A
Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de
Campinas informou nesta sexta-feira, 2 de setembro,
que 68.659 crianças menores de cinco receberam a
vacina contra poliomielite no município durante a
segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação
contra a Paralisia Infantil, realizada entre os dias
20 e 31 de agosto. Isto representa cobertura de 86% em
relação à população de 75 mil crianças nesta
faixa etária residentes na cidade.
O
resultado está abaixo da meta preconizada pelo Ministério
da Saúde e Organização Mundial de Saúde (OMS) de
vacinar 95% das crianças menores de cinco anos. Na
Região da DIR XII, que engloba 42 municípios da Região
de Campinas, a cobertura atingiu 92%. No Estado de São
Paulo, o índice foi de 92,5%. O resultado do País
como um todo ainda não foi divulgado.
Segundo
a Secretaria de Saúde de Campinas, há vários anos,
o município não atinge a meta de 95%. No ano
passado, a cobertura vacinal atingiu 85% na primeira
etapa da Campanha e 87% na segunda. Este ano, na
primeira fase, foram vacinadas 84% das crianças.
Segundo
a Secretaria de Saúde, os técnicos da Vigilância em
Saúde Municipal têm buscado ampliar as estratégias
para sensibilizar a população a participar da
Campanha e os profissionais de saúde a incentivar
esta participação. Nesta segunda fase, por exemplo,
foram distribuídos cartazes e folhetos, veiculadas
mensagens publicitárias em rádios, estabelecida
parceria com a Unimed para sensibilização dos
profissionais associados à cooperativa, implementado
trabalho conjunto com a Secretaria de Educação para
disseminação nas escolas, além de ampla divulgação
com apoio da mídia impressa e de rádio e televisão,
entre outras atividades.
Certificação
.
A OMS estima que a imunização contra a poliomielite
em todo o mundo previna 550 mil casos da doença a
cada ano. Antes do desenvolvimento da vacina, na década
de 50, a poliomielite matava ou deixava seqüelas físicas
em cerca de 600 mil pessoas todos os anos.
Em
Campinas, o último caso de poliomielite foi
verificado em 1980. No Estado de São Paulo, em 1981.
A última ocorrência no Brasil foi registrada em
Sousa, na Paraíba, em 1989. A criança acometida pela
doença sobreviveu sem seqüelas. No entanto, a
poliomielite pode causar paralisias permanentes,
principalmente nos membros inferiores, ou até matar.
A
partir de 1980, o Brasil adotou a estratégia de
vacinar todas as crianças menores de cinco anos. O
resultado foi a redução de 2,8 mil casos na década
e a erradicação da doença, certificada pela OMS em
1994. Mas é importante que esta estratégia continue
e com altas coberturas - de 95% das crianças menores
de cinco anos -, já que a pólio ainda é endêmica
em vários países da África e Ásia e Mediterrâneo
Oriental, regiões com grande trânsito de pessoas
para o Brasil.
"Por isso, há a necessidade de manter campanhas
de vacinação contra a pólio, mesmo nos países como
o nosso que já erradicaram a doença, uma vez que o
fluxo intenso e rápido de viajantes pelo mundo pode,
facilmente, propagar o poliovírus. Sem a vacinação,
o País ficaria vulnerável", diz a enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica de Campinas.
Denize
Assis