Saúde pretende vacinar 1,7 mil gatos e 17,2 mil cães na segunda etapa da campanha contra a raiva animal

08/09/2005

A Secretaria de Saúde de Campinas pretende vacinar 1,7 mil gatos e 17,2 mil cães no próximo final de semana, dias 10 e 11 de setembro, na segunda etapa da Campanha de Vacinação contra a Raiva Animal que ocorre, das 8h às 17h tanto no sábado como no domingo, na Região Norte da cidade. Para atingir a meta, a Vigilância em Saúde (Visa) Norte vai mobilizar mais de 260 servidores que vão atuar em 54 postos de vacinação, entre fixos e volantes, e nas atividades de logística, manutenção e apoio.

A Campanha é organizada pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Vigilâncias em Saúde e unidades básicas de saúde (Centros de Saúde e Módulos de Saúde da Família). Também vão colaborar nesta fase da campanha servidores do Almoxarifado Central e do setor de Manutenção da Secretaria de Saúde, além do Departamento de Transportes Internos (Deti). Algumas escolas vão abrir suas portas para funcionarem como postos de vacinação.

Segundo a médica veterinária Tosca de Lucca Benini, da Vigilância em Saúde (Visa) Norte, o município de Campinas possui uma brigada de vacinadores formada por servidores municipais que foram treinados para desempenhar esta atividade e que, este ano, passaram por uma reciclagem teórica que abordou os principais aspectos da campanha com ênfase para a postura do vacinador e para as técnicas de aplicação e contenção dos animais.

"Estes profissionais recebem, há anos, treinamento que inclui aulas teóricas e práticas para trabalhar na campanha. Além disso, todos eles tomaram, em anos anteriores, vacina contra a raiva – procedimento chamado de tratamento de pré-exposição -, sendo que eles ainda são acompanhados ano a ano para que se verifique a necessidade de reforçar o tratamento", afirma Tosca.

Após esta etapa, a vacinação acontece nas regiões Noroeste, Sul e Leste da cidade, em sábados e domingos até o final de setembro e também nos primeiros finais de semana de outubro. A meta, pactuada com o Instituto Pasteur, é vacinar, durante toda a campanha, pelo menos 13 mil gatos e 130 mil cães em toda cidade.

A veterinária informa que a vacina não tem contra-indicação e que todos os animais com mais de dois meses, inclusive gatas e cadelas prenhes, fêmeas que estejam amamentando e mesmo os animais idosos devem tomar a dose.

Segundo Tosca, é responsabilidade do proprietário vacinar seu gato e cão todos os anos contra a raiva animal. "A Prefeitura promove campanha anual e não é necessário pagar pelas doses", diz. A veterinária acrescenta que gatos e cães são os principais transmissores da raiva, doença fatal, para as pessoas, sobretudo em áreas urbanas. "O gato principalmente, por seus hábitos de caça, pode atacar um morcego contaminado, infectar-se e assim passar a ser um potencial transmissor do vírus rábico. Por isso, é fundamental manter os animais domésticos em dia com a vacinação", afirma.

Para convocar a população a levar seus animais aos postos, a Secretaria de Saúde contratou carros de som que percorrem na sexta-feira, sábado e domingo, os bairros nos quais ocorre a vacinação. Também foram colocadas faixas com informações sobre a campanha e distribuídos cartazes e folhetos em locais de grande fluxo de pessoas. A Visa Norte conta também, para a divulgação, com apoio da mídia impressa e de rádio e televisão.

Saiba mais. A raiva é uma doença que acomete mamíferos e que pode ser transmitida aos homens, sendo portanto, uma zoonose. É causada por um vírus mortal, tanto para os homens quanto para os animais. Segundo o Instituto Pasteur, no Brasil, em espaços urbanos, o principal transmissor da raiva para o homem é o cão, seguido do gato. Em espaços rurais é o morcego.

Por isso, Tosca reforça a importância de manter gatos e cães vacinados, uma vez que, se estes animais não estiverem protegidos, aumenta muito o risco de serem registrados casos em animais e em humanos. A veterinária explica que a transmissão ocorre quando o vírus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão. "A transmissão pode ocorrer diretamente do morcego para o ser humano, do morcego para o animal e do animal infectado para o homem", diz.

Em Campinas, os últimos casos de raiva registrados em humano e em cão foram no início dos anos de 1.980. Em gato, a última ocorrência foi notificada em 1.999. No entanto, no Brasil, a raiva humana ainda faz muitas vítimas, sendo nosso País o que mais registra casos de raiva humana na América Latina.

Informações sobre os postos de vacinação estão sendo divulgadas pelo telefone 156 da Prefeitura, pelos telefones do CCZ que são 3245-1219 ou 3245-2268, e no portal de Secretaria de Saúde.

Denize Assis

Volta ao índice de notícias