilmente de pessoa para
pessoa pelas gotinhas de saliva deixadas no ar ao falar,
espirrar, tossir e também pelo contato direto com as lesões.
Os sintomas são
febre moderada, dor de cabeça, cansaço e mal-estar. As lesões
na pele aparecem, geralmente, primeiro no couro cabeludo e são
mais freqüentes no tronco. Nos casos mais graves, podem
acometer rosto, braços e pernas. Em alguns casos, estão
presentes na boca, garganta e olhos.