Saúde inicia campanha de vacinação contra a raiva animal neste final de semana

13/09/2007

Autor: Denize Assis

Meta, pactuada com o Ministério da Saúde, é vacinar 110 mil gatos e cães em toda cidade durante as duas etapas da campanha

A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, inicia neste final de semana, dias 15 e 16 de setembro, pelos bairros das regiões noroeste, norte e sudoeste da cidade a Campanha de Vacinação contra a Raiva em Gatos e Cães. A imunização acontece das 8h da manhã às 5h da tarde tanto no sábado como no domingo. Nos dias 22 e 23 a campanha será nas regiões leste e sul. A meta é vacinar pelo menos 110 mil animais em toda cidade nos dois finais de semana.

Para alcançar este objetivo, nestes dias 15 e 16, a Prefeitura vai mobilizar mais de 1,1 mil servidores que vão atuar em 183 postos de vacinação e em áreas de suporte como manutenção, almoxarifado, Departamento de Transportes Interno (Deti) e no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Alguns postos vão atuar apenas em meio período, ou de manhã ou à tarde. Para a zona rural, serão disponibilizadas equipes volantes. Os endereços dos locais de vacinação podem ser obtidos pelos telefones 156 ou 3245-1219 / 3245-2268 ou pelo portal da saúde, por meio do endereço www.campinas.sp.gov.br/saude

Para convocar a população a levar seus animais aos postos, a Prefeitura contratou carros de som que percorrem durante todos os dias desta semana os bairros nos quais ocorre a vacinação. Também foram colocadas faixas com informações sobre a campanha e distribuídos cartazes em locais de grande fluxo de pessoas. A Secretaria de Saúde conta também, para a divulgação, com apoio da mídia impressa e de rádio e televisão.

Os vacinadores são servidores da Prefeitura, já cadastrados para esta função e capacitados - eles têm pré-exposição vacinal, carteira de identificação e registro junto às Vigilâncias em Saúde (Visas) dos Distritos de Saúde.

Em 2007, diferentemente do que ocorria em anos anteriores, a campanha será concentrada em dois finais de semana. O objetivo de melhorar a cobertura vacinal. Até então, o município realizava a vacinação em cinco finais de semana, mas como o período era muito longo, nas últimas etapas a população esquecia de levar os animais aos postos.

O médico veterinário e sanitarista Antonio Carlos Coelho Figueiredo, coordenador do CCZ, informa que todos os cães e gatos com idade igual ou superior a três meses de idade devem ser vacinados durante a campanha, mesmo as fêmeas gestantes ou em fase de amamentação e os animais idosos e doentes.

“Todos devem receber a dose nesta oportunidade, mesmo os animais imunizados em clínicas particulares ou que tenham participado de várias campanhas anteriores. É dever do cidadão levar o animal para ser vacinado contra a raiva nas campanhas. A vacina é gratuita e obrigatória. É importante levar a caderneta de vacinas do animal”, diz.

De acordo com o coordenador do CCZ, a vacina é segura e não há contra-indicações. Como nos anos anteriores, não serão fornecidas doses para os munícipes levarem para casa para posterior aplicação. Para os animais que vão ser vacinados pela primeira vez na vida, é necessário aplicar uma segunda dose - ou reforço - 30 dias após.

“Esta dose de reforço será fornecida pelo CCZ, que mantém em suas dependências um posto de vacinação durante todo ano. Porém, nestes casos, o proprietário deve levar o animal até o local, que fica na rua das Sapucaias, 115, na Vila Boa Vista”, informa Carlos.

Carlos reforça que é dever dos governos promover vacinação anual contra a raiva e dever do cidadão levar seu cão e gato para tomar a dose durante a campanha. O veterinário afirma que, embora Campinas não registre casos de raiva animal em gatos e cães desde 1983, o vírus ainda circula na cidade presente em mamíferos como o morcego e que, portanto, o risco ainda existe.

Segundo ele, gatos e cães têm contato com outros mamíferos que podem estar doentes. Ao adquirir o vírus, existe a possibilidade de o animal doente infectar pessoas pelo depósito de saliva em pele ou mucosa por meio de mordedura, arranhadura e lambedura, mesmo não havendo necessariamente agressão.

“Com a vacinação dos animais domésticos nós estamos, indiretamente, protegendo a população humana. Por isso, além das ações de prevenção e controle desencadeadas pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, reforço novamente que cada cidadão também deve fazer sua parte levando seus animais todos os anos para tomar a dose nas campanhas de vacinação”, diz.

Carlos informa que os animais devem ser levados aos postos de vacinação de modo correto – cães com coleira e guia curta, focinheira no caso de animais agressivos, e gatos em caixas de transporte u mesmo mochilas e sacolas, impedindo assim possíveis acidentes entre os animais

Saiba mais. A raiva é uma doença que acomete mamíferos e que pode ser transmitida aos homens, sendo portanto uma zoonose. É causada por um vírus e, quando a doença se manifesta, é letal tanto para os homens quanto para os animais. Segundo o Instituto Pasteur, no Brasil, em espaços urbanos, o principal transmissor da raiva para o homem é o cão, seguido do gato. Em espaços rurais é o morcego.

Apesar de Campinas ser considerada como área de raiva controlada – os últimos casos em humano e em cão ocorreram no início da década de 80 -, o município voltou a registrar casos em morcegos não hematófagos em 1998, um caso em gato 99, e casos em herbívoros – bois, cavalos entre outros – em 2000, na área de Joaquim Egídio, na Região Leste, tendo a doença avançado, em 2001 e 2002, para outros bairros da leste, entre os quais o Carlos Gomes.

Com um intenso trabalho que incluiu reforço nas estratégias de vigilância epidemiológica, mapeamento das colônias de morcegos hematófagos e ações de educação em saúde, os casos em herbívoros cessaram e, a partir de 2003, têm sido registradas ocorrências somente em morcegos não hematófagos – frugívoros e insetívoros - em áreas da região norte, como Barão Geraldo, e ainda na leste, no Centro da cidade, e na sul.

Segundo a Vigilância em Saúde da Prefeitura, a ocorrência desta doença em animais de grande porte e em morcegos não hematófagos aumenta o risco de este agravo voltar a atingir humanos. Esta situação demanda um intenso trabalho de vigilância epidemiológica, altas coberturas vacinais de cães e gatos e ações de educação em saúde e mobilização social. É com esta diretriz que a Secretaria de Saúde realiza as campanhas anuais de vacinação.

Volta ao índice de notícias