Rotavírus já atingiu 905 em Campinas

29/09/2003

A Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta segunda-feira, 29 de setembro, que a Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental (Covisa) já notificou 905 casos de pessoas com diarréias similares às causadas por rotavírus. O surto atingiu bairros de todas as regiões do município, mas a maioria das ocorrências foram registradas nas regiões Sul, 346, e Noroeste, 339. A faixa etária mais acometida é a de crianças menores de dez anos.

Para a confirmação de surto por rotavírus, a Secretaria de Saúde orienta colher amostras de fezes e realizar exames em um a cada dez pacientes. Na maioria dos casos, o critério de diagnóstico é feito com base nos sintomas e pelo histórico das pessoas, chamado tecnicamente de critério clínico epidemiológico. Por isso, a Saúde trabalha com o termo ‘surto provável de diarréia por rotavírus’. A Vigilância Epidemiológica divulgou neste 29 de setembro que parte das amostras enviadas para exame laboratorial confirmaram infecção por rotavírus.

A médica sanitarista Naoko Silveira, da Coordenadoria e Vigilância Ambiental de Campinas (Covisa), informa que o número de casos registrados a cada sete dias já diminuiu em comparação com o final de agosto e começo de setembro. De acordo com dados da Covisa divulgados nesta segunda-feira, a semana com o maior número de notificações foi registrada entre 31 de agosto e 6 de setembro, com 284 casos, seguida da semana que foi de 7 a 13 de setembro, com 172.

A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica municipal, informa que os sintomas principais do rotavírus são diarréia aquosa, vômitos e dores abdominais. "E a doença pode evoluir para desidratação grave", afirma.

Segundo Brigina, o final do inverno e início da primavera são épocas propícias para o aparecimento de surtos por rotavírus. Neste período, o número de ocorrências aumenta. "Este ano, porém, em relação a anos anteriores, o surto está aumentado e temos notificado quadros mais graves", diz.

No Hospital Celso Pierro, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, referência para a região Noroeste, vários pacientes necessitaram ser internados, principalmente crianças, e há relato de pessoas que sofreram convulsão devido à desidratação.

Os rotavírus são transmitidos pela via fecal-oral, por contato de pessoa a pessoa e também por meio de água, alimentos ou superfícies contaminadas. Contra o rotavírus existem somente medidas preventivas.

E a melhor forma de prevenção, de acordo com o médico sanitarista Vicente Pisani Neto, coordenador da Vigilância Sanitária Municipal, é o reforço dos cuidados com a higiene, como limpeza dos ambientes domésticos e lavagem de mãos, principalmente antes das refeições, após ir ao banheiro e na confecção de alimentos. Também é fundamental o controle da água e dos alimentos e a destinação adequada do lixo e do esgoto.

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