Notificações de casos suspeitos de rotavírus sobem para 667

06/09/2004

Denize Assis

O número de casos de diarréia aguda, com sintomas compatíveis com diarréia provocada por rotavírus, notificados à Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas subiu para 667 informou a Secretaria Municipal de Saúde nesta segunda-feira, dia 6 de setembro. No último balanço, divulgado dia 30 de agosto, as ocorrências somavam 477 casos. O surto atingiu bairros de todas as regiões do município, mas a maioria das ocorrências foram registradas nas regiões Sul e Noroeste. A faixa etária mais acometida é a de menores de 10 anos.

A infecção pelo rotavírus varia de um quadro leve, com diarréia aquosa e duração limitada, a quadros graves com desidratação, febre e vômitos, podendo evoluir para óbito. Também podem ocorrer casos assintomáticos. A doença pode atingir todas as faixas etárias mas oferece maior risco para crianças muito pequenas e idosos. Os casos aparecem com mais freqüência no final do inverno. Em Campinas, foi registrado um surto em 2003, nos meses de agosto e setembro, com mais de 1,2 mil casos. Um idoso morreu.

"O número de casos aumentou consideravelmente desde o início de agosto, com ocorrências de desidratação importante e, inclusive, necessidade de internação de crianças", informa o médico Joaquim José de Oliveira Filho, coordenador da área de Urgência e Emergência de Campinas.

Segundo a médica sanitarista Naoko Silveira, da Visa de Campinas, em situação de surto, a Vigilância recomenda colher amostra de fezes em um a cada grupo de dez pacientes para análise laboratorial no Instituto Adolfo Lutz e no Laboratório da Universidade Estadual de Campinas, referência para estas situações. Para os demais casos, o diagnóstico é feito com base nos sintomas e pelo histórico das pessoas, chamado tecnicamente de critério clínico-epidemiológico. Até o momento foi confirmado rotavírus em 25 das 44 análises concluídas.

Não há vacinas contra a doença. Contra o rotavírus, existem somente medidas preventivas. "E a melhor forma de prevenção são as práticas tradicionais e universais de higiene, como limpeza dos ambientes domésticos e lavagem de mãos, principalmente antes das refeições, após ir ao banheiro e antes de manipular alimentos", diz a enfermeira Maria Ângela Bordin, do Centro de Saúde São José.

Ela explica que também é fundamental o controle da água e dos alimentos – verduras e frutas devem ser lavadas antes de serem ingeridas - e a destinação adequada do lixo e do esgoto. "Para a população em geral, as maneiras de prevenção estão sendo divulgadas pelas equipes do Paidéia de Saúde da Família durante os trabalhos em campo e nos próprios serviços", diz Maria Ângela.

Mães de crianças com início de sintomas de diarréia ou vômitos são orientadas para oferecer imediatamente soro caseiro e água tratada para prevenir a desidratação, não suspender alimentação e procurar imediatamente o serviço médico para o tratamento adequado.

Alerta. Para os profissionais de saúde, a Secretaria de Saúde divulgou informe técnico onde relata o número de casos, ressalta a necessidade das ocorrências serem notificadas e orienta sobre como devem ser colhidas as amostras para análise laboratorial.

O estímulo ao aleitamento materno – o leite materno contém altos níveis de anticorpos - e o diagnóstico precoce para introdução de terapia oral ou endovenosa estão entre as recomendações da Secretaria de Saúde. Outra orientação é para que, na suspeita de rotavírus, as crianças sejam afastadas de creche ou escola até o desaparecimento dos sintomas. Além disso, é necessário seguir normas rígidas de higiene no cuidado com crianças, principalmente em creches, escolas, hospitais, ou qualquer local de estreito convívio delas.

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