Saúde reforça ações para estimular aleitamento materno exclusivo

01/10/2003

A Secretaria de Saúde de Campinas divulgou nesta quarta-feira, 1 de outubro, pesquisa que aponta que o índice médio de aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe apenas leite da mãe - na cidade é de 2,5 meses. O número não chega a 50% do período preconizado pelo Ministério da Saúde, que é de seis meses. O estudo foi realizado em março e abril deste ano com usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) do município.

Aumentar este índice é um dos principais desafios da Secretaria de Saúde de Campinas que promove de hoje a 7 de outubro diversas atividades para marcar a 12a Semana Mundial do Aleitamento Materno que este ano tem como tema "Amamentação num Mundo Globalizado – pela Paz e Justiça".

Um dos fatores citados pelas mulheres que participaram da pesquisa como limitador para o aleitamento materno exclusivo é o trabalho. Porém, segundo a pediatra Cláudia Maria Monteiro Sampaio, a questão cultural tem um peso muito grande na decisão, como acreditar que o leite não sustenta ou que a mama vai cair.

"Este é um equívoco. Cada mãe produz o leite adequado para seu filho e também não é verdade que a amamentação determine o prejuízo estético da mama", diz a pediatra.

Dúvidas como esta podem ser sanadas pelas mulheres que comparecerem de hoje ao dia 7 de outubro nos Centros de Saúde da cidade. Na manhã desta quarta-feira, no Centro de Saúde do Dic 3, as gestantes e mamães assistiram a uma palestra sobre a importância do aleitamento materno, receberam orientações individuais e participaram de um café da manhã de confraternização.

Uma das organizadoras do evento do Dic 3, a enfermeira Maria do Carmo Silva Fochi considera a campanha como fundamental para conscientizar a comunidade e as mulheres sobre a importância do leite materno para o desenvolvimento do bebê.

"Dependendo da situação, a amamentação pode ser a diferença entre a vida e a morte", diz a enfermeira. Ela já trabalhou com bebês prematuros e conta que é clara a diferença entre bebês que recebem leite materno e bebês alimentados com leite artificial, principalmente no que se refere a proteção contra doenças. "Os bebês que recebem fórmula têm risco muito maior de apresentar complicações como alergias, infecções respiratórias e gastrointestinais, entre outras", afirma Maria do Carmo.

A pediatra Cláudia Sampaio reforça que a campanha é um momento de chamar a atenção e convocar a comunidade para discutir mais sobre a amamentação. "O evento foi criado pelo Unicef e é mais um fator na rede de estímulo ao aleitamento", afirma.

Cláudia diz que, em Campinas, esta rede é formada pelo Comitê Municipal de Amamentação que é constituído pela coordenação do Centro de Lactação - Banco de Leite Humano, Centro de Educação dos Trabalhadores da Saúde (Cets), representantes dos Centros de Saúde e um representante de cada distrito de saúde e no comitê ampliado representantes de todas os serviços de saúde.

Por meio destas instâncias, a Secretaria Municipal de Saúde desenvolve ações permanentes de incentivo ao aleitamento e estimula os diversos atores municipais envolvidos na questão.

Além das ações educativas nos Centros de Saúde, também estão programadas atividades como apresentação de peças teatrais e de coral nos espaços do Centro de Convivência Cultural, na manhã do dia 4, e palestras para profissionais de saúde no Salão Vermelho da Prefeitura, no dia 7, a partir das 8h30, com a dentista Gabriela Dorothy de Carvalho. O tema da palestra é Amamentação como prevenção da síndrome do respirador bucal.

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