Campinas vacina 87,3% das crianças menores de cinco anos contra a pólio

14/09/2004

Denize Assis

Campinas vacinou 65,5 mil crianças contra a poliomielite na segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação, de 21 de agosto a 10 setembro, segundo dados da Vigilância em Saúde da Prefeitura. Os números de imunizados representam 87,3% do total de pessoas menores de cinco anos na cidade. Também foram vacinadas 54,1 mil crianças contra sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral), o que equivale a 89% da população na faixa de 1 a 4 anos de idade no município. O resultado preliminar – ainda faltam dados de algumas unidades – ficou abaixo da cobertura de 95% recomendada pelo Ministério da Saúde.

Em 2003, na segunda fase da campanha, 92,7% da população menor de cinco anos de Campinas receberam a dose contra a poliomielite e a cidade atingiu o melhor índice de cobertura em campanhas nacionais de vacinação desde 1.988. Em 99, foram vacinados 88%. Em 2000, 86,5%, em 2001, 84,3% e, em 2002, 85,2%. Este ano, na primeira fase, 85% do público alvo receberam a vacina.

Segundo o pediatra e sanitarista Roberto Mardem Farias, diretor municipal de Saúde de Campinas, vários fatores contribuem para que a cidade não atinja a meta estipulada pelo Ministério da Saúde. "As pessoas ainda não compreenderam a importância da vacina. Muitas vezes elas usam o raciocínio, incorreto, de que por terem participado de várias campanhas anteriores e já terem recebido a dose na rotina, não é necessário mais uma dose. Mas este raciocínio, reforço, é equivocado", diz.

O sanitarista informa ainda que os bairros mais pobres vacinaram mais e os de classe média, como os da região Leste, vacinaram menos. E aí, segundo Roberto, falta uma consciência coletiva, de responsabilidade. "É necessário que as pessoas compreendam que vacinar seus filhos na campanha, também ajuda a proteger as outras crianças. Vacinar todos ao mesmo tempo garante a homogeneidade necessária para impedir que doenças como o sarampo e a pólio voltem a ocorrer no nosso bairro, na nossa cidade, no país", afirma.

Contingente. Na segunda etapa da campanha, em Campinas, foram mobilizados 1,4 mil servidores em 280 postos de vacinação. Na área rural e nos locais mais distantes, as doses chegaram em unidades volantes por causa do acesso difícil. O município recebeu 76,5 mil doses da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e 105 mil doses da Sabin (contra a poliomielite).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a imunização contra a poliomielite em todo o mundo previna 550 mil casos da doença a cada ano. Antes do desenvolvimento da vacina, na década de 50, a poliomielite matava ou deixava seqüelas físicas em cerca de 600 mil pessoas todos os anos. A última ocorrência de poliomielite no Brasil foi registrada em Sousa, na Paraíba, em 1989. Em Campinas, o último caso foi em 1984.

Já o sarampo é a doença febril exantemática de maior freqüência no mundo, com uma taxa de mortalidade importante e de fácil transmissão. Todos os anos, mais de 800 mil crianças morrem em conseqüência do sarampo no mundo. A meta da OMS é reduzir o número de casos para 400 mil em 2007.

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