Campinas registra mais 31 casos de catapora

15/09/2003

A Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta segunda-feira, 15 de setembro, o registro de mais 31 casos de varicela (catapora) na cidade. No total, a Vigilância Epidemiológica notificou, desde o final de agosto, 289 casos da doença em 24 instituições municipais, entre escolas da Prefeitura e outros locais que recebem crianças com até cinco anos de idade.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, mais de 20 municípios paulistas enfrentam surtos da doença. Nos últimos 30 dias, já foram notificados 7.665 casos, com 11 mortes. No interior, de acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica Estadual (CVE), houve duas mortes em Limeira e uma em São João da Boa Vista. Em Campinas não foram registrados óbitos até o momento.

Ainda, segundo o CVE, a região da Direção Regional de Saúde 12 (Dir-12), que engloba Campinas e mais 41 cidades, detém o maior número de notificações de catapora no Estado, com mais de 27% das ocorrências, seguida da Capital, com 22%, e da região de Piracicaba, com 21%.

A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica municipal, informa que catapora é uma doença benigna, comum na infância e não é de notificação obrigatória. Segundo ela, somente os surtos são informados às autoridades sanitárias.

O sintoma característico da catapora é a pele com pintas, pequenas bolhas que coçam muito e que surgem primeiro no tronco e, gradualmente, se espalham pela face, onde acomete couro cabeludo, lábios, boca e orelhas. Atinge também braços e pernas. A criança pode ficar extremamente irritada pela coceira intensa e ter febre, calafrios, náuseas e vômitos.

Segundo Brigina, dentre os cuidados e medidas para conter a doença, consta afastar as crianças de creche ou escola até o sexto dia após o aparecimento das lesões, manter cuidados adequados de higiene e as unhas das mãos das crianças doentes bem aparadas, para evitar lesões que propiciam infecção por bactérias.

Também é importante, de acordo com Brigina Kemp, procurar um serviço de saúde para avaliação. Outra recomendação é não dar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico para crianças com varicela pois pode causar complicações graves.

As escolas também não devem receber novos alunos - que não tiveram a doença ou que não tenham tomado a vacina - até 21 dias após o último caso. E as ocorrências devem ser notificadas o mais rápido possível, para avaliar a possibilidade e a indicação de aplicação de vacina.

A vacina contra a catapora não está incluída na rotina do calendário vacinal do Ministério da Saúde. "No entanto, este ano, a Secretaria de Estado da Saúde adquiriu doses para disponibilizar, mediante avaliação, em surtos em instituições coletivas que recebem crianças com até cinco anos", diz Brigina.

A enfermeira explica que, para grupos especiais, a vacina está disponível na rotina no Centro de Imunobiológico Especial que, na região, funciona na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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