A Secretaria de Saúde de
Campinas pretende vacinar pelo menos 1,5 mil gatos e 21
mil cães no próximo final de semana, dias 16 e 17 de
setembro, na segunda etapa da Campanha de Vacinação
contra a Raiva Animal que ocorre, das 8h às 17h tanto no
sábado como no domingo, na Região Sudoeste da cidade.
Para atingir a meta, a Vigilância em Saúde (Visa)
Sudoeste vai mobilizar mais de 330 servidores que vão
atuar em 56 postos de vacinação, entre fixos e volantes,
e nas atividades de logística, manutenção e apoio.
A Campanha é organizada
pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Vigilâncias
em Saúde (Visas) e unidades básicas de saúde (Centros de
Saúde e Módulos de Saúde da Família). Também vão
colaborar nesta fase da campanha servidores do
Almoxarifado Central e do setor de Manutenção da
Secretaria de Saúde, além do Departamento de Transportes
Internos (Deti). Algumas escolas vão abrir suas portas
para funcionarem como postos de vacinação.
O médico
veterinário Cláudio Luiz Castagna, da Visa Sudoeste,
informa que a vacina não tem contra-indicação e que
todos os animais com mais de três meses, inclusive gatas
e cadelas prenhes, que estejam amamentando, no cio e
mesmo que já tenham recebido a vacina este ano, devem
ser tomar a dose na campanha. Pessoas que têm quatro ou
mais gatos e encontram dificuldades para conduzir os
animais ao posto de vacinação podem solicitar vacinação
domiciliar nos Centros de Saúde, informa o veterinário.
Segundo
Castagna, este ano novamente a Secretaria de Saúde quer
chamar a atenção para a necessidade de vacinar os gatos.
O veterinário informa que a cobertura vacinal tem se
mantido baixa nestes animais em Campinas. Além disso, os
últimos casos de raiva notificados no Estado de São
Paulo foram em gatos e morcegos.
Castagna informa ainda que estão sendo
distribuídos folhetos para a população com orientações
sobre como levar o gato ao posto de vacinação. O gato é
um animal arisco e não permite ser conduzido com
facilidade. Além disso, fica esquivo na fila de
vacinação. Por isso, este ano estamos disponibilizando
informações sobre como transportar e manter este animal
na fila, diz.
O veterinário reforça que é
responsabilidade do proprietário vacinar seu gato e cão
todos os anos contra a raiva animal. A Prefeitura
promove campanha anual e não é necessário pagar pelas
doses, informa.
Informações sobre os
postos de vacinação estão sendo divulgadas pelo telefone
156 da Prefeitura, pelos telefones do CCZ que são
3245-1219 ou 3245-2268, e no portal da Secretaria
Municipal de Saúde (www.campinas.sp.gov.br/saude). A
Visa Sudoeste conta também, para a divulgação, com apoio
da mídia impressa e de rádio e televisão.
Saiba mais
A raiva é uma doença que
acomete todas as espécies de mamíferos e que pode ser
transmitida aos homens, sendo portanto uma zoonose. É
causada por um vírus mortal, tanto para os homens quanto
para os animais, e é uma das doenças mais antigas da
humanidade, havendo relatos desde o século 24 antes de
Cristo.
A
principal forma de transmissão da raiva é pelo depósito
de saliva contendo o vírus rábico em pele ou mucosa por
meio de mordedura, arranhadura e lambedura. No meio
urbano, o principal transmissor da doença para o homem é
o cão cerca de 80% dos casos -, seguido do gato. O
Brasil é o país com o maior número de casos de raiva
humana na América Latina.
Campinas
Apesar de Campinas ser
considerada como área de raiva controlada os últimos
casos em humano e em cão ocorreram no início da década
de 80 -, o município voltou a registrar casos em
morcegos não hematófagos em 1998, um caso em gato 99, e
casos em herbívoros bois, cavalos entre outros em 2000,
na área de Joaquim Egídeo, na Região Leste, tendo a
doença avançado, em 2001 e 2002, para outros bairros da
Leste, entre os quais o Carlos Gomes.
Com um intenso trabalho
que incluiu reforço nas estratégias de vigilância
epidemiológica, mapeamento das colônias de morcegos
hematófagos e ações de educação em saúde, os casos em
herbívoros cessaram e, a partir de 2003, têm sido
registradas ocorrências somente em morcegos não
hematófagos frugívoros e insetívoros - em áreas da
Região Norte, como Barão Geraldo, e ainda na Leste, no
Centro da cidade.
Segundo a
Vigilância em Saúde da Prefeitura, a ocorrência desta
doença em animais de grande porte e em morcegos não
hematófagos aumenta o risco de este agravo voltar a
atingir humanos. Esta situação demanda um intenso
trabalho de vigilância epidemiológica, altas coberturas
vacinais de cães e gatos e ações de educação em saúde e
mobilização social. É com esta diretriz que a Secretaria
de Saúde realiza as campanhas anuais de vacinação.