A Vigilância
Epidemiológica de Campinas registrou, nesta segunda-feira, 8 de
setembro, mais 43 casos de varicela (catapora). As ocorrências
são referentes a surtos registrados em quatro escolas de ensino
infantil e fundamental onde não haviam sido registrados casos
anteriormente. Os surtos são de escolas das regiões Sul, Leste
e Norte.
No total, nas
últimas três semanas, a Secretaria de Saúde de Campinas
notificou 163 casos da doença. A Vigilância solicitou, para a
Direção Regional de Saúde (Dir 12), doses de vacina contra a
doença para as crianças que freqüentam as escolas atingidas.
A estratégia
para o controle da doença no município foi reforçada assim
que a Secretaria de Saúde de Campinas foi informada, pela Dir
12, da ocorrência de surtos em cidades vizinhas, no início de
agosto.
Segundo a
Secretaria de Estado da Saúde, mais de 20 municípios paulistas
enfrentam surtos da doença. Até agosto, haviam sido
notificados 2.861 casos, com dez mortes. A situação mais grave
é de Limeira onde, de acordo com o Centro de Vigilância
Epidemiológica Estadual, mais de 750 pessoas já foram
atingidas e duas crianças morreram em decorrência de complicações
da doença.
Medidas de
controle
Segundo a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica de Campinas, os profissionais, ao registrarem os
primeiros casos suspeitos, devem desencadear todas as medidas de
controle necessárias para evitar a disseminação da catapora e
o aparecimento de complicações. "Os profissionais devem
monitorar o aparecimento de casos novos", diz.
Brigina explica
que a varicela, também chamada catapora, não é uma doença de
notificação obrigatória. No entanto, de acordo com ela,
surtos e epidemias devem ser registrados e acompanhados para que
se conheça melhor o comportamento da doença.
Saiba mais
– A catapora é uma doença altamente contagiosa e acomete
mais as crianças. No entanto, pode atingir também adolescentes
e adultos que não tenham tido catapora antes. Ocorre com mais
freqüência no final do inverno e início da primavera.
É causada por
um vírus e fica incubada de 7 a 21 dias. Depois evolui. O vírus
é especialmente adaptado para atacar a mucosa do aparelho
respiratório e se propaga facilmente de pessoa para pessoa
pelas gotinhas de saliva deixadas no ar ao falar, espirrar,
tossir e também pelo contato direto com as lesões.
Os sintomas são
febre moderada, dor de cabeça, cansaço e mal-estar. As lesões
na pele aparecem, geralmente, primeiro no couro cabeludo e são
mais freqüentes no tronco. Nos casos mais graves, podem
acometer rosto, braços e pernas. Em alguns casos, estão
presentes na boca, garganta e olhos.
Existe vacina
contra a catapora, mas as doses não estão disponíveis na rede
pública de saúde por não fazerem parte do calendário vacinal
do Ministério da Saúde. No entanto, este ano, a Secretaria de
Estado da Saúde adquiriu a vacina para disponibilizar em surtos
em instituições coletivas que recebem crianças de 1 a 5 anos.
"Entretanto,
a liberação depende de avaliação conjunta da Dir 12 com o
município", informa a enfermeira sanitarista Salma Balista,
responsável pela Coordenadoria de Vigilância e Saúde
Ambiental de Campinas (Covisa). Na rede particular, a dose
contra a catapora custa, em média, R$ 70.
Varicela
(catapora)
O que é:
É uma doença benigna (que se cura sozinha), mas altamente
contagiosa. É provocada por um vírus por via respiratória ou
pelo contato com as lesões de pele. A transmissão começa dois
dias antes do aparecimento das vesículas (bolhas na pele) e vai
até a fase de crosta. Como complicações da doença podem
ocorrer infecções das lesões de pele por bactérias. Embora
raras, complicações mais graves podem acontecer. A vacina
contra a catapora não está incluída na rotina do calendário
vacinal do Ministério da Saúde.
Cuidados e
medidas de controle:
Afastar as
crianças de creche ou escola até o sexto dia após o
aparecimento das lesões.
Manter cuidados
adequados de higiene
Manter as unhas
das mãos das crianças doentes bem aparadas, para evitar lesões
que propiciam infecção por bactérias
Procurar um
serviço de saúde para avaliação
Não dar
medicamentos à base de ácido acetilsalicílico para crianças
com varicela pois pode causar complicações graves
Não receber
novos alunos até 21 dias após o último caso
Notificar o
mais rápido possível, para avaliar a possibilidade e a indicação
de aplicação de vacina.