A
Secretaria de Saúde de Campinas pretende vacinar 1,7
mil gatos e 17,2 mil cães no próximo final de
semana, dias 10 e 11 de setembro, na segunda etapa da
Campanha de Vacinação contra a Raiva Animal que
ocorre, das 8h às 17h tanto no sábado como no
domingo, na Região Norte da cidade. Para atingir a
meta, a Vigilância em Saúde (Visa) Norte vai
mobilizar mais de 260 servidores que vão atuar em 54
postos de vacinação, entre fixos e volantes, e nas
atividades de logística, manutenção e apoio.
A
Campanha é organizada pelo Centro de Controle de
Zoonoses (CCZ), Vigilâncias em Saúde e unidades básicas
de saúde (Centros de Saúde e Módulos de Saúde da
Família). Também vão colaborar nesta fase da
campanha servidores do Almoxarifado Central e do setor
de Manutenção da Secretaria de Saúde, além do
Departamento de Transportes Internos (Deti). Algumas
escolas vão abrir suas portas para funcionarem como
postos de vacinação.
Segundo
a médica veterinária Tosca de Lucca Benini, da Vigilância
em Saúde (Visa) Norte, o município de Campinas
possui uma brigada de vacinadores formada por
servidores municipais que foram treinados para
desempenhar esta atividade e que, este ano, passaram
por uma reciclagem teórica que abordou os principais
aspectos da campanha com ênfase para a postura do
vacinador e para as técnicas de aplicação e contenção
dos animais.
"Estes
profissionais recebem, há anos, treinamento que
inclui aulas teóricas e práticas para trabalhar na
campanha. Além disso, todos eles tomaram, em anos
anteriores, vacina contra a raiva – procedimento
chamado de tratamento de pré-exposição -, sendo que
eles ainda são acompanhados ano a ano para que se
verifique a necessidade de reforçar o
tratamento", afirma Tosca.
Após
esta etapa, a vacinação acontece nas regiões
Noroeste, Sul e Leste da cidade, em sábados e
domingos até o final de setembro e também nos
primeiros finais de semana de outubro. A meta,
pactuada com o Instituto Pasteur, é vacinar, durante
toda a campanha, pelo menos 13 mil gatos e 130 mil cães
em toda cidade.
A
veterinária informa que a vacina não tem
contra-indicação e que todos os animais com mais de
dois meses, inclusive gatas e cadelas prenhes, fêmeas
que estejam amamentando e mesmo os animais idosos
devem tomar a dose.
Segundo
Tosca, é responsabilidade do proprietário vacinar
seu gato e cão todos os anos contra a raiva animal.
"A Prefeitura promove campanha anual e não é
necessário pagar pelas doses", diz. A veterinária
acrescenta que gatos e cães são os principais
transmissores da raiva, doença fatal, para as
pessoas, sobretudo em áreas urbanas. "O gato
principalmente, por seus hábitos de caça, pode
atacar um morcego contaminado, infectar-se e assim
passar a ser um potencial transmissor do vírus rábico.
Por isso, é fundamental manter os animais domésticos
em dia com a vacinação", afirma.
Para
convocar a população a levar seus animais aos
postos, a Secretaria de Saúde contratou carros de som
que percorrem na sexta-feira, sábado e domingo, os
bairros nos quais ocorre a vacinação. Também foram
colocadas faixas com informações sobre a campanha e
distribuídos cartazes e folhetos em locais de grande
fluxo de pessoas. A Visa Norte conta também, para a
divulgação, com apoio da mídia impressa e de rádio
e televisão.
Saiba
mais.
A raiva é uma doença que acomete mamíferos e que
pode ser transmitida aos homens, sendo portanto, uma
zoonose. É causada por um vírus mortal, tanto para
os homens quanto para os animais. Segundo o Instituto
Pasteur, no Brasil, em espaços urbanos, o principal
transmissor da raiva para o homem é o cão, seguido
do gato. Em espaços rurais é o morcego.
Por
isso, Tosca reforça a importância de manter gatos e
cães vacinados, uma vez que, se estes animais não
estiverem protegidos, aumenta muito o risco de serem
registrados casos em animais e em humanos. A veterinária
explica que a transmissão ocorre quando o vírus da
raiva existente na saliva do animal infectado penetra
no organismo, através da pele ou mucosas, por
mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não
existindo necessariamente agressão. "A transmissão
pode ocorrer diretamente do morcego para o ser humano,
do morcego para o animal e do animal infectado para o
homem", diz.
Em
Campinas, os últimos casos de raiva registrados em
humano e em cão foram no início dos anos de 1.980.
Em gato, a última ocorrência foi notificada em
1.999. No entanto, no Brasil, a raiva humana ainda faz
muitas vítimas, sendo nosso País o que mais registra
casos de raiva humana na América Latina.
Informações
sobre os postos de vacinação estão sendo divulgadas
pelo telefone 156 da Prefeitura, pelos telefones do
CCZ que são 3245-1219 ou 3245-2268, e no portal de
Secretaria de Saúde.
Denize
Assis