Samu de Campinas recebe investimento do Ministério da Saúde

29/10/2003

Serviço também recebe esta semana quatro novas ambulâncias que já haviam sido adquiridas pela Prefeitura com recursos do OP

Campinas será uma das primeiras cidades brasileiras a receber os investimentos do Ministério da Saúde destinados aos Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A verba de pelo menos R$ 155 mil mensais – R$ 12,5 mil para cada equipe de suporte básico e R$ 27,5 mil para cada equipe de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) - foi anunciada nesta quarta-feira, 29 de outubro, em Brasília, quando a coordenação de urgência e emergência da Secretaria Municipal de Saúde apresentou para o Ministério o plano de assistência pré-hospitalar móvel da cidade elaborado de acordo com a normatização nacional.

A previsão é de que o repasse seja efetuado já em dezembro. O custo mensal do Samu é de R$ 419 mil mensais e, até então, era totalmente financiado pela Prefeitura. Além do financiamento do Ministério da Saúde, o Samu também recebe esta semana quatro novas ambulâncias que já haviam sido compradas pela Prefeitura com recursos do Orçamento Participativo.

O investimento estava previsto pela Política Nacional de Atenção às Urgências lançada pelo Ministério da Saúde em setembro com o objetivo de estruturar a atenção às urgências no país, cujo principal braço são os Samus. Em todo País, até dezembro de 2004, serão R$ 120,1 milhões para estruturar equipes de Samu em 132 municípios e 20 capitais, com mais de 100 mil habitantes. Nesta primeira etapa, cerca de 68 milhões de pessoas serão beneficiadas.

Em Campinas, a população já conta com o Samu há oito anos. A unidade, da Prefeitura, presta atendimento às urgências provocadas por causas traumáticas, clínicas pediátricas, cirúrgicas, gineco-obstetrícia e psiquiátricas no local onde o cidadão se encontra e, se necessário, após estabilizar a vítima, transporta-a para um serviço médico.

O Samu/Campinas recebe 5 mil solicitações por mês e ainda realiza o transporte de 2.500 pacientes crônicos, que, sem recursos próprios, carecem de ser transportados para serviços de hemodiálise, fisioterapia e quimoterapia.

De acordo com o médico emergencista José Roberto Hansen, coordenador do Samu, com o programa do Ministério, a Prefeitura de Campinas vai concluir a ampliação e renovação da frota, medidas que já estavam em andamento. "O Ministério ainda vai custear, como prevê o programa, metade das equipes do serviço", afirma. Atualmente a frota do Samu é composta por 15 ambulâncias básicas e 3 UTIs.

Histórico – No Brasil, além do Samu de Campinas, já são 15 os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência em funcionamento: Aracaju (SE); Araras (SP); Ribeirão Preto (SP); São Paulo (SP); Belém (PA); Betim (MG); Belo Horizonte (MG); Maceió (AL); Fortaleza (CE); Natal (RN); Porto Alegre (RS); Recife (PE); Vitória da Conquista (BA); e Região do Vale do Ribeira (SP), que através de consórcio intermunicipal engloba 26 municípios, além da BR-116, do trecho de Juquitiba à Barra do Turvo (divisa de SP com PR). Atualmente, todas essas cidades financiam seus próprios serviços.

Segundo o Ministério da Saúde, a experiência internacional comprova que o atendimento precoce oferecido pelas equipes do Samu resulta em: redução da mortalidade por causas externas (acidentes de trânsito, ferimentos por armas, quedas, afogamentos, entre outras); diminuição dos óbitos de infartos, doenças respiratórias, gravidez de alto risco e recém-nascidos prematuros; atendimento humanizado aos portadores de diferentes tipos de transtornos mentais nos quadros de urgência.

Além da redução de mortes e seqüelas, evita a existência de pacientes "perambulando de porta em porta de hospitais", sem acesso garantido, sem transporte e cuidados adequados a suas necessidades.

Segundo José Roberto Hansen, o Samu também auxilia na adoção de ações intersetoriais. Se em uma esquina ocorre um grande número de atropelamentos, a equipe de resgate identifica a necessidade de medidas de educação para o trânsito, melhoria de sinalização e fiscalização, por exemplo.

Em outra frente, o Samu permite ampliar a identificação de doadores potenciais de órgãos para transplantes, melhorar a notificação de acidentes de trabalho e violências contra mulheres, crianças e idosos. Se aumentar a ocorrência de uma determinada doença transmissível, como a meningite, a Central Samu - 192 também faz a notificação às autoridades sanitárias precocemente, permitindo a adoção de medidas preventivas.

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