Campinas inicia vacinação contra a raiva animal neste final de semana

11/09/2008

Autor: Denize Assis

Meta, pactuada com o Ministério da Saúde, é vacinar 120 mil gatos e cães em toda cidade durante as duas etapas da campanha

Campinas inicia neste final de semana, dias 13 e 14 de setembro, pelos bairros das regiões noroeste, norte e sudoeste da cidade a Campanha de Vacinação contra a Raiva em Gatos e Cães. A imunização acontece das 8h da manhã às 5h da tarde tanto no sábado como no domingo. Nos dias 20 e 21 a campanha será nas regiões leste e sul. A meta é vacinar pelo menos 120 mil animais em toda cidade nos dois finais de semana.

Para alcançar este objetivo, nestes dias 13 e 14, a Secretaria de Saúde vai mobilizar aproximadamente 1 mil servidores que vão atuar em 196 postos de vacinação e em áreas de suporte. Alguns postos vão atuar apenas em meio período, ou de manhã ou à tarde. Para a zona rural, serão disponibilizadas equipes volantes. Os endereços dos locais de vacinação podem ser obtidos pelos telefones 156 ou 3245-1219 / 3245-2268 ou pelo portal da saúde, por meio do endereço www.campinas.sp.gov.br/saude

Os vacinadores são servidores da Prefeitura, já cadastrados para esta função e capacitados - eles têm pré-exposição vacinal, carteira de identificação e registro junto às Vigilâncias em Saúde (Visas) dos Distritos de Saúde.

O médico veterinário e sanitarista Antonio Carlos Coelho Figueiredo, coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), informa que todos os cães e gatos com idade igual ou superior a três meses de idade devem ser vacinados durante a campanha, mesmo as fêmeas gestantes ou em fase de amamentação e os animais idosos e doentes.

“Todos devem receber a dose nesta oportunidade, mesmo os animais imunizados em clínicas particulares ou que tenham participado de várias campanhas anteriores. A vacina é gratuita e obrigatória. É importante levar a caderneta de vacinas do animal”, diz.

De acordo com o coordenador do CCZ, a vacina é segura e não há contra-indicações. Como nos anos anteriores, para garantir imunização adequada, não serão fornecidas doses para os munícipes levarem para casa para posterior aplicação. Também não será realizada vacinação nos domicílios. Para os animais que vão ser vacinados pela primeira vez na vida, é necessário aplicar uma segunda dose - ou reforço - 30 dias após.

Esta dose de reforço será fornecida pelo CCZ, que mantém em suas dependências um posto de vacinação durante todo ano. Porém, nestes casos, o proprietário deve levar o animal até o local, que fica na rua das Sapucaias, 115, na Vila Boa Vista.

Carlos reforça que é dever dos governos promover vacinação anual contra a raiva e dever do cidadão levar seu cão e gato para tomar a dose durante a campanha. O veterinário afirma que, embora Campinas não registre casos de raiva animal em gatos e cães desde 1983, o vírus ainda circula na cidade presente em mamíferos como o morcego e que, portanto, o risco ainda existe.

Segundo ele, gatos e cães têm contato com outros mamíferos que podem estar doentes. Ao adquirir o vírus, existe a possibilidade de o animal doente infectar pessoas pelo depósito de saliva em pele ou mucosa.

“A vacinação de cães e gatos é a atividade que mais contribui para que a raiva seja controlada nestas espécies e, com a vacinação dos animais domésticos nós estamos, indiretamente, protegendo a população humana. Por isso, além das ações de prevenção e controle desencadeadas pela Secretaria de Saúde, reforço novamente que cada cidadão também deve fazer sua parte levando seus animais todos os anos para tomar a dose nas campanhas de vacinação”, diz.

Carlos informa que os animais devem ser levados aos postos de vacinação de modo correto – cães com coleira e guia curta, focinheira no caso de animais agressivos, e gatos em caixas de transporte ou mesmo mochilas e sacolas, impedindo assim possíveis acidentes entre os animais.

Saiba mais.

O que é a raiva

A raiva é uma doença que acomete mamíferos, e que pode ser transmitida aos homens, sendo portanto, uma zoonose. É causada por um vírus mortal, tanto para os homens quanto para os animais.

No Brasil, a raiva humana ainda faz vítimas. Mesmo no Estado de São Paulo existem regiões com epizootia (epidemia entre animais), devendo haver, principalmente por parte dos municípios, um melhor desempenho nas atividades de controle da raiva animal.

Modos de transmissão

A transmissão ocorre quando o vírus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão. No Brasil, o principal animal que transmite a raiva ao homem é o cão.

O morcego hematófago é um importante transmissor da raiva, pois pode infectar bovinos, eqüinos e morcegos de outras espécies. Todos estes animais podem transmitir a raiva para o homem.

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