Capacitação prepara agentes de saúde para diagnosticar e tratar tuberculose

12/09/2005

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) e do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids), inicia nesta terça-feira, 13 de setembro, capacitação de agentes comunitários de saúde (ACS) em tuberculose. O objetivo é fortalecer a rede de diagnóstico e tratamento, possibilitando um efetivo controle da doença no município.

A meta é que, até dezembro, os 560 agentes que atuam na rede pública municipal de saúde estejam capacitados. A etapa desta terça-feira acontece das 8h às 17h, na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), na Av. Brasil, nº 2.340, Jardim Chapadão.

"Nossa expectativa é sensibilizar e capacitar estes profissionais, reforçando a integração do controle da tuberculose com a atenção básica, que inclui o Programa de Saúde da Família e os agentes comunitários de saúde, para garantir a efetiva ampliação do acesso ao diagnóstico e tratamento", informa a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas.Casos. Há uma década, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a tuberculose como estado de emergência no mundo, sendo hoje a maior causa de morte por doença infecciosa em adultos. Segundo estimativas da OMS, dois bilhões de pessoas, o que corresponde a um terço da população mundial, está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis – microorganismo que causa a doença. Destes, 8 milhões desenvolverão a doença e 2 milhões morrerão a cada ano.

O Brasil ocupa o 15º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan/MS), são notificados anualmente, no Brasil, 85 mil casos novos e 6 mil óbitos.Em Campinas, a situação também é grave. Em 2004, foram registrados no município 272 casos novos da doença e 9 mortes, de acordo com dados preliminares da Visa. O sucesso do tratamento ficou em torno de 65% e a taxa de abandono foi de 8,8%, isto considerando apenas os casos novos. A maior população atingida é na faixa etária de 20 a 49 anos, com 71% dos casos, e a maior prevalência é no sexo masculino, com 66% das ocorrências. Do total de pacientes em tratamento em 2004 – 348 -, 14% eram co-infectados por tuberculose/HIV.

A enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Visa Municipal, afirma que o município avançou na luta contra a doença nos últimos anos. Houve melhora na taxa de cura, ampliação da cobertura do tratamento supervisionado e melhora do diagnóstico de co-infecção pelo HIV entre pacientes com tuberculose.

"Mas os desafios ainda são muitos e entre as metas da Secretaria Municipal de Saúde constam fazer busca ativa de casos, ampliar o tratamento supervisionado, diminuir o abandono, melhorar a taxa de cura e o controle da tuberculose nos presídios e aprimorar o sistema de informações. E a capacitação dos agentes acontece nesta diretriz", diz Carmo Ferreira. Segundo a sanitarista, o controle da tuberculose é uma das prioridades da Secretaria de Saúde de Campinas, que atua em sintonia com os Programas Nacional e Estadual de Controle da Tuberculose.

Na capacitação, os agentes vão saber sobre sinais e sintomas da tuberculose, tratamento, vínculo e outros cuidados com o doente, estratégia do tratamento supervisionado (DOTS), importância da integração de todos os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e do papel do agente de saúde no controle da doença, necessidade de rede de ajuda inclusive com ação integrada envolvendo Organizações Não Governamentais (ONGs) e parcerias com organismos de combate à tuberculose, situação no mundo e em Campinas, avanços obtidos e diretrizes dos programas de controle da doença.

Denize Assis

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