Saúde promove ações educativas em salões de beleza

06/10/2003

A Vigilância em Saúde (Visa) Leste tem desenvolvido na sua área de abrangência ações educativas com proprietários e profissionais de salões de beleza. O objetivo é regulamentar e fiscalizar o funcionamento destes estabelecimentos e atuar para reduzir riscos de contaminação por doenças causadas por fungos e outras como hepatites B e C e pelo vírus HIV.

A técnica de segurança do trabalho Édna Maria Savi de Souza, da Secretaria de Saúde, explica que a contaminação ocorre, principalmente, pelo uso compartilhado de alicates e outros objetos cortantes sem a correta esterilização. "Por isso e por observarmos a desinformação dos profissionais, passamos a desenvolver esta ação. Até o momento, a maioria dos salões tem gostado muito. E os profissionais se sentem mais tranqüilos, mais seguros", diz Édna.

De acordo com a Visa Leste, os salões estão espalhados por todos os bairros da região. No entanto, a maior concentração deles fica no Centro e Cambuí. "No início de 2002, desenvolvemos um trabalho de busca e cadastramento destes locais com convocação para que os proprietários com situação inadequada se regularizassem. Depois disso, a procura pela ação da Vigilância tem sido crescente", afirma Édna.

A atividade inclui recomendações para cabeleireiros, profissionais de depilação e dá enfoque especial para manicures, que exercem atividades com objetos cortantes. A equipe da Visa explica que riscos o trabalho pode trazer para clientes e para os profissionais e quais são as formas de reduzi-los.

De acordo com Édna, na ação são passadas recomendações sobre a área física, como a maneira correta de utilizar a pia. "A pia para lavagem do material de trabalho deve ser exclusiva para este fim. É necessário ter outras para o sanitário e para as louças do café", diz.

Também são passadas informações sobre as condições de trabalho. No caso do cabeleireiro, ele é orientado sobre uso correto de pentes e escovas, toalhas e lâminas de máquina de corte. O profissional de depilação é informado sobre formas de reduzir riscos de contaminação.

E a manicure é conscientizada sobre a limpeza do material, forma correta de esterilização e necessidade do uso de luvas e avental. Os passos da esterilização em estufa ou em autoclave são detalhados. "Também informamos sobre como proceder em caso do profissional se ferir com o alicate", afirma Édna.

A técnica de segurança do trabalho explica que no momento da esterilização do equipamento é preciso obedecer normas de procedimento, como temperatura, tempo de exposição e acondicionamento do instrumental após o procedimento.

A abordagem dos trabalhadores dos salões ocorre no momento da concessão do pedido de alvará e também pode ocorrer quando alguém faz alguma queixa sobre o estabelecimento. Neste caso, mesmo que já tenha alvará, a Visa reforça as orientações no momento da visita.

A empresária Neide Kitauchi, proprietária do salão Golden Star, na General Osório, 2.309, considera o trabalho importante e necessário. Segundo ela, com a informação todos ganham, proprietários, funcionários e clientes. "Todos deveriam recorrer a este trabalho. É muito bom. É mais saúde", afirma.

A Visa Leste já desenvolveu ação no salão Golden Star duas vezes nos últimos anos, durante concessão do alvará e a pedido da proprietária. Nos próximos dias, segundo Neide, ela irá solicitar uma nova visita já que o estabelecimento acaba de passar por reformas.

Neide conta que cada manicure da sua equipe precisa ter 30 jogos de alicate e que todas são orientadas sobre esterilização, como acondicionar o equipamento com papel alumínio e necessidade de etiquetá-lo com data de vencimento.

Também são utilizadas bacias descartáveis. Os cabeleireiros utilizam toalhas individuais. Cada profissional ainda recebe uma cartilha da Secretaria de Saúde com orientações da Vigilância Sanitária.

O médico sanitarista Vicente Pisani Neto, coordenador da Vigilância Sanitária de Campinas informa que o trabalho de promoção à saúde e prevenção de doenças é uma das diretrizes do Paidéia, programa desenvolvido pela Secretaria de Saúde desde 2001. "A equipe do Paidéia trabalha para prevenir doenças e promover a saúde e a autonomia das pessoas", diz.

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