Prefeitura recebeu 1.310 doses contra a catapora

23/09/2003

A Secretaria de Saúde de Campinas recebeu até a manhã desta terça-feira, 23 de setembro, 1.310 das 2.115 doses contra a varicela (catapora) solicitadas para a Direção Regional de Saúde de Campinas (DIR XII). As vacinas foram solicitadas para ação de bloqueio – medida para evitar que o surto continue – em 36 instituições municipais acometidas pela doença.

No total, nas últimas quatro semanas, a Secretaria de Saúde de Campinas notificou 400 casos de catapora. A faixa etária mais acometida é a de crianças com idades entre 1 e 4 anos. Não houve mortes no município. Em todo Estado, foram registrados 9.161, com onze óbitos.

A vacina contra a doença não está disponível na rotina nos centros de saúde em nenhuma cidade brasileira. Este ano, no entanto, o Estado de São Paulo adquiriu cerca de 37 mil doses para liberar em casos de surto. Porém, a liberação é feita com base em critérios estabelecidos pela Secretaria de Estado que priorizam escolas que atendem crianças com até cinco anos (5 anos, 11 meses e 29 dias) e que permanecem nas instituições em período integral (manhã e tarde).

De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica Estadual (CVE), o critério de bloqueio foi baseado num estudo que indicou que uma criança que passa 8 horas na creche tem maior risco de contrair a doença. Por isso, elas têm prioridade.

A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, explica que a vacina contra a catapora é um dos cuidados a serem adotados em casos de surto da doença.

"Além desta medida, também é recomendado afastar as crianças de creche ou escola até o sexto dia após o aparecimento das lesões, manter cuidados adequados de higiene e aparar unhas das mãos das crianças doentes para evitar lesões que propiciam infecção por bactérias", diz a enfermeira.

Também é importante, de acordo com Brigina, procurar um serviço de saúde para avaliação. Outra recomendação é não dar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico para crianças com catapora pois pode causar complicações graves.

As escolas também não devem receber novos alunos que não tenham tido a doença antes até 21 dias após o último caso. E os casos devem ser notificados o mais rápido possível, para avaliar a possibilidade e a indicação de aplicação de vacina.

Brigina informa que a catapora pode ocorrer durante todo ano. Porém, observa-se um aumento no número de casos no período que se estende do fim do inverno até a primavera. Ela lembra ainda que a catapora não é uma doença de notificação compulsória em casos isolados. Somente surtos em creches, pré-escolas, escolas e comunidade em geral devem ser notificados.

Saiba mais:

Varicela (catapora)

O que é: É uma doença benigna (que se cura sozinha), altamente contagiosa, comum na infância. É provocada por um vírus por via respiratória ou pelo contato com as lesões de pele. A transmissão começa dois dias antes do aparecimento das vesículas (bolhas na pele) e vai até a fase de crosta. Como complicações da doença podem ocorrer infecções das lesões de pele por bactérias. Embora raras, complicações mais graves podem acontecer. A vacina contra a catapora não está incluída na rotina do calendário vacinal do Ministério da Saúde.

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