Talita El
Kadri
Mais de 40
representantes de Comissões Internas de Prevenção de
Acidentes de Trabalho (Cipa´s) participaram na última
quarta-feira, dia 13 de outubro, da capacitação em
"ambiente de trabalho livre do tabaco", no Salão
Vermelho da Prefeitura. O evento, promovido pela comissão de
Cipeiros da Prefeitura com o apoio do Instituto Nacional de
Combate ao Câncer (INCA) e do Ministério da Saúde, dá
continuidade ao projeto anti-tabagismo Pandemia de
Tabagismo – Campinas responde desenvolvido pela
Secretaria Municipal de Saúde.
Os
palestrantes foram o médico da Secretaria de Saúde, Mário
Becker, a assistente social da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), Laura Helena Hoffmann, e o pediatra, também
da Unicamp, Roberto Teixeira Mendes.
De acordo com
a auxiliar de enfermagem da Policlínica III e uma das seis
componentes da comissão de cipeiros, Carmen Sílvia Scadalon
Linke, o objetivo é que os participantes, componentes de 19
Cipa´s da prefeitura, de 5 autarquias e dos hospitais Irmãos
Penteado e Albert Sabin, atuem em seus ambientes de trabalho
para conscientizar os colegas quanto à importância do
ambiente de trabalho livre da fumaça do cigarro.
"Visamos
o aumento da qualidade do ambiente de trabalho e conseqüentemente
da saúde do trabalhador. Informamos sobre os riscos à saúde
coletiva e o respeito ao trabalhador não-fumante. Para isso,
quem está presente recebe kits que contêm folders, panfletos
informativos e cartazes para auxiliar na multiplicação da idéia",
afirma Carmen.
A servente
readaptada representante da Cipa da Escola Municipal de Ensino
Fundamental (Emef) Padre Francisco Sila, no Jardim Londres, e
também componente da comissão de Cipeiros, Clemilda Natália
Trutuozo de Sousa, diz, ainda, que após a atividade os
participantes fazem avaliações do evento para promover a
melhoria e continuação do trabalho e que a comissão
pretende ampliar a capacitação para outras frentes, como por
exemplo, alcoolismo.
A médica da
família e responsável pela saúde do adulto em Campinas,
Maria Auxiliadora Zanin, explicou que atuar nos ambientes de
trabalho é importante porque, em média, o trabalhador passa
80% do tempo em ambientes fechados. Desta forma, se houver
consumo de cigarro nesse local, quem não fuma torna-se,
consequentemente, fumante passivo - o que também prejudica a
saúde.
"Atualmente
o tabagismo é a maior causa de mortes no mundo. Pode dar início
ou agravar doenças como asma, rinites, infecções de ouvido
e garganta e, dos tumores que levam à óbito, 50% tem relação
direta ou indireta com o tabagismo", diz ela. Segundo a médica,
em decorrência do tabagismo, o trabalhador pode ter menor
concentração, queda de rendimento e pior qualidade no serviço.
De acordo com
Maria Auxiliadora, o principal desafio na luta contra o
tabagismo é conseguir transformar o ambiente de trabalho em
um local livre de fumaça de maneira consciente e não de
forma autoritária ou imperativa. "Queremos criar condições
para que o dependente de cigarro tenha um local aberto para
fumar – o fumódromo –, o objetivo não é punir. Também
pretendemos dar condições para que, se quiser, o fumante
possa ter acesso ao tratamento", afirma.
Ela informou
ainda que, no Estado de São Paulo, Campinas é destaque no
trabalho com tabagismo e que o município avançou bastante
desde que começou a desenvolver o projeto. O Pandemia de
Tabagismo – Campinas responde envolve três frentes:
conscientizações em escolas, em parceria com a Secretaria de
Educação e com o Centro Boldrini, em empresas públicas e
privadas com as Cipas e diretamente com os tabagistas, por
meio da capacitação de equipes em cinco unidades de saúde.