II Dia Municipal do Ostomizado reuniu mais de 20 mil pessoas

14/09/2007

Autor: Denize Assis

Mais de 20 mil pessoas participaram nesta quinta-feira, 13 de setembro, no Largo do Rosário, no Centro, da programação do II Dia Municipal do Ostomizado promovido pela Associação dos Ostomizados de Campinas e Região (Ostocampre) com apoio da Secretaria Municipal de Saúde, segundo a organização do evento.

A programação incluiu atividades culturais, distribuição de folderes, apresentação de estandes com material educativo e sessão ‘Tira Dúvidas’ sobre a ostomia, a situação de vida das pessoas acometidas, o atendimento na rede pública municipal de saúde e o objetivo da Ostocampre de reintegração social e apoio nos direitos legais dos pacientes.

A mensagem principal da data neste ano foi ‘Demarcação e qualidade de vida’, uma referência ao fato de que ter o estoma bem localizado na parede abdominal, além de ser um direito, facilita as atividades de autocuidado, prevenindo as complicações e possibilitando a reintegração social precoce do paciente.

Entenda a ostomia. Ostomia – ou estomia - é a abertura realizada no abdome por meio de procedimento cirúrgico (tecnicamente chamado de derivação) para desconecção de algum trecho do tubo digestivo, do aparelho respiratório, urinário, ou outro qualquer. Este orifício chama-se estoma.

A ostomia é aplicada principalmente a pacientes acometidos por câncer do intestino ou outros problemas em que o intestino e o reto precisam ser parcial ou totalmente extraídos. Nestes casos, faz-se um estoma ligando a extremidade do intestino preservado à pele. É normal, para estes pacientes, a aplicação de uma bolsa de colostomia, ileostomia ou urostomia (parte urinária) para o recolhimento de fezes ou urina, que poderá ser definitiva ou temporária.

Participação conjunta. Estiveram presentes no evento gestores municipais e estaduais, profissionais e estudantes da área de saúde, pacientes e seus familiares, representantes do Conselho Municipal de Saúde de Campinas e de outras entidades da sociedade civil além de integrantes da Ostocampre, inclusive dos municípios de Santa Bárbara, Pedreira e Sumaré.

O secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, participou do evento, falou com pacientes e representantes da Ostocampre e atendeu à imprensa. José Francisco Saraiva ressaltou a importância da data e lembrou que a lei municipal 12.498, de 13 de março de 2006, que instituiu o Dia Municipal do Ostomizado, é importante porque contribuiu instituindo a data e dando suporte na organização do trabalho que visa estimular o debate e a conscientização de toda comunidade sobre o tema.

“É importante ressaltar que o trabalho de tratamento e assistência aos ostomizados prestados pela Secretaria de Saúde é anterior à lei. A Secretaria presta assistência integral a estes pacientes. Na Policlínica II é disponibilizada atenção ambulatorial por meio de equipes multidisciplinares, da distribuição de bolsas coletoras e curativos e de informações aos familiares e cuidadores sobre as condições necessárias para viver com a ostomia, entre outras atividades. Na unidade são acompanhados 500 pacientes constantemente”, afirmou o secretário. Segundo ele, a Secretaria de Saúde também integra a Câmara Técnica de Atenção à Pessoa com Ostomia e apóia e trabalha em conjunto com a Ostocampre.

José Francisco Saraiva ressaltou ainda a importância de políticas públicas de prevenção ao câncer, traumas e outras doenças relacionadas à ostomia. “A prevenção é fundamental e vem sendo realizada no âmbito nacional por meio de fortes restrições ao uso do tabaco e álcool. No entanto, é necessária intensa participação da sociedade civil com o envolvimento dos seus vários segmentos para que de fato possamos ampliar ao máximo estas campanhas com cada cidadão atuando como um propagador das informações dentro das suas casas, na educação de seus filhos, nas escolas”, disse.

A campineira Anésia Fagundes de Lima, de 63 anos, é ostomizada e participou das comemorações do Dia no Largo do Rosário. Ela disse que considera muito importante este tipo de evento para conscientizar as pessoas sobre a questão. “Sou ostomizada há oito anos. Tive um câncer e a cirurgia me devolveu a vida. No começo foi difícil aceitar a situação. Eu sou um pouco vaidosa. Hoje aceito melhor a situação e me sinto feliz, pois sou bem atendida na Policlínica. Sou muito bem acolhida lá”, disse.

A enfermeira estomaterapeuta Néria Invernizzi da Silveira, coordenadora do curso de estomaterapia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), esteve presente no evento representando Mauro Sizer, diretor da Direção Regional de Saúde (DRS) 7, e disse que com orientação de profissionais capacitados é possível ao ostomizado ter uma vida bem parecida com a de antes da cirurgia. “Com orientação e assistência adequadas, a pessoa ostomizada pode ter qualidade de vida e ser feliz”, disse.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 0,05% da população é ostomizada.



Serviço.

As reuniões da Ostocampre acontecem toda última quarta-feira útil do mês na rua Luzitana, 846 – Centro, Campinas. O início é às 14h e término às 16h30. Nas últimas reuniões, tem havido participação de uma média de 80 pessoas. A pauta trata sempre de um assunto de interesse comum aos Ostomizados e seus cuidadores.

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