Denize Assis
Campinas
vacinou 65,5 mil crianças contra a poliomielite na segunda
fase da Campanha Nacional de Vacinação, de 21 de agosto a 10
setembro, segundo dados da Vigilância em Saúde da
Prefeitura. Os números de imunizados representam 87,3% do
total de pessoas menores de cinco anos na cidade. Também
foram vacinadas 54,1 mil crianças contra sarampo, caxumba e
rubéola (tríplice viral), o que equivale a 89% da população
na faixa de 1 a 4 anos de idade no município. O resultado
preliminar – ainda faltam dados de algumas unidades –
ficou abaixo da cobertura de 95% recomendada pelo Ministério
da Saúde.
Em 2003, na
segunda fase da campanha, 92,7% da população menor de cinco
anos de Campinas receberam a dose contra a poliomielite e a
cidade atingiu o melhor índice de cobertura em campanhas
nacionais de vacinação desde 1.988. Em 99, foram vacinados
88%. Em 2000, 86,5%, em 2001, 84,3% e, em 2002, 85,2%. Este
ano, na primeira fase, 85% do público alvo receberam a
vacina.
Segundo o
pediatra e sanitarista Roberto Mardem Farias, diretor
municipal de Saúde de Campinas, vários fatores contribuem
para que a cidade não atinja a meta estipulada pelo Ministério
da Saúde. "As pessoas ainda não compreenderam a importância
da vacina. Muitas vezes elas usam o raciocínio, incorreto, de
que por terem participado de várias campanhas anteriores e já
terem recebido a dose na rotina, não é necessário mais uma
dose. Mas este raciocínio, reforço, é equivocado",
diz.
O sanitarista
informa ainda que os bairros mais pobres vacinaram mais e os
de classe média, como os da região Leste, vacinaram menos. E
aí, segundo Roberto, falta uma consciência coletiva, de
responsabilidade. "É necessário que as pessoas
compreendam que vacinar seus filhos na campanha, também ajuda
a proteger as outras crianças. Vacinar todos ao mesmo tempo
garante a homogeneidade necessária para impedir que doenças
como o sarampo e a pólio voltem a ocorrer no nosso bairro, na
nossa cidade, no país", afirma.
Contingente.
Na segunda etapa da campanha, em Campinas, foram mobilizados
1,4 mil servidores em 280 postos de vacinação. Na área
rural e nos locais mais distantes, as doses chegaram em
unidades volantes por causa do acesso difícil. O município
recebeu 76,5 mil doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e
rubéola) e 105 mil doses da Sabin (contra a poliomielite).
A Organização
Mundial de Saúde (OMS) estima que a imunização contra a
poliomielite em todo o mundo previna 550 mil casos da doença
a cada ano. Antes do desenvolvimento da vacina, na década de
50, a poliomielite matava ou deixava seqüelas físicas em
cerca de 600 mil pessoas todos os anos. A última ocorrência
de poliomielite no Brasil foi registrada em Sousa, na Paraíba,
em 1989. Em Campinas, o último caso foi em 1984.
Já o sarampo
é a doença febril exantemática de maior freqüência no
mundo, com uma taxa de mortalidade importante e de fácil
transmissão. Todos os anos, mais de 800 mil crianças morrem
em conseqüência do sarampo no mundo. A meta da OMS é
reduzir o número de casos para 400 mil em 2007.