Saúde notifica mais 18 casos de catapora

06/10/2003

Mais 18 casos de catapora (varicela) foram notificados pela Vigilância Epidemiológica Municipal, segundo dados divulgados pela Secretaria de Saúde nesta segunda-feira, 6 de outubro. O último balanço, divulgado dia 1 de outubro, somava 452 ocorrências.

No total, desde o final de agosto, em Campinas, foram registrados 470 casos da doença. As ocorrências são referentes a surtos ocorridos em 47 instituições municipais, a maioria escolas de ensino infantil e fundamental onde não haviam sido verificados casos anteriormente.

A Vigilância Epidemiológica solicitou, para a Direção Regional de Saúde (Dir 12), 2.357 doses de vacina contra a catapora para as crianças que freqüentam as escolas atingidas. O Estado enviou 1.986. O município aguarda para até esta terça-feira, 7, as 371 restantes e, se necessário, deve solicitar mais doses.

A estratégia para o controle da doença no município foi reforçada assim que a Secretaria de Saúde de Campinas foi informada, pela Dir 12, da ocorrência de surtos em cidades vizinhas, no início de agosto.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, mais de 60 municípios paulistas enfrentam surtos da doença. Já foram notificados mais de 10 mil casos, com onze mortes. No interior, a situação mais grave foi registrada em Limeira onde, de acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica Estadual, duas crianças morreram em decorrência de complicações da doença. Em São João da Boa Vista também houve uma morte.

Medidas de controle

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, os profissionais, ao registrarem os primeiros casos suspeitos, devem desencadear todas as medidas de controle necessárias para evitar a disseminação da catapora e o aparecimento de complicações. "Os profissionais devem monitorar o aparecimento de casos novos", diz.

Brigina explica que a varicela, também chamada catapora, não é uma doença de notificação obrigatória. No entanto, de acordo com ela, surtos e epidemias devem ser registrados e acompanhados para que se conheça melhor o comportamento da doença.

Saiba mais – A catapora é uma doença altamente contagiosa e acomete mais as crianças. No entanto, pode atingir também adolescentes e adultos que não tenham tido catapora antes. Ocorre com mais freqüência no final do inverno e início da primavera.

É causada por um vírus e fica incubada de 7 a 21 dias. Depois evolui. O vírus é especialmente adaptado para atacar a mucosa do aparelho respiratório e se propaga facilmente de pessoa para pessoa pelas gotinhas de saliva deixadas no ar ao falar, espirrar, tossir e também pelo contato direto com as lesões.

Os sintomas são febre moderada, dor de cabeça, cansaço e mal-estar. As lesões na pele aparecem, geralmente, primeiro no couro cabeludo e são mais freqüentes no tronco. Nos casos mais graves, podem acometer rosto, braços e pernas. Em alguns casos, estão presentes na boca, garganta e olhos.

Existe vacina contra a catapora, mas as doses não estão disponíveis na rede pública de saúde por não fazerem parte do calendário vacinal do Ministério da Saúde. No entanto, este ano, a Secretaria de Estado da Saúde adquiriu a vacina para disponibilizar em surtos em instituições coletivas que recebem crianças de 1 a 5 anos.

"Entretanto, a liberação depende de avaliação conjunta da Dir 12 com o município", informa a enfermeira sanitarista Salma Balista, responsável pela Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental de Campinas (Covisa). Na rede particular, a dose contra a catapora custa, em média, R$ 70.

Varicela (catapora)

O que é: É uma doença benigna (que se cura sozinha), mas altamente contagiosa. É provocada por um vírus por via respiratória ou pelo contato com as lesões de pele. A transmissão começa dois dias antes do aparecimento das vesículas (bolhas na pele) e vai até a fase de crosta. Como complicações da doença podem ocorrer infecções das lesões de pele por bactérias. Embora raras, complicações mais graves podem acontecer. A vacina contra a catapora não está incluída na rotina do calendário vacinal do Ministério da Saúde.

Cuidados e medidas de controle:

Afastar as crianças de creche ou escola até o sexto dia após o aparecimento das lesões.

Manter cuidados adequados de higiene

Manter as unhas das mãos das crianças doentes bem aparadas, para evitar lesões que propiciam infecção por bactérias

Procurar um serviço de saúde para avaliação

Não dar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico para crianças com varicela pois pode causar complicações graves

Não receber novos alunos até 21 dias após o último caso

Notificar o mais rápido possível, para avaliar a possibilidade e a indicação de aplicação de vacina.

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