Ações destacam a prevenção no Dia Mundial do Coração em Campinas

27/09/2010

Autor: Denize Assis

Para marcar o Dia Mundial do Coração, em 26 de setembro, a Secretaria de Saúde de Campinas vai promover ações de informação, educação e mobilização social com o objetivo de divulgar fatores de risco que favorecem as doenças cardiovasculares ou doenças do aparelho circulatório.

Em vários locais da cidade serão colocadas faixas e banners para alertar sobre o problema. As secretarias municipais de Educação, Esportes e Saúde vão reforçar as mensagens de prevenção entre os integrantes dos grupos de ginástica, caminhada e outras atividades das práticas integrativas. Também vão ser distribuídos folhetos educativos. A Secretaria de Saúde ainda vai contar com o apoio da mídia local para divulgação das ações.

“Nosso grande objetivo é aproveitar a data como um dia de alerta, de conscientização sobre os hábitos da vida moderna que se constituem em risco para as doenças cardiovasculares e fazer uma ampla campanha de orientação à população. O que nós queremos é que as pessoas se conscientizem do problema para fazer a opção de mudar comportamentos”, afirma o secretário de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva.

As doenças do coração, também chamadas doenças cardiovasculares ou doenças do aparelho circulatório, se constituem na primeira causa de morte em Campinas.

Dados preliminares da Secretaria de Saúde mostram que em Campinas as doenças cardiovasculares respondem por cerca de 30% do total de mortes, sendo a maioria delas causadas por infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Todos os dias, pelo menos seis pessoas morrem no município de problemas do coração.

No Brasil, 300 mil brasileiros morrem todos os anos vítimas das doenças do coração. A expectativa, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é que em quarenta anos o Brasil seja o primeiro país no mundo em doenças cardiovasculares.

Por isso, além de alertar a população, o Dia Mundial do Coração vai ser celebrado em Campinas com o intuito de chamar atenção da sociedade civil para que promova um esforço conjunto, um trabalho orquestrado entre gestores, governo – em todas as esferas - e sociedade visando desenvolver políticas de prevenção das doenças cardiovasculares, como iniciativas que estimulem dieta saudável e combatam a obesidade.

José Francisco Saraiva informa que, neste sentido, a Secretaria de Saúde de Campinas iniciou este ano um programa de controle e prevenção da obesidade na infância e na adolescência para prevenção das doenças cardíacas. Denominado Educação para uma Vida Saudável, o programa ocorre em conjunto com a Ceasa e as secretarias municipais de Educação e de Esportes e Lazer.

A campanha inclui mudança no padrão dietético das refeições servidas nas escolas públicas do município. São 120 mil refeições por dia que estão sendo modificadas com a inclusão de verduras, frutas, legumes e cereais.

Para que a mudança seja efetiva, as merendeiras foram capacitadas e os pais e professores estão sendo envolvidos com o objetivo de repensar a alimentação que incorporaram culturalmente. Uma outra ação é a inclusão da educação alimentar e nutricional no currículo das escolas.

“A infância é um momento decisivo para iniciar a proteção das doenças cardiovasculares por meio da alimentação saudável e do hábito da atividade física. É nesta fase da vida que devemos investir se quisermos reduzir a incidência e a mortalidade das doenças do coração nos adultos do futuro”, diz José Francisco Saraiva.

Além da mudança no padrão nutricional, a Secretaria de Esportes foi envolvida para o incentivo a prática das atividades físicas.

Para subsidiar o programa, a Secretaria de Saúde realizou em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puc-Campinas) uma pesquisa entre alunos de escolas públicas do ensino fundamental em que foi constatado que 40% das crianças apresentavam peso acima do normal ou obesas.

O programa já está em curso em 27 escolas e 21 Centros de Saúde. Os médicos pediatras destas unidades de saúde foram capacitados para acolher crianças com distúrbios nutricionais e, se necessário, encaminhá-las para o ambulatório de endocrinologia.

Saraiva informa que os fatores de risco, ou fatores que levam às doenças do coração são hipertensão ou pressão alta, colesterol, diabetes, tabagismo, sedentarismo, estresse, obesidade, doença arterial obstrutiva periférica e drogas e alcoolismo.

Segundo o secretário, o principal desafio no combate às doenças do coração é fazer com que as pessoas mudem de hábitos. “É necessário manter uma dieta saudável – com menos sal, açúcar e alimentos gordurosos -, não fumar, fazer exercícios físicos regularmente, controlar o estresse, reduzir o consumo de álcool, fazer avaliações preventivas regulares e tratar doenças que levam aos problemas do coração porque quem já tem uma doença instalada, se tratar, vai ter menos risco”, diz.

O Dia Mundial do Coração é realizado pela Federação Mundial do Coração (World Heart Federation), com apoio da Sanofi-Aventis. No Brasil, a ação é desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e Associação Brasileira de Estudos da Obesidade (ABESO).

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