Denize Assis
O número de
casos de diarréia aguda, com sintomas compatíveis com diarréia
provocada por rotavírus, notificados à Vigilância em Saúde
(Visa) de Campinas subiu para 2,3 mil informou a Secretaria
Municipal de Saúde nesta sexta-feira, dia 1 de outubro. No último
balanço, divulgado dia 27 de setembro, as ocorrências somavam
1,8 mil. Em 2003, o município enfrentou um surto de diarréia
na mesma época do ano – do final de julho a outubro -, com
mais de 1,2 mil casos.
A infecção
pelo rotavírus varia de um quadro leve, com diarréia aquosa e
duração limitada, a quadros graves com desidratação, febre e
vômitos, podendo evoluir para óbito. A doença pode atingir
todas as faixas etárias mas representa maior risco para crianças
muito pequenas e idosos. É sazonal e os casos aparecem com
maior freqüência no final do inverno.
Para confirmar
se o agente causador das diarréias é mesmo rotavírus, a cada
10 ocorrências a Vigilância em Saúde colhe uma amostra e
envia para exame laboratorial. Até agora, dos 125 exames já
concluídos, 71 confirmaram infecção por rotavírus e 39 deram
negativo. Para os demais casos, o diagnóstico é feito com base
nos sintomas e pelo histórdico das pessoas, chamado
tecnicamente de critério clínico-epidemiológico.
A Vigilância
em Saúde de Campinas tem divulgado semanalmente informe técnico
para equipes de saúde sobre o surto. O comunicado relata o número
de casos, a necessidade das ocorrências serem notificadas e
orienta sobre como devem ser colhidas as amostras para análise
laboratorial.
O estímulo ao
aleitamento materno – o leite materno contém altos níveis de
anticorpos - e o diagnóstico
precoce para introdução de terapia oral ou endovenosa estão
entre as recomendações da Vigilância. Outra orientação é
para que, na suspeita de rotavírus, as crianças sejam
afastadas de creche ou escola até o desaparecimento dos
sintomas. Além disso, é necessário seguir normas rígidas de
higiene no cuidado com crianças, principalmente em creches,
escolas, hospitais, ou qualquer local de estreito convívio
delas.
"Para a
população em geral, as maneiras de prevenção estão sendo
divulgadas pelas equipes do Paidéia de Saúde da Família
durante os trabalhos em campo e nos próprios serviços",
diz a enfermeira Maria Ângela Bordin, do Centro de Saúde São
José.
Ela explica
que, contra o rotavírus, existem somente medidas preventivas.
"E a melhor forma de prevenção é o reforço dos cuidados
com a higiene, como limpeza dos ambientes domésticos e lavagem
de mãos, principalmente antes das refeições, após ir ao
banheiro e antes de manipular alimentos", diz Maria Ângela.
Também é fundamental o controle da água e dos alimentos –
verduras e frutas devem ser lavadas antes de serem ingeridas - e
a destinação adequada do lixo e do esgoto.