A
Secretaria de Saúde de Campinas promove nesta terça-feira,
dia 6 de setembro, a partir das 14h, no Auditório da
Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC),
Seminário de Mortalidade Materno Infantil e Transmissão
Vertical de HIV, Sífilis e Hepatite B. A SMCC fica rua
Delfino Cintra, 63.
Direcionado
a hospitais do município que contam com maternidade, o
evento tem como objetivo discutir a situação da cidade
em relação a mortalidade materna e infantil e a
transmissão vertical – de mãe para filho durante a
gestação – das doenças acima relacionadas e propor
a ampliação da participação dos hospitais privados
no Comitê Municipal de Prevenção ao Óbito
Materno/Infantil.
Além
disso, a Secretaria vai apresentar resolução técnica
municipal que estabelece que as maternidades
particulares devem realizar o teste para detectar o vírus
HIV em todas as gestantes que não tiverem feito o exame
durante o pré-natal, o teste de sífilis para todas que
se internarem para parto ou aborto e a vacina contra a
hepatite B nos recém-nascidos nas primeiras 12 horas de
vida.
O seminário
atende a estratégia prevista no Pacto Nacional pela
Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, firmado
entre União, estados, municípios e sociedade civil em
2004. O pacto estabeleceu um conjunto de ações para
reduzir em 15%, até 2006, os atuais índices de mortes
de mulheres e de bebês com até 28 dias de vida. Em
2015, a meta é atingir uma redução de 75% desses índices.
Dados
de 2004 da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas
apontam que 7 mulheres morreram em hospitais da cidade
por complicações na gravidez, no parto, no pós-parto
ou em decorrência de abortos. O número constitui taxa
de mortalidade materna de 35,8 por 100 mil nascidos
vivos. Em relação aos bebês, em 2004, ocorreram 154
óbitos em crianças com menos de 1 ano de vida e 122 óbitos
fetais – aqueles em que o bebê já nasce morto -, o
que dá uma taxa de mortalidade infantil de 11 por mil
nascidos vivos.
Segundo
a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da
Visa de Campinas, as ações estratégicas para o Pacto
Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e
Neonatal estão voltadas ao planejamento familiar, à
atenção ao pré-natal, ao parto e ao pós-parto, às
urgências/emergências maternas e neonatais, ao aborto
previsto em lei (e às complicações devido ao aborto
inseguro) e à vigilância do óbito.
"Também
reforçam o atendimento ao recém-nascido, a promoção
do aleitamento materno e a atenção à gestante HIV
positivo e ao seu recém-nascido, assim como às
mulheres vítimas de violência sexual e doméstica",
diz a sanitarista.
A
enfermeira afirma que o município avançou nos últimos
anos em relação à política de investigação do óbito
materno e neonatal. A Secretaria de Saúde instituiu o
Comitê Municipal de Prevenção ao Óbito
Materno/Infantil, que tem caráter educativo, e melhorou
o conhecimento das circunstâncias de ocorrência de óbitos,
identificando os fatores de risco.
"O
desafio agora é estabelecer medidas que tenham impacto
na redução da mortalidade, a partir da identificação
dos fatores de risco e da melhoria da qualidade da
assistência. E o principal objetivo do seminário é
justamente discutir e propor a participação das
maternidades privadas na implementação destas
iniciativas, sendo que uma das diretrizes é a ampliar a
participação destas instituições no comitê com
participação na análise e conclusão dos casos",
diz Carmo Ferreira.
Denize
Assis