Campinas inicia vacinação contra a raiva animal neste final de semana

23/09/2009

Autor: Denize Assis

Meta, pactuada com o Ministério da Saúde, é vacinar 110 mil gatos e cães em toda cidade durante as duas etapas da campanha

Campinas inicia neste final de semana, dias 26 e 27 de setembro, pelos bairros das regiões noroeste, norte e sudoeste da cidade a Campanha de Vacinação contra a Raiva em Gatos e Cães. A imunização acontece das 8h da manhã às 5h da tarde, tanto no sábado como no domingo. Nos dias 3 e 4 de outubro a campanha será nas regiões leste e sul. A meta é vacinar pelo menos 110 mil animais em toda cidade nos dois finais de semana.

Para alcançar este objetivo, a Secretaria de Saúde vai mobilizar mais de 2,5 mil servidores que vão atuar em 331 postos fixos e volantes de vacinação e em áreas de suporte. Alguns postos vão abrir apenas em meio período, ou de manhã ou à tarde. Para a zona rural, serão disponibilizadas equipes volantes. Os endereços dos locais de vacinação podem ser obtidos pelos telefones 156, 3245-1219 / 3245-2268 ou pelo Disk Saúde Campinas, pelo número 160, ou no portal da Secretaria de Saúde, por meio do endereço https://saude.campinas.sp.gov.br/vacinacao_antirabica/index.htm

A Prefeitura também investiu na divulgação da campanha, por meio de peças publicitárias veiculadas no rádio e de mensagens espalhadas por todo município em faixas e bunners. Carros de som estão rodando na cidade para reforçar a importância dos proprietários levarem seus animais aos postos de vacinação.

Os vacinadores são servidores da Prefeitura, já cadastrados para esta função e capacitados - eles têm pré-exposição vacinal, carteira de identificação e registro junto às Vigilâncias em Saúde (Visas) dos Distritos de Saúde.

Segundo o médico veterinário Ricardo Conde Alves Rodrigues, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria de Saúde, o vírus rábico ainda circula em Campinas. “Há alguns anos, o município tem registrado o ciclo aéreo da doença, que é a permanência em animais silvestres, especialmente no morcego”, informa.

Esta situação, segundo Ricardo, mantém o risco da reintrodução da doença em cães e gatos, o que, consequentemente, aumenta o risco de casos em humanos. Por isso, é fundamental manter altas coberturas vacinais nas populações canina e felina.

“Campinas não registra casos de raiva canina há 28 anos e de raiva humana há 29 anos. Mas, para mantermos esta condição, é necessário ter a maior parcela possível de animais domésticos imunes ao vírus”, diz Ricardo.

O veterinário orienta que o proprietário conduza o animal ao posto de vacinação de maneira adequada, com coleira e guia. Animais como Rottweiler, Mastim Napolitano e Pit Bull e raças assemelhadas devem ser levados para vacinação, preferencialmente, por um adulto e com focinheira, enforcador e guia curta.

Todos os cães e gatos com idade igual ou superior a três meses de idade devem ser vacinados durante a campanha, mesmo as fêmeas gestantes ou em fase de amamentação e os animais idosos e doentes.

“Todos devem receber a dose nesta oportunidade, mesmo os animais imunizados em clínicas particulares ou que tenham participado de várias campanhas anteriores. A vacina é gratuita e obrigatória. É importante levar a caderneta de vacinas do animal”, diz Ricardo.

A vacina é segura e não há contra-indicações. Como nos anos anteriores, para garantir imunização adequada, não serão fornecidas doses para os munícipes levarem para casa para posterior aplicação. Também não será realizada vacinação nos domicílios. Para os animais que vão ser vacinados pela primeira vez na vida, é necessário aplicar uma segunda dose - ou reforço - 30 dias após.

Esta dose de reforço será fornecida pelo CCZ, que mantém em suas dependências um posto de vacinação durante todo ano. Porém, nestes casos, o proprietário deve levar o animal até o local, que fica na rua das Sapucaias, 115, na Vila Boa Vista.

Segundo a Vigilância em Saúde de Campinas, a vacinação de cães e gatos é a atividade que mais contribui para que a raiva seja controlada nestas espécies e, com a vacinação dos animais domésticos, promove-se, indiretamente, a proteção da população humana.

Por isso, a Vigilância em Saúde reforça que, além das ações de prevenção e controle desencadeadas pela Secretaria de Saúde, cada cidadão deve fazer sua parte e levar seus animais todos os anos para tomar a dose nas campanhas de vacinação.

Saiba mais.

O que é a raiva

A raiva é uma doença que acomete mamíferos, e que pode ser transmitida aos homens, sendo portanto, uma zoonose. É causada por um vírus mortal, tanto para os homens quanto para os animais.

No Brasil, a raiva humana ainda faz vítimas. Mesmo no Estado de São Paulo existem regiões com epizootia (epidemia entre animais), devendo haver, principalmente por parte dos municípios, um desempenho adequado nas atividades de controle da raiva animal.

Modos de transmissão

A transmissão ocorre quando o vírus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não existindo necessariamente agressão. No Brasil, o principal animal que transmite a raiva ao homem é o cão.

O morcego hematófago é um importante transmissor da raiva, pois pode infectar bovinos, eqüinos e morcegos de outras espécies. Todos estes animais podem transmitir a raiva para o homem.

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