Grupo de Resíduos do Ouro Verde promove oficinas para funcionários

15/10/2004

Talita El Kadri

O Complexo Ouro Verde prossegue no próximo dia 25 de outubro, das 14h às 16h, com o Ciclo de Oficinas sobre gestão de resíduos de serviços de saúde. As oficinas, com cerca de 20 pessoas em cada ciclo, serão promovidas pelo Grupo Gestor de Resíduos da unidade, que é responsável pelo plano de gerenciamento dos resíduos do serviço. O objetivo é capacitar os 385 funcionários do complexo.

O manejo e destinação adequados dos resíduos de serviços de saúde reduz os danos ao meio ambiente e à saúde e os riscos de acidentes com profissionais que trabalham com este material. De acordo com a tecnóloga em saneamento e apoiadora do grupo, Ivanilda Mendes, a atividade vai possibilitar que os participantes conheçam as ações do Grupo Gestor de Resíduos da unidade e a política de gestão de resíduos de saúde no município.

"Queremos capacitar os funcionários do Complexo Ouro Verde quanto à biossegurança e também quanto à forma correta de manusear e segregar resíduos", afirma Ivanilda. Para isso, os encontros contam com a presença da farmacêutica bioquímica, Claudenilza Cunha, que vai ministrar o tema "Biossegurança e Classificação de Resíduos", e da técnica em patologia clínica, Maria Rosa Ogawa, que vai apresentar o diagnóstico e situação atual dos resíduos do complexo.

Grupo Gestor do complexo. Formado por representantes do laboratório, ambulatório e pronto atendimento do complexo, a equipe é responsável por elaborar e implementar planos de gerenciamento de resíduos que inclui todas as etapas de um encaminhamento seguro para o lixo hospitalar - coleta, manuseio, armazenamento, transporte e disposição final.

"Uma das propostas do grupo, atualmente, é verificar pontos que possam ser otimizados para melhorar a qualificação da segregação, diminuindo a geração de resíduos infectantes e, consequentemente, diminuindo o impacto à saúde. Também visamos diminuir custos no processo de desinfecção desse material", diz Ivanilda.

Resíduos na cidade. Em Campinas, cerca de 800 toneladas de lixo urbano são geradas por dia, sendo que 1% a 3% dessa quantidade é produzida nos estabelecimentos de saúde. Desse total, entre 10% e 25% representam riscos à saúde. Com a segregação correta do resíduo, é possível também reduzir a possibilidade de contaminação dos resíduos recicláveis e do lixo comum.

A saúde coletiva de Campinas informa que, na cidade, os resíduos do grupo A (potencialmente infectantes) e E (perfurocortantes) são tratados pelo sistema de microondas, que faz desinfecção dos elementos biológicos, e são posteriormente destinados para o aterro sanitário Delta A.

Os resíduos do grupo D (comuns) são destinados à coleta seletiva e o restante também é levado para o aterro, os do grupo B (químicos) são incinerados no município de Paulínia e resíduos do grupo C (rejeitos radioativos) recebem tratamento diferenciado de acordo com norma do Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

As regras relativas ao gerenciamento de resíduos de serviços de saúde estão na Resolução RDC 33/03, publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, (Anvisa), em fevereiro de 2003. Quem desobedecer os critérios pode ser punido de acordo com a Lei 6.437/77, que prevê de notificação a multas de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. As vigilâncias sanitárias estaduais e municipais são responsáveis pela fiscalização.

De acordo com a Resolução RDC 33/03, publicada pela Anvisa, o resíduos são classificados como:

GRUPO A (potencialmente infectantes)
Que tenham presença de agentes biológicos que apresentam risco de infecção, como bolsas de sangue contaminado.

GRUPO B (químicos)
Que contenham substâncias químicas capazes de causar risco à saúde ou ao meio ambiente, independente de suas características inflamáveis, de corrosividade, reatividade e toxidade. Por exemplo, medicamentos para tratamento de câncer, reagentes para laboratório e substâncias para revelação de filmes de Raio-X.

GRUPO C ( rejeitos radioativos)
Materiais que contenham radioatividade em carga acima do padrão e que não possam ser reutilizados, como exames de medicina nuclear.

GRUPO D (resíduos comuns)
Qualquer resíduo que não tenha sido contaminado ou possa provocar acidentes, como gesso, luvas, gazes, materiais passíveis de reciclagem e papéis.

GRUPO E (perfurocortantes)
Objetos e instrumentos que possam furar ou cortar, como lâminas, bisturis, agulhas e ampolas de vidro.

A íntegra da Resolução RDC n° 33/03 está na internet: www.anvisa.gov.br/legis/resol/2003/rdc/33_03rdc.htm

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