A
Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância
em Saúde (Visa) e do Programa Municipal de Doenças
Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids), inicia
nesta terça-feira, 13 de setembro, capacitação de
agentes comunitários de saúde (ACS) em tuberculose. O
objetivo é fortalecer a rede de diagnóstico e
tratamento, possibilitando um efetivo controle da doença
no município.
A meta
é que, até dezembro, os 560 agentes que atuam na rede
pública municipal de saúde estejam capacitados. A
etapa desta terça-feira acontece das 8h às 17h, na
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati),
na Av. Brasil, nº 2.340, Jardim Chapadão.
"Nossa
expectativa é sensibilizar e capacitar estes
profissionais, reforçando a integração do controle da
tuberculose com a atenção básica, que inclui o
Programa de Saúde da Família e os agentes comunitários
de saúde, para garantir a efetiva ampliação do acesso
ao diagnóstico e tratamento", informa a enfermeira
sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância
Epidemiológica de Campinas.Casos. Há uma década, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a
tuberculose como estado de emergência no mundo, sendo
hoje a maior causa de morte por doença infecciosa em
adultos. Segundo estimativas da OMS, dois bilhões de
pessoas, o que corresponde a um terço da população
mundial, está infectada pelo Mycobacterium
tuberculosis – microorganismo que causa a doença.
Destes, 8 milhões desenvolverão a doença e 2 milhões
morrerão a cada ano.
O
Brasil ocupa o 15º lugar entre os 22 países responsáveis
por 80% do total de casos de tuberculose no mundo.
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan/MS), são notificados anualmente,
no Brasil, 85 mil casos novos e 6 mil óbitos.Em
Campinas, a situação também é grave. Em 2004, foram
registrados no município 272 casos novos da doença e 9
mortes, de acordo com dados preliminares da Visa. O
sucesso do tratamento ficou em torno de 65% e a taxa de
abandono foi de 8,8%, isto considerando apenas os casos
novos. A maior população atingida é na faixa etária
de 20 a 49 anos, com 71% dos casos, e a maior prevalência
é no sexo masculino, com 66% das ocorrências. Do total
de pacientes em tratamento em 2004 – 348 -, 14% eram
co-infectados por tuberculose/HIV.
A
enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Visa
Municipal, afirma que o município avançou na luta
contra a doença nos últimos anos. Houve melhora na
taxa de cura, ampliação da cobertura do tratamento
supervisionado e melhora do diagnóstico de co-infecção
pelo HIV entre pacientes com tuberculose.
"Mas
os desafios ainda são muitos e entre as metas da
Secretaria Municipal de Saúde constam fazer busca ativa
de casos, ampliar o tratamento supervisionado, diminuir
o abandono, melhorar a taxa de cura e o controle da
tuberculose nos presídios e aprimorar o sistema de
informações. E a capacitação dos agentes acontece
nesta diretriz", diz Carmo Ferreira. Segundo a
sanitarista, o controle da tuberculose é uma das
prioridades da Secretaria de Saúde de Campinas, que
atua em sintonia com os Programas Nacional e Estadual de
Controle da Tuberculose.
Na
capacitação, os agentes vão saber sobre sinais e
sintomas da tuberculose, tratamento, vínculo e outros
cuidados com o doente, estratégia do tratamento
supervisionado (DOTS), importância da integração de
todos os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e
do papel do agente de saúde no controle da doença,
necessidade de rede de ajuda inclusive com ação
integrada envolvendo Organizações Não Governamentais
(ONGs) e parcerias com organismos de combate à
tuberculose, situação no mundo e em Campinas, avanços
obtidos e diretrizes dos programas de controle da doença.
Denize
Assis