Denize Assis
A Secretaria de
Saúde de Campinas informou nesta quarta-feira, dia 6 de
outubro, que a Vigilância em Saúde do município recebeu na última
semana, entre os dias 27 de setembro e 2 de outubro, notificação
de mais dois surtos de varicela (catapora) em escolas da cidade.
Desde junho, já
foram registrados 20 surtos da doença, sendo oito deles a
partir de setembro, situação que confirma a característica
sazonal da doença que ocorre com mais freqüência no final de
inverno e início da primavera. No total, nestes surtos, foram
registrados 281 casos, dos quais apenas três referem-se a
pessoas com mais 15 anos.
Em 2003, de
junho a novembro, 67 surtos - num total de 700 casos - foram
notificados à Visa de Campinas. De acordo com técnicos da
Vigilância não existe este ano e não houve no ano passado
nenhuma situação anormal com relação à catapora na cidade.
O que ocorreu é que a entrega das vacinas está condicionada à
comunicação de surtos e, por isso, Campinas passou a notificar
casos com maior freqüência. Também não é possível comparar
dados de 2004 e 2003 com épocas anteriores já que a incidência
da varicela é subnotificada.
A enfermeira
sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Visa municipal, informa
que a Secretaria de Saúde de Campinas tem adotado ações de
controle e vigilância epidemiológica em todos os surtos
informados à vigilância. As medidas incluem bloqueio em
instituições coletivas com vacinação dos suscetíveis.
"No
entanto, as doses são liberadas somente mediante notificação
dos casos e disponibilizadas para os suscetíveis ou seja todas
as crianças menores de cinco anos que ainda não tiveram
varicela e que tiveram contato prolongado com o doente. Adultos
que trabalham nas instituições atingidas e que ainda não
tiveram a doença também recebem a vacina", diz Carmo
Ferreira.
Cuidados.
A orientação da Secretaria de Saúde, conforme normas do
Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS),
é que crianças com suspeita de catapora sejam encaminhadas aos
centros de saúde e, confirmado o diagnóstico, afastadas da
creche ou escola até o sétimo dia após o surgimento das lesões
ou até que todas as crostas tenham caído.
Também é
importante manter cuidados com a higiene, como aparar as unhas
da criança e manter o banho diário. "Estas medidas
simples podem evitar a infecção das vesículas por bactérias,
que podem agravar o quadro", diz a enfermeira sanitarista
Brigina Kemp, da Visa municipal. A sanitarista afirma que a
aspirina nunca deve ser utilizada para o tratamento, pois pode
causar complicação.
Saiba mais.
A catapora é uma doença contagiosa, causada pelo vírus varicela-zoster,
que atinge principalmente menores de 15 anos. A principal forma
de manifestação da doença é o surgimento de pequenas bolhas
pelo corpo, que evoluem para crostas e cicatrizam em
aproximadamente cinco dias. O quadro também pode apresentar
febre e indisposição.
"Na imensa
maioria dos casos, a varicela é benigna. No entanto, pacientes
com desnutrição ou quadro de baixa imunidade tendem a
apresentar formas mais graves da doença, como pneumonia e
complicações hemorrágicas, o que pode causar óbitos",
diz Brigina. Em Campinas, nos últimos dois anos não foram
registradas mortes de moradores da cidade por complicações
desta doença.