Talita El Kadri
Campinas
registrou, de janeiro a agosto de 2004, o melhor desempenho
dos últimos três anos em número de doadores de órgãos e
tecidos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foram 18
doadores de órgãos e tecidos este ano. No ano passado, no
mesmo período, foram 14, e, em 2002, 7. Os números foram
informados à Secretaria de Saúde nesta sexta-feira, dia 24,
pela Organização de Procura de Órgãos (OPO) para
Transplantes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A cidade
segue a tendência do Brasil que em 2003 atingiu o número
recorde de 8,5 mil transplantes. Em 2002, foram realizados 7,9
mil e, este ano, o Ministério da Saúde tem a expectativa de
que o número atinja 12 mil. O estado de São Paulo representa
40% do total de procedimentos no Brasil.
Mas embora os
números sejam animadores, ainda há muito para ser feito na
questão da doação de órgãos em Campinas e no País. É
por isso que a Secretaria de Saúde de Campinas, por meio do
Hospital Municipal Mário Gatti, intensifica a partir deste sábado,
dia 25 de setembro, em conjunto com a Liga de Enfermagem da
OPO-Unicamp, Associação de Assistência aos Portadores de
Hepatites Candidatos e Transplantados Hepáticos (APHOIE),
Associação dos Pacientes Renais Crônicos (ARCC), Centro de
Apoio ao Transplantado de Medula Óssea (CATMO), Hospitalhaços
e Xododói, as ações para sensibilizar as famílias de
doadores e estimular a doação (confira programação
abaixo). As atividades, coordenadas pela OPO, lembram o
dia Nacional do Doador de Órgãos e Tecidos, em 27 de
setembro.
No Brasil, a
legislação só permite doação com autorização dos
familiares. Mesmo que o cidadão declare-se doador, seus órgãos
só podem ser transplantados se a família permitir. Por isso,
com o objetivo de orientar melhor as pessoas e informá-las
sobre a importância do gesto de doar órgãos, o Hospital
Municipal Mário Gatti desenvolve ações permanentes que são
intensificadas para marcar ocasiões como o Dia do Doador.
Segundo a
enfermeira da OPO, Nilza Hilário, as ações pretendem
esclarecer eventuais dúvidas sobre doações e desmistificar
idéias preconceituosas. Ela informa, ainda, que a subnotificação,
ou seja, a não notificação de mortes encefálicas também
será trabalhada durante essa semana para possibilitar o
aumento do número de transplantes na região. "Vamos
abordar as equipes de saúde para orientar quanto às
alternativas e formas de viabilizar, identificar e confirmar
esse quadro", diz Nilza. A enfermeira afirma que essa é
uma ação contínua durante o ano, já que a partir da
notificação da morte encefálica é iniciado os procedimento
para viabilizar o transplante.
Transplantes
e doações. De
acordo com a assistente social do Hospital Municipal Mário
Gatti, Vera Lúcia Reche, o processo de transplante é
iniciado quando existe a notificação de morte encefálica. A
equipe médica é responsável por averiguar a vontade da família
em doar os órgãos, e, caso a resposta seja positiva, a
Central de Captação de Órgãos, da Unicamp, é contatada.
Nesse
momento, a equipe de captação de órgãos providencia a
realização exames para verificar a possibilidade de promover
o transplante. "Quando existe a notificação de morte
encefálica pode acontecer o transplante ou não. A família
precisa autorizar o procedimento e é preciso que o órgão
esteja em boas condições para poder ser transplantado",
afirma a enfermeira Nilza.
Caso o
transplante se concretize, a Central de Notificação, Captação
e Distribuição de Órgãos (CNCDO2), de Ribeirão Preto, é
responsável pelo encaminhamento e distribuição dos órgãos
no interior do estado.
Programação
da Semana do Doador de Órgão e Tecidos:
Sábado, dia
25:
9h às 11h30:
Brincadeiras, distribuição de folders, e orientações sobre
a importância de doar órgãos, no Largo das Andorinhas
12h: Missa de
abertura oficial da Campanha de Doação de Órgãos e
Tecidos, na catedral.
Distribuição
de informativos nos postos de pedágios da região.
Domingo, dia
26:
9h: Caminhada
pela Vida, no Bosque dos Jequitibás.
10h30:
Apresentação do Coral de Vozes da Unicamp, no Bosque dos
Jequitibás.
Segunda-feira,
dia 27 (Dia Nacional do Doador de Órgãos):
9h:
Solenidade da Organização de Procura de Órgãos (OPO/Unicamp)
em parceria com instituição governamental e não
governamental.
13h: Culto
ecumênico para as famílias dos doadores.