A Secretaria de
Saúde de Campinas recebeu até a manhã desta terça-feira,
23 de setembro, 1.310 das 2.115 doses contra a varicela
(catapora) solicitadas para a Direção Regional de Saúde de
Campinas (DIR XII). As vacinas foram solicitadas para ação
de bloqueio – medida para evitar que o surto continue – em
36 instituições municipais acometidas pela doença.
No total, nas
últimas quatro semanas, a Secretaria de Saúde de Campinas
notificou 400 casos de catapora. A faixa etária mais
acometida é a de crianças com idades entre 1 e 4 anos. Não
houve mortes no município. Em todo Estado, foram registrados
9.161, com onze óbitos.
A vacina
contra a doença não está disponível na rotina nos centros
de saúde em nenhuma cidade brasileira. Este ano, no entanto,
o Estado de São Paulo adquiriu cerca de 37 mil doses para
liberar em casos de surto. Porém, a liberação é feita com
base em critérios estabelecidos pela Secretaria de Estado que
priorizam escolas que atendem crianças com até cinco anos (5
anos, 11 meses e 29 dias) e que permanecem nas instituições
em período integral (manhã e tarde).
De acordo com
o Centro de Vigilância Epidemiológica Estadual (CVE), o critério
de bloqueio foi baseado num estudo que indicou que uma criança
que passa 8 horas na creche tem maior risco de contrair a doença.
Por isso, elas têm prioridade.
A enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica de Campinas, explica que a vacina contra a
catapora é um dos cuidados a serem adotados em casos de surto
da doença.
"Além
desta medida, também é recomendado afastar as crianças de
creche ou escola até o sexto dia após o aparecimento das lesões,
manter cuidados adequados de higiene e aparar unhas das mãos
das crianças doentes para evitar lesões que propiciam infecção
por bactérias", diz a enfermeira.
Também é
importante, de acordo com Brigina, procurar um serviço de saúde
para avaliação. Outra recomendação é não dar
medicamentos à base de ácido acetilsalicílico para crianças
com catapora pois pode causar complicações graves.
As escolas
também não devem receber novos alunos que não tenham tido a
doença antes até 21 dias após o último caso. E os casos
devem ser notificados o mais rápido possível, para avaliar a
possibilidade e a indicação de aplicação de vacina.
Brigina
informa que a catapora pode ocorrer durante todo ano. Porém,
observa-se um aumento no número de casos no período que se
estende do fim do inverno até a primavera. Ela lembra ainda
que a catapora não é uma doença de notificação compulsória
em casos isolados. Somente surtos em creches, pré-escolas,
escolas e comunidade em geral devem ser notificados.
Saiba mais:
Varicela
(catapora)
O que é:
É uma doença benigna (que se cura sozinha), altamente
contagiosa, comum na infância. É provocada por um vírus por
via respiratória ou pelo contato com as lesões de pele. A
transmissão começa dois dias antes do aparecimento das vesículas
(bolhas na pele) e vai até a fase de crosta. Como complicações
da doença podem ocorrer infecções das lesões de pele por
bactérias. Embora raras, complicações mais graves podem
acontecer. A vacina contra a catapora não está incluída na
rotina do calendário vacinal do Ministério da Saúde.