A
Secretaria de Saúde de Campinas recebeu na tarde desta
terça-feira, 12 de setembro, resultados de exames que
confirmam a hipótese de Salmonelose no surto de doença
de origem alimentar na Vila Formosa (região sul),
notificado no dia 15 de agosto pela Coordenadoria de
Vigilância em Saúde (Covisa) da Prefeitura.
Os exames,
processados pelo Instituto Adolfo Lutz, isolaram
salmonela nas amostras de fezes e sangue coletadas dos
pacientes e também identificaram Salmonela Enteretides
na casca do ovo utilizado na confecção da maionese
consumida pelas pessoas acometidas.
O surto
atingiu 23 pessoas de uma mesma família. Um homem de 40
anos morreu. Os principais sintomas apresentados foram
febre, dor de cabeça, dor abdominal, diarréia e vômitos.
Todas as pessoas envolvidas consumiram a maionese -
feita com ovo cru - numa festa familiar. A faixa etária
dos doentes variou entre 7 e 63 anos, sendo a maioria
adultos.
Para
esclarecer o surto, a equipe de técnicos da Covisa
trabalhou com o auxílio da Vigilância em Saúde do
município de Valinhos e com apoio da Direção Regional de
Saúde de Campinas (Dir XII).
Segundo a
enfermeira sanitarista Maria Filomena Gouveia Vilela,
coordenadora da Vigilância Sanitária da Covisa, a
confirmação laboratorial é importante, mostra que a
condução da investigação foi correta e reforça que as
pessoas não devem comer ovos crus ou alimentos sem
procedência em hipótese alguma.
Maria
Filomena informa que em situações como esta, quando mais
de uma pessoa passa mal após consumir qualquer alimento,
o caso deve ser informado o mais rapidamente possível à
Vigilância em Saúde. A notificação é fundamental para a
assistência aos pacientes e para a identificação do
agente envolvido. A orientação vale tanto para os
serviços de saúde quanto para a própria comunidade, diz.
Segundo a médica sanitarista Naoko da Silveira, da
Covisa, a
salmonelose é uma doença de duração relativamente curta,
mas os casos podem ser mais sérios em crianças,
gestantes, idosos e pessoas que já tenham alguma doença
de base. O tratamento é feito através de medicação
adequada e acompanhamento médico. Podem ocorrer óbitos,
informa.
Segundo
Naoko, além dos ovos, vários alimentos podem ser fontes
de transmissão da salmonelose, como aves, carnes,
derivados do leite, produtos de panificação e
confeitaria, alimentos malcozidos, crus ou muito
manipulados, saladas diversas - principalmente aquelas
em que os ingredientes são batatas, ovos, maionese
caseira -, entre outros.
Mas o
principal alimento envolvido nos surtos é o ovo cru. Por
isso, novamente a Secretaria de Saúde reforça a
orientação para que os alimentos sejam bem cozidos e as
sobras mantidas sob refrigeração. Para os ovos, os
cuidados específicos incluem usar somente os limpos,
inteiros e não trincados; utilizar sempre os que estão
guardados por mais tempo; não utilizar gemas cruas; não
juntar vários ovos se não for utilizá-los imediatamente;
evitar misturar o conteúdo do ovo com sua casca; pratos
frios que levem ovos devem ficar sobre o gelo ou em
qualquer outro tipo de refrigeração.
Encaminhamentos
A
Vigilância em Saúde (Visa) Sul está investigando a
origem do ovo para devidas orientações e providências
cabíveis. A Secretaria de Saúde também vai divulgar
informe para profissionais de saúde comunicando a
conclusão do caso e pretende promover trabalho para
agilizar e melhorar a notificação de surtos causados por
alimentos. Outro objetivo é reforçar alerta para a
população quanto ao risco de consumir ovos crus.
Denize
Assis