Técnicos da Secretaria de Saúde de Campinas vão integrar Comissão Regional do Benzeno

23/09/2005

Aumentar a segurança e tornar menos prejudicial o manuseio de benzeno na região. Esse é o objetivo da Comissão Regional do Benzeno, que está sendo formada nesta sexta-feira, dia 23, na Direção Regional de Saúde (DIR) e conta com a participação de técnicos da Secretaria Municipal de Saúde. Esses profissionais estão participando também de uma oficina de sensibilização sobre o tema.

Segundo o arquiteto da Saúde Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, Flávio Gordon, a comissão terá por incumbência traçar um plano de ação na região com o intuito de fazer cumprir as exigências legais e de orientar as Vigilâncias em Saúde dos municípios no trabalho de fiscalização.

De acordo com o arquiteto, caberá também às Vigilâncias dos municípios o trabalho de cadastramento e orientação das empresas que empregam o benzeno como matéria prima, além do acompanhamento dos trabalhadores, entre outras
atribuições.

O Brasil carece de números sobre o tema, mas é sabido que na Europa, por exemplo, 1,2 milhão de trabalhadores têm contato com benzeno.

Nos Estados Unidos, o benzeno é considerado a quinta prioridade dentro da lista de produtos tóxicos que merecem atenção especial das autoridades em saúde (o mercúrio encabeça a lista).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), de cada mil trabalhadores que forem expostos ao benzeno na proporção de uma parte por milhão (ppm), durante 40 anos, 13 têm probabilidade de desenvolver câncer. "É importante iniciar o trabalho imediatamente, pois muitos trabalhadores na região podem estar expostos", disse Gordon.

As empresas que mais empregam benzeno são as de refino de gás e petróleo; metalúrgicas; manufatura de produtos plásticos, borracha e produtos químicos; de transporte e institutos de pesquisa.

O benzeno é uma substância química de odor característico, líquido, volátil, incolor, altamente inflamável e explosivo. É tóxico e pode causar câncer. 

Os efeitos podem surgir rapidamente, quando há exposição a altas concentrações (efeitos agudos) ou mais lentamente (efeitos crônicos). Em altas concentrações é uma substância bastante irritante para as mucosas e, quando aspirado, pode provocar edema pulmonar e hemorragia nas áreas de contato. Também provoca efeitos tóxicos para o sistema nervoso central causando, dependendo da quantidade absorvida,sonolência e excitação, vertigem, cefaléia, náuseas, taquicardia, dificuldade respiratória, tremores, convulsões, perda de consciência e morte.

Quanto aos efeitos da exposição a longo prazo, podem ocorrer alteração na medula óssea, danos ao sistema nervoso central e irritação na pele e mucosas.

Cláudia Xavier – do Decom
Especial para o portal da Saúde

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