Centro de Saúde do Balão do Laranja cria grupo de alcoolistas

14/09/2004

Talita El Kadri

O Centro de Saúde (CS) do Balão do Laranja passou a oferecer assistência, em grupo, para alcoolistas. As reuniões acontecem há um mês, desde agosto, às quintas-feiras, às 10h, no próprio CS. Durante os encontros, uma médica e agentes de saúde discutem temas ligados à dependência química com o intuito de aumentar a auto-estima dos pacientes etilistas e, conseqüentemente, o abandono do vício.

Segundo a enfermeira sanitarista Maria Filomena Gouveia Vilela, coordenadora do Distrito de Saúde Noroeste, a experiência é pioneira na região Noroeste da cidade e representa um avanço importante já que os pacientes passam a receber ajuda no local mais próximo de suas residências, o que significa maior vínculo com a unidade de saúde.

"Antigamente os pacientes eram encaminhados para o centro de tratamento em alcoolismo da Secretaria de Saúde, que é referência para toda a cidade, o Núcleo de Atenção à Dependência Química (NADEQ). Agora são tratados no CS e já é possível notar bons resultados", afirma a auxiliar de enfermagem, Rosemeire Niquelino.

De acordo com ela, os alcoolistas são encaminhados para o grupo assim que é diagnosticada a doença. Rosemeire ressalta que foi preciso fazer uma convocação dos pacientes para a primeira reunião, mas que hoje, a presença dos componentes é freqüente.

A agente de saúde, Roseli da Cruz Coelho Dias, informa que para promover um trabalho eficiente, a equipe de saúde do CS procurou o grupo Alcoólicos Anônimos (AA) para orientação em relação aos encontros. "Aprendemos a melhor maneira de cuidar desses pacientes. A partir das reuniões analisamos, caso a caso, a necessidade de medicá-los ou encaminhá-los para especialistas como psicólogos e psiquiatras", diz.

Segundo Roseli, todo o trabalho é voltado para a melhora da auto-estima dos etilistas com o objetivo de prevenir recaídas e reintegrá-los na sociedade. "Conseguimos aproximar famílias e contamos com a importante participação de algumas nas reuniões. Desta forma, a conscientização dos dependentes em relação à necessidade do tratamento contínuo é facilitada". Roseli afirma, ainda, que a permanência do usuário no grupo depende da vontade em deixar o vício.

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