Autor: Denize Assis
Meta, pactuada com o Ministério da Saúde, é vacinar 110 mil gatos e cães
em toda cidade durante as duas etapas da campanha
A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, inicia neste
final de semana, dias 15 e 16 de setembro, pelos bairros das regiões noroeste, norte
e sudoeste da cidade a Campanha de Vacinação contra a Raiva em Gatos e Cães. A
imunização acontece das 8h da manhã às 5h da tarde tanto no sábado como no domingo.
Nos dias 22 e 23 a campanha será nas regiões leste e sul. A meta é vacinar pelo menos
110 mil animais em toda cidade nos dois finais de semana.
Para alcançar este objetivo, nestes dias 15 e 16, a Prefeitura vai mobilizar mais
de 1,1 mil servidores que vão atuar em 183 postos de vacinação e em áreas de suporte
como manutenção, almoxarifado, Departamento de Transportes Interno (Deti) e no Centro
de Controle de Zoonoses (CCZ). Alguns postos vão atuar apenas em meio período, ou de
manhã ou à tarde. Para a zona rural, serão disponibilizadas equipes volantes. Os
endereços dos locais de vacinação podem ser obtidos pelos telefones 156 ou 3245-1219 /
3245-2268 ou pelo portal da saúde, por meio do endereço www.campinas.sp.gov.br/saude
Para convocar a população a levar seus animais aos postos, a Prefeitura contratou
carros de som que percorrem durante todos os dias desta semana os bairros nos quais
ocorre a vacinação. Também foram colocadas faixas com informações sobre a campanha e
distribuídos cartazes em locais de grande fluxo de pessoas. A Secretaria de Saúde conta
também, para a divulgação, com apoio da mídia impressa e de rádio e televisão.
Os vacinadores são servidores da Prefeitura, já cadastrados para esta função e
capacitados - eles têm pré-exposição vacinal, carteira de identificação e registro
junto às Vigilâncias em Saúde (Visas) dos Distritos de Saúde.
Em 2007, diferentemente do que ocorria em anos anteriores, a campanha será concentrada
em dois finais de semana. O objetivo de melhorar a cobertura vacinal. Até então, o
município realizava a vacinação em cinco finais de semana, mas como o período era muito
longo, nas últimas etapas a população esquecia de levar os animais aos postos.
O médico veterinário e sanitarista Antonio Carlos Coelho Figueiredo, coordenador do
CCZ, informa que todos os cães e gatos com idade igual ou superior a três meses de idade
devem ser vacinados durante a campanha, mesmo as fêmeas gestantes ou em fase de amamentação
e os animais idosos e doentes.
“Todos devem receber a dose nesta oportunidade, mesmo os animais imunizados em clínicas
particulares ou que tenham participado de várias campanhas anteriores. É dever do cidadão
levar o animal para ser vacinado contra a raiva nas campanhas. A vacina é gratuita e
obrigatória. É importante levar a caderneta de vacinas do animal”, diz.
De acordo com o coordenador do CCZ, a vacina é segura e não há contra-indicações. Como
nos anos anteriores, não serão fornecidas doses para os munícipes levarem para casa
para posterior aplicação. Para os animais que vão ser vacinados pela primeira vez na
vida, é necessário aplicar uma segunda dose - ou reforço - 30 dias após.
“Esta dose de reforço será fornecida pelo CCZ, que mantém em suas dependências um posto
de vacinação durante todo ano. Porém, nestes casos, o proprietário deve levar o animal
até o local, que fica na rua das Sapucaias, 115, na Vila Boa Vista”, informa Carlos.
Carlos reforça que é dever dos governos promover vacinação anual contra a raiva e
dever do cidadão levar seu cão e gato para tomar a dose durante a campanha. O veterinário
afirma que, embora Campinas não registre casos de raiva animal em gatos e cães desde 1983,
o vírus ainda circula na cidade presente em mamíferos como o morcego e que, portanto, o
risco ainda existe.
Segundo ele, gatos e cães têm contato com outros mamíferos que podem estar doentes.
Ao adquirir o vírus, existe a possibilidade de o animal doente infectar pessoas pelo
depósito de saliva em pele ou mucosa por meio de mordedura, arranhadura e lambedura,
mesmo não havendo necessariamente agressão.
“Com a vacinação dos animais domésticos nós estamos, indiretamente, protegendo a
população humana. Por isso, além das ações de prevenção e controle desencadeadas
pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, reforço novamente que cada cidadão
também deve fazer sua parte levando seus animais todos os anos para tomar a dose nas
campanhas de vacinação”, diz.
Carlos informa que os animais devem ser levados aos postos de vacinação de modo
correto – cães com coleira e guia curta, focinheira no caso de animais agressivos,
e gatos em caixas de transporte u mesmo mochilas e sacolas, impedindo assim possíveis
acidentes entre os animais
Saiba mais. A raiva é uma doença que acomete mamíferos e que pode ser transmitida aos
homens, sendo portanto uma zoonose. É causada por um vírus e, quando a doença se manifesta,
é letal tanto para os homens quanto para os animais. Segundo o Instituto Pasteur, no Brasil,
em espaços urbanos, o principal transmissor da raiva para o homem é o cão, seguido do gato.
Em espaços rurais é o morcego.
Apesar de Campinas ser considerada como área de raiva controlada – os últimos casos
em humano e em cão ocorreram no início da década de 80 -, o município voltou a registrar
casos em morcegos não hematófagos em 1998, um caso em gato 99, e casos em herbívoros – bois,
cavalos entre outros – em 2000, na área de Joaquim Egídio, na Região Leste, tendo a doença
avançado, em 2001 e 2002, para outros bairros da leste, entre os quais o Carlos Gomes.
Com um intenso trabalho que incluiu reforço nas estratégias de vigilância epidemiológica,
mapeamento das colônias de morcegos hematófagos e ações de educação em saúde, os casos
em herbívoros cessaram e, a partir de 2003, têm sido registradas ocorrências somente
em morcegos não hematófagos – frugívoros e insetívoros - em áreas da região norte, como
Barão Geraldo, e ainda na leste, no Centro da cidade, e na sul.
Segundo a Vigilância em Saúde da Prefeitura, a ocorrência desta doença em animais de
grande porte e em morcegos não hematófagos aumenta o risco de este agravo voltar a
atingir humanos. Esta situação demanda um intenso trabalho de vigilância epidemiológica,
altas coberturas vacinais de cães e gatos e ações de educação em saúde e mobilização
social. É com esta diretriz que a Secretaria de Saúde realiza as campanhas anuais de
vacinação.