A Secretaria de
Saúde da Campinas informou nesta quarta-feira, 17 de
setembro, a notificação de mais 29 casos de varicela
(catapora), o que eleva para 318 o número total de casos
registrados nos últimos trinta dias pela Vigilância
Epidemiológica municipal.
As ocorrências
se referem a surtos em 26 instituições sendo a maioria delas
escolas da Prefeitura que acolhem crianças menores de cinco
anos. A faixa etária mais acometida é a de crianças de 1 a
5 anos, com 70% das ocorrências, seguida pelo público de 5 a
9 anos, que concentra 28%.
A situação
de Campinas reflete o quadro do Estado de São Paulo, onde
mais de 60 municípios enfrentam surtos da doença. Segundo o
Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado
da Saúde, desde agosto já foram notificados 9.161 casos em
cidades paulistas.
Existe vacina
contra a catapora, porém ela não é fornecida pela rede pública
de saúde em nenhuma cidade do Brasil. No entanto, este ano, a
Secretaria de Saúde de São Paulo adquiriu doses para
disponibilizar, mediante avaliação, em surtos em instituições
coletivas.
Em Campinas,
a Vigilância Epidemiológica municipal solicitou doses para
as crianças que freqüentam todas as escolas atingidas. No
entanto, a liberação depende de avaliação conjunta das
secretarias de Saúde do Estado e do Município.
"As duas
instâncias avaliam a possibilidade de vacinar as crianças de
acordo com a faixa etária do grupo atingido e leva em conta
também a data do registro do último caso e o tempo que a
criança permanece na escola", diz a enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica de Campinas.
Até o
momento, foram liberadas doses para 17 instituições de
Campinas. Duas escolas não se enquadram no critério exigido
pelo Estado para a liberação das doses.
A vacina é
apenas um dos cuidados a serem adotados em casos de surto de
catapora. Segundo Brigina, também é recomendado afastar as
crianças de creche ou escola até o sexto dia após o
aparecimento das lesões, além de manter cuidados adequados
de higiene e manter as unhas das mãos das crianças doentes
bem aparadas, para evitar lesões que propiciam infecção por
bactérias.
Também é
importante, de acordo com Brigina, procurar um serviço de saúde
para avaliação. Outra recomendação é não dar
medicamentos à base de ácido acetilsalicílico para crianças
com varicela pois pode causar complicações graves.
As escolas
também não devem receber novos alunos até 21 dias após o
último caso. E os casos devem ser notificados o mais rápido
possível, para avaliar a possibilidade e a indicação de
aplicação de vacina.
A catapora é
uma doença benigna - que se cura sozinha -, comum na infância
e as complicações são muito raras. Os casos ocorrem
comumente no final do inverno e início da primavera e, este
ano, não há nenhuma situação inusitada em relação a anos
anteriores, segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica
Estadual (CVE).