Equipes removem cinco mil quilos de entulho em ação contra a dengue

22/10/2003

Equipes do Distrito de Saúde Leste retiraram cinco toneladas de entulhos e outros materiais que podem servir para procriação de mosquito em um terreno na esquina das ruas Santa Cruz e Maestro João de Túlio, numa ação de combate à dengue na última terça-feira, 21 de outubro. A área, de mais de 5 mil metros quadrados, abriga a fundação de um edifício da falida Construtora Encol. Os trabalhos contaram com apoio da Secretaria Municipal de Serviços Públicos.

A construção foi paralisada na fase inicial das obras e se transformou num problema de saúde pública. Além de propiciar a proliferação de mosquitos, o local ainda serve de criadouro para ratos, baratas e outros bichos que trazem muitos incômodos para as pessoas que moram nas vizinhanças.

A Secretaria Municipal de Saúde teve que solicitar autorização à Justiça para que os profissionais de saúde pudessem entrar no local e fazer a limpeza. O mesmo procedimento tem que ser adotado para todas os outros prédios abandonados inacabados na cidade.

Levantamento da Secretaria de Saúde aponta que há pelo menos 38 prédios nestas condições na cidade. Destes, segundo informações obtidas pela Prefeitura, 10 são da Encol e estão todos localizados na Região Leste de Campinas. Estas construções são pontos de risco para a dengue porque propiciam a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus que causa a doença.

De acordo com a supervisora de controle ambiental Janilce Souza, da Secretaria de Saúde, um outro agravante na área trabalhada na última terça é o fato das pessoas usarem o local para descartar lixo. Janilce ressaltou que é necessário que a população se conscientize de que só com a participação de toda comunidade será possível manter a dengue sob controle. Segundo a supervisora, levantamento recente da Secretaria de Saúde mostra que o mosquito da dengue muitas vezes se desenvolve no próprio quintal das pessoas, nas vasilhas com água parada.

O estudo aponta que mais de 80% dos criadouros disponíveis para o mosquito estão nas casas e quintais. São lotes sem capinar, cheios de sucatas, pratos de vasos de planta, latas, garrafas, potes, pneus e reservatórios de água entre outros. Estes locais podem manter os ovos do mosquito da dengue no período de seca por até um ano.

De acordo com Fernanda Borges, supervisora das ações da dengue na Secretaria de Saúde, no verão, na água, em uma semana, o ovo se transforma em larva que se transforma em um mosquito adulto do Aedes aegypti. "E basta um mosquito infectado para iniciar a transmissão num raio de 100 a 300 metros", disse. É por isso, segundo Fernanda, que não basta cada família cuidar do seu quintal. "As comunidades precisam se unir contra a dengue", completou.

Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça e no corpo e fraqueza. Também podem surgir manchas pelo corpo. Ao apresentar algum destes sinais, a pessoa deve procurar o Centro de Saúde o mais rápido possível.

Desde janeiro de 2003, a Vigilância Epidemiológica de Campinas registrou 451 casos de dengue dos quais 382 referem-se a pessoas que foram infectadas no próprio município – são os chamados casos autóctones. Os 69 casos restantes são de cidadãos que contraíram a doença em viagens a outras cidades.

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