A Secretaria de
Saúde de Campinas informou nesta segunda-feira, 15 de
setembro, o registro de mais 31 casos de varicela (catapora)
na cidade. No total, a Vigilância Epidemiológica notificou,
desde o final de agosto, 289 casos da doença em 24 instituições
municipais, entre escolas da Prefeitura e outros locais que
recebem crianças com até cinco anos de idade.
Segundo a
Secretaria de Estado da Saúde, mais de 20 municípios
paulistas enfrentam surtos da doença. Nos últimos 30 dias, já
foram notificados 7.665 casos, com 11 mortes. No interior, de
acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica Estadual (CVE),
houve duas mortes em Limeira e uma em São João da Boa Vista.
Em Campinas não foram registrados óbitos até o momento.
Ainda,
segundo o CVE, a região da Direção Regional de Saúde 12
(Dir-12), que engloba Campinas e mais 41 cidades, detém o
maior número de notificações de catapora no Estado, com
mais de 27% das ocorrências, seguida da Capital, com 22%, e
da região de Piracicaba, com 21%.
A enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica municipal, informa que catapora é uma doença
benigna, comum na infância e não é de notificação obrigatória.
Segundo ela, somente os surtos são informados às autoridades
sanitárias.
O sintoma
característico da catapora é a pele com pintas, pequenas
bolhas que coçam muito e que surgem primeiro no tronco e,
gradualmente, se espalham pela face, onde acomete couro
cabeludo, lábios, boca e orelhas. Atinge também braços e
pernas. A criança pode ficar extremamente irritada pela
coceira intensa e ter febre, calafrios, náuseas e vômitos.
Segundo
Brigina, dentre os cuidados e medidas para conter a doença,
consta afastar as crianças de creche ou escola até o sexto
dia após o aparecimento das lesões, manter cuidados
adequados de higiene e as unhas das mãos das crianças
doentes bem aparadas, para evitar lesões que propiciam infecção
por bactérias.
Também é
importante, de acordo com Brigina Kemp, procurar um serviço
de saúde para avaliação. Outra recomendação é não dar
medicamentos à base de ácido acetilsalicílico para crianças
com varicela pois pode causar complicações graves.
As escolas
também não devem receber novos alunos - que não tiveram a
doença ou que não tenham tomado a vacina - até 21 dias após
o último caso. E as ocorrências devem ser notificadas o mais
rápido possível, para avaliar a possibilidade e a indicação
de aplicação de vacina.
A vacina
contra a catapora não está incluída na rotina do calendário
vacinal do Ministério da Saúde. "No entanto, este ano,
a Secretaria de Estado da Saúde adquiriu doses para
disponibilizar, mediante avaliação, em surtos em instituições
coletivas que recebem crianças com até cinco anos", diz
Brigina.
A enfermeira
explica que, para grupos especiais, a vacina está disponível
na rotina no Centro de Imunobiológico Especial que, na região,
funciona na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).