Saúde pretende vacinar 21 mil animais na 1a etapa da campanha contra a raiva animal

01/09/2005

Meta, pactuada com o Instituto Pasteur, é vacinar, 
durante toda
campanha, pelo menos13 mil gatos e 130 mil cães em toda cidade

A Secretaria de Saúde de Campinas pretende vacinar 21 mil animais entre gatos e cães neste final de semana, dias 3 e 4 de setembro, na primeira etapa da Campanha de Vacinação contra a Raiva Animal que ocorre, das 8h às 17h, na Região Sudoeste da cidade. Para alcançar este objetivo, a Vigilância em Saúde (Visa) Sudoeste vai mobilizar mais de 300 servidores que vão atuar em 54 postos de vacinação e em áreas de suporte como manutenção, almoxarifado, Departamento de Transportes Interno (Deti) e no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

A vacinação acontece nas outras regiões da cidade (Norte, Noroeste, Sul e Leste) em sábados e domingos até o final de setembro e também no primeiro final de semana de outubro. A meta, pactuada com o Instituto Pasteur, é vacinar, durante toda a campanha, pelo menos 13 mil gatos e 130 mil cães em toda cidade.

O médico veterinário Cláudio Luiz Castagna, da Visa Sudoeste, informa que a vacina não tem contra-indicação e que todos os animais com mais de dois meses, inclusive gatas e cadelas prenhes, que estejam amamentando, no cio e mesmo que já tenham recebido a vacina este ano, devem ser tomar a dose na campanha. "Pessoas que têm três ou mais gatos e encontram dificuldades para conduzir os animais ao posto de vacinação devem procurar orientação nos Centros de Saúde", informa o veterinário.

Cláudio afirma que é responsabilidade do proprietário vacinar seu gato e cão todos os anos contra a raiva animal. "A Prefeitura promove campanha anual e não é necessário pagar pelas doses", informa. Segundo Cláudio, gatos e cães são os principais transmissores da raiva, doença fatal, para as pessoas, sobretudo em áreas urbanas. "O gato principalmente, por seus hábitos de caça, pode atacar um morcego contaminado, infectar-se e assim passar a ser um potencial transmissor do vírus rábico. Por isso, é fundamental manter os animais domésticos em dia com a vacinação", afirma.

Para convocar a população a levar seus animais aos postos, a Secretaria de Saúde contratou carros-som que percorrem amanhã, sábado e no domingo os bairros nos quais ocorre a vacinação. Também foram colocadas faixas e cartazes e distribuídos folhetos com informações sobre a campanha em locais de grande fluxo de pessoas.

Informações sobre os postos de vacinação estão sendo divulgadas pelo telefone 156 da Prefeitura, pelos telefones do CCZ que são 3245-1219 ou 3245-2268, e no portal da Secretaria Municipal de Saúde (www.campinas.sp.gov.br/saude). A Visa Sudoeste conta também, para a divulgação, com apoio da mídia impressa e de rádio e televisão.

Saiba mais. A raiva é uma doença que acomete todas as espécies de mamíferos e que pode ser transmitida aos homens, sendo portanto, uma zoonose. É causada por um vírus mortal, tanto para os homens quanto para os animais, e é uma das doenças mais antigas da humanidade, havendo relatos desde o século 24 antes de Cristo.

A principal forma de transmissão da raiva é pelo depósito de saliva contendo o vírus rábico em pele ou mucosa por meio de mordedura, arranhadura e lambedura. No meio urbano, o principal transmissor da doença para o homem é o cão – cerca de 80% dos casos -, seguido do gato. O Brasil é o país com o maior número de casos de raiva humana na América Latina.

Campinas. Apesar de Campinas ser considerada como área de raiva controlada – os últimos casos em humano e em cão ocorreram no início da década de 80 -, o município voltou a registrar casos em morcegos não hematófagos em 1998, um caso em gato 99, e casos em herbívoros – bois, cavalos entre outros – em 2000, na área de Joaquim Egídeo, na Região Leste, tendo a doença avançado, em 2001 e 2002, para outros bairros da Leste, entre os quais o Carlos Gomes.

Com um intenso trabalho que incluiu reforço nas estratégias de vigilância epidemiológica, mapeamento das colônias de morcegos hematófagos e ações de educação em saúde, os casos em herbívoros cessaram e, a partir de 2003, têm sido registradas ocorrências somente em morcegos não hematófagos – frugívoros e insetívoros - em áreas da Região Norte, como Barão Geraldo, e ainda na Leste, no Centro da cidade.

Segundo a Vigilância em Saúde da Prefeitura, a ocorrência desta doença em animais de grande porte e em morcegos não hematófagos aumenta o risco de este agravo voltar a atingir humanos. Esta situação demanda um intenso trabalho de vigilância epidemiológica, altas coberturas vacinais de cães e gatos e ações de educação em saúde e mobilização social. É com esta diretriz que a Secretaria de Saúde realiza as campanhas anuais de vacinação.

Confira onde acontecem as próximas etapas da Campanha:

10 e 11 de setembro: Região Norte
17 e 18 de setembro: Região Noroeste
24 e 25 de setembro: Região Sul
8 e 9 de outubro: Região Leste

Denize Assis

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