Campinas celebra neste domingo Campanha de Conscientização de Doação de Órgãos e Tecidos

23/09/2010

Autor: Marco Aurélio Capitão

Com uma Missa em Ação de Graças na Catedral Metropolitana de Campinas às 9h30 deste domingo, dia 26 de setembro, tem início a 2ª Campanha de Conscientização de Doação de Órgãos e Tecidos de Campinas. O ato religioso é alusivo ao Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, celebrado na segunda-feira, dia 27, quando ocorrerá uma série de atividades na Praça Rui Barbosa, atrás da Catedral, das 9h às 16h. A campanha da Semana de Doação de Órgãos acontece de forma coordenada em todo o País.

Em Campinas, a promoção do evento é da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com o Hospital de Clínicas da Unicamp, Lions Clube, Associação dos Renais Crônicos de Campinas (ARCC) e Associação de Assistência aos Portadores de Hepatites, Candidatos e Transplantados do Interior de São Paulo (Aphoie), Hemocentro da Unicamp, Laboratório DMS Burnier e com a empresa Duplycopy.

Além de uma programação musical com a Banda Jovens de Poços de Caldas e com o músico Antônio Carlos Montone, estão previstas neste domingo, na Praça Rui Barbosa, atividades como dosagem de glicemia e aferição da pressão arterial, com apoio do Laboratório DMS Burnier e distribuição de material educativo por representantes da Apohie e da ARCC. O Hemocentro da Unicamp vai se incumbir do trabalho educativo para orientação sobre doação de sangue e cadastro de doadores de medula óssea.

Luiz Antônio da Costa Sardinha, coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, lembra que doar órgãos não exige nenhuma burocracia, “o que precisa é que as pessoas conversem com seus familiares sobre esse assunto para que fique bem claro seu consentimento para doar os órgãos”.

Dados da OPO revelam que a entidade quase dobrou o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2010, comparado ao mesmo período de 2009. Neste ano, de 109 notificações, 46 foram doações viáveis, diferente do primeiro trimestre de 2009, que de 105 notificações, apenas 24 eram doadores viáveis. O transplante de rim, com 68 cirurgias, é o que está em primeiro na quantidade de procedimentos realizados, seguido do fígado e da córnea que realizaram 23 e o transplante cardíaco com duas cirurgias.

O secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, ressalta a importância da doação de órgãos para transplantes. “A doação de órgãos é um dos atos mais sublimes da existência humana”, diz.

Ele lembra o papel fundamental da família na doação, pois somente os familiares podem autorizar a retirada de órgãos, e dos médicos neste processo. “São eles os primeiros a identificar um potencial doador”, afirmou.

Para ser um doador, a pessoa precisa conversar com sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. A doação de órgãos é um ato pelo qual a pessoa manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.

Crescimento constante - Segundo informações da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o Brasil é o segundo país do mundo em número absoluto de transplantes de órgãos sólidos e tem apresentado um crescimento constante ano a ano. Até o fim de 2010 o país deve realizar aproximadamente 4,5 mil transplantes de rim, 1,5 mil de fígado, 200 de coração, 170 de pâncreas e 70 de pulmão, somados a cerca de 13 mil transplantes de córnea.

Neste contexto, o HC da Unicamp se destaca. Responsável por mais de 127 cidades, o hospital já realizou mais de 4 mil transplantes desde que iniciou este tipo de cirurgia. No interior do Estado, são seis OPOS e a OPO que tem maior número de doadores viáveis em número absoluto é a do HC/Unicamp.

Apesar disso, 70 mil brasileiros continuam na fila de espera de doação de órgãos para transplante. Somente no Estado de São Paulo, são 2,5 mil pessoas a espera de fígado, 100 de coração e 10 mil de rim.

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