A
Secretaria de Saúde de Campinas e a Associação dos
Ostomizados de Campinas e Região (Ostocampre) fizeram do
Dia Municipal do Ostomizado, celebrado nesta
quarta-feira, 13 de setembro, uma oportunidade para
desenvolver atividades de divulgação sobre a ostomia,
situação de vida das pessoas acometidas, contribuição
das associações de ostomizados e profissionais de saúde
e o valor do enfoque multidisciplinar nos cuidados de
ostomia.
Os
trabalhos de divulgação, que incluíram distribuição de
folderes, estandes com material educativo e sessão Tira
Dúvidas, tiveram início às 8h30 da manhã e prosseguiram
até 17h30, no Largo do Rosário, Centro de Campinas.
Segundo a comissão organizadora, pelo menos 15 mil
pessoas foram atingidas durante as atividades.
A
receptividade da comunidade foi muito boa. O interesse
das pessoas surpreendeu. Isto é muito importante. Nosso
objetivo principal é conscientizar a população,
sensibilizar a rede de saúde e estimular políticas
públicas de saúde voltadas para a prevenção das doenças
que levam à ostomia, afirma Ana Cristina Rocha,
coordenadora do Movimento Jovem dos Ostomizados do
Estado de São Paulo.
O Dia
Municipal do Ostomizado foi instituído por lei 12.498,
de 13 de março de 2006, de autoria do vereador Francisco
Sellin. A data foi escolhida como 13 de setembro porque
lembra uma outra grande conquista: a formação da Câmara
Técnica de Atenção à Pessoa com Ostomia, em setembro de
2005.
As
atividades para marcar a data tiveram início na
terça-feira, 12, com um evento de abertura realizado do
Rotary Clube de Campinas. Na ocasião estiveram presentes
trabalhadores, gestores e prestadores do Sistema Único
de Saúde (SUS), representantes da sociedade civil, da
Câmara Municipal e pessoas ostomizadas. A Secretaria
Municipal de Saúde esteve representada pelo médico Pedro
Humberto Scavariello, diretor municipal de Saúde, e por
outros profissionais ligados à questão dos ostomizados.
O médico
proctologista Joaquim José de Oliveira Filho, da
Secretaria Municipal de Saúde, explica que
ostomia ou estomia - é a abertura
realizada no abdome por meio de
procedimento cirúrgico
para desconecção de algum trecho do tubo digestivo, do
aparelho respiratório, urinário, ou outro qualquer. Este
orifício chama-se estoma.
A ostomia
é aplicada principalmente a pacientes acometidos por
câncer
do intestino ou outros problemas em que o intestino e o
reto precisam ser parcial ou totalmente extraído. Nestes
casos, faz-se um estoma ligando a extremidade do
intestino preservado à pele. É normal, para estes
pacientes, a aplicação de uma bolsa de colostomia para o
recolhimento de fezes.
A ostomia
é sem dúvida a cirurgia que mais salva vidas, afirma
Oliveira Filho. Ele informa que os cânceres são
responsáveis por 50% das ostomias. Em seguida vêm os
traumas acidentes e violência urbana -, doenças
inflamatórias intestinais, polipose familiar dos cólons
e doença diverticular.
O médico
afirma que faltam políticas públicas de prevenção do
câncer, traumas e outras doenças relacionadas à ostomia.
A prevenção é fundamental, diz. Oliveira Filho informa
que em Campinas são registrados entre 13 e 18 casos de
ostomia por mês. Alguns pacientes têm ostoma
temporários, outros definitivos.
A
Policlínica II, da Secretaria Municipal de Saúde,
acompanha uma média de 400 pessoas ostomizadas, com
distribuição de bolsas coletoras, curativos, informações
aos familiares e cuidadores sobre as condições
necessárias para viver com a ostomia, entre outras
atividades. A Secretaria também integra a Câmara Técnica
de Atenção à Pessoa com Ostomia e apóia e trabalha em
conjunto com a Ostocampre.
Denize
Assis