O Centro de Saúde
(CS) Pedro de Aquino iniciou na manhã desta
quinta-feira, 5 de setembro, uma etapa importante do
processo de descentralização das ações de prevenção
às doenças sexualmente transmissíveis (DST) e Aids
para a rede básica, meta do Programa Municipal (PM)
de DST/Aids da Secretaria de Saúde da Prefeitura de
Campinas.
Um grupo de 45
mulheres participou desta primeira atividade, uma
oficina sobre DST e Aids na Unidade Básica de Saúde
(UBS) conhecida pela população como CS do Balão do
Laranja.
A atividade realizada
pela equipe multidisciplinar teve como objetivo
informar as mulheres sobre Aids e outras DSTs,
formas de transmissão, situações de risco, prevenção
e, principalmente, sensibilizar este público para
que façam o teste anti-HIV.
A oficina é a
primeira de três a serem realizadas pelo CS e compõe
a estratégia da unidade para aumentar a coleta de
sorologia anti-HIV nas mulheres em idade reprodutiva
o mais precocemente possível.
"Dividimos nosso
público com este perfil em três grupos e vamos
trabalhar com eles com atividades diferenciadas. A
idéia é, num segundo momento, fazer análise da ação
que produz mais impacto para aprimorarmos nossa
atuação", afirma a assistente social Isabel Cristina
Seregatto, coordenadora do CS do Balão do Laranja.
Segundo Isabel, a
receptividade das mulheres foi muito boa e o
resultado da oficina surpreendeu. "É grande o
impacto que as informações sobre as DST/Aids causam,
principalmente quando as mulheres se conscientizam
de que estes agravos estão muito mais próximos do
que elas imaginam. É a partir daí que podemos
incentivar a mudança de comportamento para que as
pessoas se previnam e, entre outros comportamentos,
pratiquem o sexo seguro", diz a coordenadora.
Isabel informa que a
estratégia das oficinas surgiu de proposta e
atividades de sensibilização para o tema feita pela
Coordenação do Programa Municipal de DST/Aids de
Campinas em conjunto à Coordenação do Distrito de
Saúde Noroeste.
A médica
ginecologista Patrícia Ramos Varanda, da equipe do
CS do Balão, informa que o HIV vírus da Aids
inicialmente vinculado a homens que fazem sexo com
homens disseminou-se rapidamente entre os diversos
segmentos, alcançando mulheres, homens com prática
heterossexual e crianças.
"Atualmente, o perfil
da epidemia no Brasil mostra a juvenilização,
heterossexualização, pauperização e feminilização da
doença. Os maiores coeficientes de incidência
aparecem nos indivíduos de 30 a 39 anos, e entre as
mulheres entre os 20 a 35 anos. São estas e outras
informações como o conceito de vulnerabilidade que
queremos divulgar para a população e, no caso desta
atividade, mais especificamente para as mulheres",
diz.
Patrícia afirma que o
CS do Balão do Laranja realizará capacitação da
equipe para aconselhamento pré e pós teste para o
HIV, junto ao Centro de Referência do Programa
Municipal de DST/Aids de Campinas, além, é claro, de
prosseguir com as oficinas.
A estratégia
desencadeada para toda a rede básica inclui a
descentralização de recursos financeiros do Plano de
Ações e Metas (PAM) 2006, que está em vigência, do
Programa Municipal de DST/Aids, vinculados às ações
que serão desenvolvidas por vários Centros de Saúde,
sendo que no Distrito Noroeste 100% das unidades
encamparam o projeto.
De acordo com
"Boletim Epidemiológico Especial Aids" da Secretaria
de Saúde de Campinas, o município tem 4.397 casos
notificados de Aids entre adultos e crianças. A
incidência da doença, após atingir seu pico em 1996,
tem apresentado uma diminuição com tendência de
estabilização da velocidade de crescimento, evidente
feminilização e crescimento do número de casos por
categoria de exposição heterossexual para ambos os
sexos. A razão entre sexos que em 1987 era de 11
homens para uma mulher, atualmente é de 2 homens
para cada mulher.
Denize
Assis