Suspeitos de rotavírus somam 2,3 mil em Campinas

01/10/2004

Denize Assis

O número de casos de diarréia aguda, com sintomas compatíveis com diarréia provocada por rotavírus, notificados à Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas subiu para 2,3 mil informou a Secretaria Municipal de Saúde nesta sexta-feira, dia 1 de outubro. No último balanço, divulgado dia 27 de setembro, as ocorrências somavam 1,8 mil. Em 2003, o município enfrentou um surto de diarréia na mesma época do ano – do final de julho a outubro -, com mais de 1,2 mil casos.

A infecção pelo rotavírus varia de um quadro leve, com diarréia aquosa e duração limitada, a quadros graves com desidratação, febre e vômitos, podendo evoluir para óbito. A doença pode atingir todas as faixas etárias mas representa maior risco para crianças muito pequenas e idosos. É sazonal e os casos aparecem com maior freqüência no final do inverno.

Para confirmar se o agente causador das diarréias é mesmo rotavírus, a cada 10 ocorrências a Vigilância em Saúde colhe uma amostra e envia para exame laboratorial. Até agora, dos 125 exames já concluídos, 71 confirmaram infecção por rotavírus e 39 deram negativo. Para os demais casos, o diagnóstico é feito com base nos sintomas e pelo histórdico das pessoas, chamado tecnicamente de critério clínico-epidemiológico.

A Vigilância em Saúde de Campinas tem divulgado semanalmente informe técnico para equipes de saúde sobre o surto. O comunicado relata o número de casos, a necessidade das ocorrências serem notificadas e orienta sobre como devem ser colhidas as amostras para análise laboratorial.

O estímulo ao aleitamento materno – o leite materno contém altos níveis de anticorpos - e o diagnóstico precoce para introdução de terapia oral ou endovenosa estão entre as recomendações da Vigilância. Outra orientação é para que, na suspeita de rotavírus, as crianças sejam afastadas de creche ou escola até o desaparecimento dos sintomas. Além disso, é necessário seguir normas rígidas de higiene no cuidado com crianças, principalmente em creches, escolas, hospitais, ou qualquer local de estreito convívio delas.

"Para a população em geral, as maneiras de prevenção estão sendo divulgadas pelas equipes do Paidéia de Saúde da Família durante os trabalhos em campo e nos próprios serviços", diz a enfermeira Maria Ângela Bordin, do Centro de Saúde São José.

Ela explica que, contra o rotavírus, existem somente medidas preventivas. "E a melhor forma de prevenção é o reforço dos cuidados com a higiene, como limpeza dos ambientes domésticos e lavagem de mãos, principalmente antes das refeições, após ir ao banheiro e antes de manipular alimentos", diz Maria Ângela. Também é fundamental o controle da água e dos alimentos – verduras e frutas devem ser lavadas antes de serem ingeridas - e a destinação adequada do lixo e do esgoto.

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