Denize Assis
O número de
casos de diarréia aguda, com sintomas compatíveis com diarréia
provocada por rotavírus, notificados à Vigilância em Saúde
(Visa) de Campinas subiu para 667 informou a Secretaria
Municipal de Saúde nesta segunda-feira, dia 6 de setembro. No
último balanço, divulgado dia 30 de agosto, as ocorrências
somavam 477 casos. O surto atingiu bairros de todas as regiões
do município, mas a maioria das ocorrências foram
registradas nas regiões Sul e Noroeste. A faixa etária mais
acometida é a de menores de 10 anos.
A infecção
pelo rotavírus varia de um quadro leve, com diarréia aquosa
e duração limitada, a quadros graves com desidratação,
febre e vômitos, podendo evoluir para óbito. Também podem
ocorrer casos assintomáticos. A doença pode atingir todas as
faixas etárias mas oferece maior risco para crianças muito
pequenas e idosos. Os casos aparecem com mais freqüência no
final do inverno. Em Campinas, foi registrado um surto em
2003, nos meses de agosto e setembro, com mais de 1,2 mil
casos. Um idoso morreu.
"O número
de casos aumentou consideravelmente desde o início de agosto,
com ocorrências de desidratação importante e, inclusive,
necessidade de internação de crianças", informa o médico
Joaquim José de Oliveira Filho, coordenador da área de Urgência
e Emergência de Campinas.
Segundo a médica
sanitarista Naoko Silveira, da Visa de Campinas, em situação
de surto, a Vigilância recomenda colher amostra de fezes em
um a cada grupo de dez pacientes para análise laboratorial no
Instituto Adolfo Lutz e no Laboratório da Universidade
Estadual de Campinas, referência para estas situações. Para
os demais casos, o diagnóstico é feito com base nos sintomas
e pelo histórico das pessoas, chamado tecnicamente de critério
clínico-epidemiológico. Até o momento foi confirmado rotavírus
em 25 das 44 análises concluídas.
Não há
vacinas contra a doença. Contra o rotavírus, existem somente
medidas preventivas. "E a melhor forma de prevenção são
as práticas tradicionais e universais de higiene, como
limpeza dos ambientes domésticos e lavagem de mãos,
principalmente antes das refeições, após ir ao banheiro e
antes de manipular alimentos", diz a enfermeira Maria Ângela
Bordin, do Centro de Saúde São José.
Ela explica
que também é fundamental o controle da água e dos alimentos
– verduras e frutas devem ser lavadas antes de serem
ingeridas - e a destinação adequada do lixo e do esgoto.
"Para a população em geral, as maneiras de prevenção
estão sendo divulgadas pelas equipes do Paidéia de Saúde da
Família durante os trabalhos em campo e nos próprios serviços",
diz Maria Ângela.
Mães de
crianças com início de sintomas de diarréia ou vômitos são
orientadas para oferecer imediatamente soro caseiro e água
tratada para prevenir a desidratação, não suspender
alimentação e procurar imediatamente o serviço médico para
o tratamento adequado.
Alerta.
Para os profissionais de saúde, a Secretaria de Saúde
divulgou informe técnico onde relata o número de casos,
ressalta a necessidade das ocorrências serem notificadas e
orienta sobre como devem ser colhidas as amostras para análise
laboratorial.
O estímulo
ao aleitamento materno – o leite materno contém altos níveis
de anticorpos - e o diagnóstico
precoce para introdução de terapia oral ou endovenosa estão
entre as recomendações da Secretaria de Saúde. Outra
orientação é para que, na suspeita de rotavírus, as crianças
sejam afastadas de creche ou escola até o desaparecimento dos
sintomas. Além disso, é necessário seguir normas rígidas
de higiene no cuidado com crianças, principalmente em
creches, escolas, hospitais, ou qualquer local de estreito
convívio delas.