Vacinação contra poliomielite e sarampo termina nesta sexta, dia 3

02/09/2004

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas informa que amanhã, sexta-feira, dia 3 de setembro, termina a Campanha de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo. Portanto, os pais ou responsáveis devem levar as crianças menores de cinco anos que ainda não receberam as vacinas ao posto de vacinação mais próximo. A dose contra a paralisia infantil está indicada para todas crianças de 0 a 5 anos e a vacina contra o sarampo para a população com idade entre 1 e cinco anos.

De acordo com a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas, a vacinação em massa contra a poliomielite é importante porque mantém a doença erradicada no Brasil, onde o último caso foi registrado em 1989. "A estratégia impede, ainda, a importação de casos de países que ainda têm registros de poliomielite e com as quais o Brasil mantém estreitas relações comerciais e de turismo", diz a sanitarista.

Segundo Carmo Ferreira, restam no mundo três regiões que ainda não receberam a certificação de erradicação da pólio - África, Sudeste da Ásia e Mediterrâneo. Nos últimos três anos, 12 países dessas regiões registraram casos da doença. São eles Angola, Etiópia, Madagascar, Mauritânia, Níger, Nigéria, Índia, Afeganistão, Egito, Paquistão, Somália e Sudão.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou, na última terça-feira, dia 24 de agosto, casos de poliomielite em Guiné e Mali. Estes dois países não registravam casos desde 1999. Ambos também não vacinaram suas crianças na campanha realizada em vários países africanos para evitar que vírus circulantes na Nigéria e em Níger se alastrassem. Uma nova campanha será realizada em outubro e novembro deste ano em 22 países da África. Segundo a OMS, em muitos países afetados pela pólio no continente apenas 50% da população está imune à doença.

Com relação ao sarampo, segundo Carmo Ferreira, a vacinação elimina o risco de a criança contrair a doença e garante ao Brasil a eliminação desta enfermidade. A enfermeira afirma que, em 1995, o Brasil já havia alcançado um bom nível de controle do sarampo. "Na época, em alguns estados brasileiros achava-se que não era preciso participar da campanha de vacinação contra a doença, o que levou a uma cobertura vacinal muito baixa", diz.

Como resultado, em 1996 houve a importação de casos de sarampo, vindos provavelmente da Itália, que levaram a uma epidemia em todo o País. Foram mais de 50 mil casos entre 1997 e 1998. A epidemia causou cerca de 60 mortes. Outro fator que levou à epidemia foi que a Campanha não foi realizada por muitos estados em 1995.

A Vigilância em Saúde de Campinas, informa, ainda, que os pais e responsáveis poderão atualizar o cartão de vacinação da criança, caso não tenha recebido vacinas recomendadas pelo Programa Nacional de Imunizações. Vale ressaltar que as doses contra a pólio e o sarampo serão aplicadas mesmo sem o cartão.

Balanço parcial. De acordo com dados repassados pelos Centros de Saúde e Módulos Paidéia de Saúde da Família até esta quinta-feira, 2 de setembro, mais de 57,8 mil crianças tinham sido vacinadas contra a poliomielite, desde o início da Campanha de Vacinação, em 21 de agosto. O número representa 77,1% de cobertura. Em relação ao sarampo, a cobertura já chega a 78%, com mais de 47,3 mil de crianças vacinadas. Até o dia 3 de setembro, a meta de Campinas é vacinar contra a paralisia infantil pelo menos 95% das 75,05 mil crianças menores de cinco anos de idade residentes na cidade, o que corresponde a 71,3 mil. Contra o sarampo, o objetivo é vacinar 95% das 60,8 mil crianças de 1 até 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), cerca de 57,7 mil.

Recurso. O Ministério da Saúde investiu aproximadamente R$ 103,5 milhões, dos quais R$ 87,8 milhões na compra de vacinas (cerca de R$ 10 milhões para as doses contra a pólio e cerca de 77 milhões para as doses da tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), R$ 11,3 milhões em repasses para as secretarias estaduais de Saúde operacionalizarem a vacinação e aproximadamente R$ 4,5 milhões para a divulgação da campanha.

Campanha de vacinação contra a poliomielite e o sarampo - Alerta da SMS

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