Ação leva informações sobre dengue a 3 mil no Mercado das Flores da Ceasa

01/09/2005

A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) Norte, pretende atingir pelo menos 3 mil pessoas numa atividade de prevenção e controle da dengue no Mercado das Flores da Centrais de Abastecimento S/A (Ceasa), nesta quinta-feira, dia 1º de setembro. A atividade, desencadeada por solicitação do próprio mercado e com apoio da Ceasa, teve início às 7 da manhã e vai ocorrer durante todo período de expediente da instituição.

Além das informações sobre a doença e orientações sobre como evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus da dengue, as pessoas vão poder conhecer um pouco sobre animais da fauna sinantrópica – aranhas, escorpiões e outros - que atingem o setor de flores e maneiras de evitar sua disseminação.

Para desenvolver a ação, a Visa Norte mobilizou 15 profissionais das diversas áreas da saúde entre os quais agentes comunitários de saúde dos Centros de Saúde (CSs) de Barão Geraldo e do São Marcos, supervisores de controle ambiental, médicos veterinários e técnicos em zoonoses.

"O objetivo é atingir o público que atua no mercado de flores já que este é um setor que trabalha com atividades de risco para a dengue por conta da disponibilidade dos recipientes que acumulam água e que, se não cuidados, podem se transformar em criadouros", diz Roberto Ribeiro de Souza, supervisor de controle ambiental da Visa Norte.

O supervisor informa que o grande problema para combater o mosquito Aedes aegypti é que sua reprodução ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas, como caixas d'água, barris, tambores, pratos e vasos de plantas ou flores, folhas de plantas, tocos e bambus, buracos de árvores e muitos outros onde a água da chuva é coletada ou armazenada.

"Portanto, considerando essa facilidade de disseminação, podemos dimensionar o grau de dificuldade para efetivamente combater a doença - o que só é possível com a quebra da cadeia de transmissão, eliminando o mosquito dos locais onde se reproduzem", diz.

Assim, segundo Roberto, a prevenção e as medidas de combate exigem a participação e a mobilização de toda a comunidade a partir da adoção de medidas que visam a interrupção do ciclo de transmissão e contaminação. "Caso contrário, as ações isoladas poderão ser insuficientes para acabar com os focos da doença", afirma.

Roberto diz que a Visa ainda trabalha com a expectativa de que o público atingido hoje possa se transformar em multiplicador das informações sobre o tema nos próprios ambientes de trabalho, entre o público consumidor de flores e também nas suas casas, suas comunidades. "Vamos mostrar, durante as atividades, o certo e o errado quando o assunto é dengue e orientar sobre que atitudes adotar para manter uma relação saudável com o meio ambiente e com as outras espécies evitado assim a dengue e outras doenças", diz o supervisor.

Dados. Campinas enfrenta surtos epidêmicos de dengue há nove anos consecutivos, sendo que o maior número de casos – 1,4 mil casos -, foi registrado em 2002. Em 2003, houve 450 confirmações e, no ano passado, 24. Este ano, foram registrados 108, sendo que as áreas do Rosália, Região Norte, e do São Domingos, Região Sul, registraram o maior número de ocorrências.

Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça, dor no corpo e dor atrás dos olhos. A pessoa com a doença também pode apresentar dor nas juntas e manchas vermelhas na pele. Ao manifestar algum destes sinais, o cidadão deve procurar o Centro de Saúde rapidamente.

Denize Assis

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