Denize Assis
A Secretaria
de Saúde de Campinas informa que amanhã, sexta-feira, dia 3
de setembro, termina a Campanha de Vacinação contra a
Poliomielite e Sarampo. Portanto, os pais ou responsáveis
devem levar as crianças menores de cinco anos que ainda não
receberam as vacinas ao posto de vacinação mais próximo. A
dose contra a paralisia infantil está indicada para todas
crianças de 0 a 5 anos e a vacina contra o sarampo para a
população com idade entre 1 e cinco anos.
De acordo com
a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância
em Saúde (Visa) de Campinas, a vacinação em massa contra a
poliomielite é importante porque mantém a doença erradicada
no Brasil, onde o último caso foi registrado em 1989. "A
estratégia impede, ainda, a importação de casos de países
que ainda têm registros de poliomielite e com as quais o
Brasil mantém estreitas relações comerciais e de
turismo", diz a sanitarista.
Segundo Carmo Ferreira, restam no mundo três regiões que
ainda não receberam a certificação de erradicação da pólio
- África, Sudeste da Ásia e Mediterrâneo. Nos últimos três
anos, 12 países dessas regiões registraram casos da doença.
São eles Angola, Etiópia, Madagascar, Mauritânia, Níger,
Nigéria, Índia, Afeganistão, Egito, Paquistão, Somália e
Sudão.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou, na última
terça-feira, dia 24 de agosto, casos de poliomielite em Guiné
e Mali. Estes dois países não registravam casos desde 1999.
Ambos também não vacinaram suas crianças na campanha
realizada em vários países africanos para evitar que vírus
circulantes na Nigéria e em Níger se alastrassem. Uma nova
campanha será realizada em outubro e novembro deste ano em 22
países da África. Segundo a OMS, em muitos países afetados
pela pólio no continente apenas 50% da população está
imune à doença.
Com relação ao sarampo, segundo Carmo Ferreira, a vacinação
elimina o risco de a criança contrair a doença e garante ao
Brasil a eliminação desta enfermidade. A enfermeira afirma
que, em 1995, o Brasil já havia alcançado um bom nível de
controle do sarampo. "Na época, em alguns estados
brasileiros achava-se que não era preciso participar da
campanha de vacinação contra a doença, o que levou a uma
cobertura vacinal muito baixa", diz.
Como resultado, em 1996 houve a importação de casos de
sarampo, vindos provavelmente da Itália, que levaram a uma
epidemia em todo o País. Foram mais de 50 mil casos entre
1997 e 1998. A epidemia causou cerca de 60 mortes. Outro fator
que levou à epidemia foi que a Campanha não foi realizada
por muitos estados em 1995.
A Vigilância em Saúde de Campinas, informa, ainda, que os
pais e responsáveis poderão atualizar o cartão de vacinação
da criança, caso não tenha recebido vacinas recomendadas
pelo Programa Nacional de Imunizações. Vale ressaltar que as
doses contra a pólio e o sarampo serão aplicadas mesmo sem o
cartão.
Balanço
parcial.
De acordo com dados repassados pelos Centros de Saúde e Módulos
Paidéia de Saúde da Família até esta quinta-feira, 2 de
setembro, mais de 57,8 mil crianças tinham sido vacinadas
contra a poliomielite, desde o início da Campanha de Vacinação,
em 21 de agosto. O número representa 77,1% de cobertura. Em
relação ao sarampo, a cobertura já chega a 78%, com mais de
47,3 mil de crianças vacinadas. Até o dia 3 de setembro, a
meta de Campinas é vacinar contra a paralisia infantil pelo
menos 95% das 75,05 mil crianças menores de cinco anos de
idade residentes na cidade, o que corresponde a 71,3 mil.
Contra o sarampo, o objetivo é vacinar 95% das 60,8 mil crianças
de 1 até 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), cerca
de 57,7 mil.
Recurso. O Ministério da Saúde investiu
aproximadamente R$ 103,5 milhões, dos quais R$ 87,8 milhões
na compra de vacinas (cerca de R$ 10 milhões para as doses
contra a pólio e cerca de 77 milhões para as doses da tríplice
viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), R$
11,3 milhões em repasses para as secretarias estaduais de Saúde
operacionalizarem a vacinação e aproximadamente R$ 4,5 milhões
para a divulgação da campanha.
Campanha
de vacinação contra a poliomielite e o sarampo - Alerta da SMS