Campinas já notificou 34 surtos de catapora

22/09/2005

A Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta terça-feira, 20 de setembro, que 34 surtos de varicela (catapora) foram notificados à Vigilância em Saúde (Visa) do município este ano, a maior parte a partir de julho. As ocorrências foram registradas em escolas e outras instituições que atendem crianças na cidade e somam 278 casos.

Segundo o médico sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Visa de Campinas, a ocorrência dos surtos nos últimos dois meses confirma a característica sazonal da doença, que incide com mais freqüência no final de inverno e início da primavera.

Em 2004, foram notificados 37 surtos à Visa municipal, num total de 504 casos, com um óbito. Em 2003, foram 67 com 700 casos e não houve morte. No Estado de São Paulo, o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) registrou este ano 5.623 casos de catapora e oito óbitos.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, não existe este ano e não houve nos últimos dois anos situação inusitada com relação à catapora na cidade. O que ocorreu é que a Secretaria de Saúde do Estado passou a disponibilizar a vacina contra a doença para os casos de surtos em instituições que atendem crianças até seis anos e, por isso, Campinas passou a notificar casos com maior freqüência. Também não é possível comparar dados deste ano, de 2004 e 2003 com épocas anteriores já que a incidência da varicela é subnotificada.

O sanitarista informa que a Secretaria de Saúde de Campinas tem adotado ações de controle e vigilância epidemiológica em todos os surtos informados à Vigilância. As medidas incluem bloqueio em instituições coletivas com vacinação dos suscetíveis. "No entanto, as doses são liberadas mediante notificação dos casos e disponibilizadas para os suscetíveis ou seja todas as crianças menores de seis anos e adultos que ainda não tiveram varicela e que tiveram contato com o doente", diz.

André informa que a vacina que protege contra a catapora está disponível na rotina da rede pública de saúde para os surtos em instituições que atendem crianças menores de seis anos e para casos específicos como os de pessoas imunodeprimidas. O sanitarista lembra, ainda, que a varicela não é de notificação obrigatória. No entanto, surtos e epidemias devem ser registrados e acompanhados para que se conheça melhor o comportamento da doença.

Cuidados. A orientação da Secretaria Municipal de Saúde, conforme normas do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS), é que crianças com suspeita de catapora sejam encaminhadas aos Centros de Saúde e, confirmado o diagnóstico, afastadas da creche ou escola até o sétimo dia após o surgimento das lesões ou até que todas as lesões ativas tenham desaparecido.

Também é importante manter cuidados com a higiene, como aparar as unhas da criança e manter o banho diário. "Estas medidas simples podem evitar a infecção das vesículas por bactérias, que podem agravar o quadro", diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Visa municipal.

Saiba mais. A catapora é uma doença contagiosa, causada pelo vírus varicela-zoster, que atinge principalmente menores de 15 anos. A principal forma de manifestação da doença é o surgimento de pequenas bolhas pelo corpo, que evoluem para crostas e cicatrizam em aproximadamente cinco dias. O quadro também pode apresentar febre e indisposição."Na imensa maioria dos casos, a varicela é benigna. No entanto, pacientes com desnutrição ou quadro de baixa imunidade tendem a apresentar formas mais graves da doença, como pneumonia e complicações hemorrágicas, o que pode causar óbitos", diz Brigina.

Denize Assis

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