Talita El
Kadri
A Secretaria de Saúde de Campinas comemora, neste mês de
novembro, o primeiro ano de atividades do Saúde On Line
(Sol) com a marca de 189 mil consultas agendadas. O Sol é
o sistema pelo qual é possível marcar, por meio de
computadores ligados em rede, consultas com especialistas
como cardiologistas, endocrinologistas e exames de
complementação diagnóstica como ultrassom, ecografia,
mamografia entre outros.
O Sol funciona assim: o paciente vai primeiro ao Centro de
Saúde e passa por consulta com um médico de saúde da
família, médico generalista ou clínico geral. Se for
necessária uma consulta ou exame especializados - são
127 procedimentos disponíveis -, ao sair do consultório,
na recepção da própria unidade, o processo será
agendado pelo computador. No caso de não haver disponibilidade, o paciente entra na fila de
espera para que, quando chegar sua vez, faça o
agendamento pelo Sol.
Atualmente, 77 unidades entre Centros de Saúde, Módulos
de Saúde da Família, Policlínicas e outros serviços de
referência da Prefeitura estão conectados com a central
de marcação de consultas do Sol. Para marcar e agendar
cerca de 5 mil procedimentos por semana, a Secretaria de
Saúde mobiliza 351 profissionais, 292 operadores e 86
gestores capacitados para operar e trabalhar com o
sistema.
Segundo o médico sanitarista do Departamento de Gestão e
Desenvolvimento Organizacional (DGDO), Moacyr Perche, um
dos responsáveis pela implantação do Sol, no primeiro
ano de aplicação do programa já foi possível diminuir
a fila de espera e custos com os agendamentos.
"Antigamente levávamos três semanas para agendar os
procedimentos em papel e gastávamos com o transporte
desse material. Agora fazemos tudo isso pela Internet e,
nas especialidades mais procuradas, conseguimos agendar pacientes em todas as
vagas oferecidas, para entre uma semana e quinze
dias", diz.
De acordo com o sanitarista, o Sol também diminuiu as
perdas de consultas que, antes, atingiam uma média mensal
de 24%. "Com o Sol, o usuário recebe todas as
informações que precisa, como data, hora, local, nome do
especialista que fará a consulta, em papel impresso e,
por isso, o informativo é mais claro do que o agendamento
manual", afirma Perche.
O diretor do DGDO, o médico Adilson Campos, afirma que o
programa permitiu substituir muitas planilhas, agendas,
papeis, mãos e muitos dias de trabalho. "O Sol
facilita e agiliza o atendimento ao cidadão",
afirma.
Investimentos. Para viabilizar o Sol, além de
montar a infra-estrutura (computadores e servidores), a
Secretaria de Saúde investiu R$ 18 mil no ano passado e
solicitou investimento de R$ 1 milhão, R$ 700 mil dos
quais virão do Governo Federal e R$ 300 mil de
contrapartida do Governo Municipal.
De acordo com Perche, com 5 % desse recurso a Secretaria
pretende desenvolver um software que possibilite, também,
incluir a lista de espera para agendamentos ao Sol. O
restante da verba vai ser utilizada para compra de
equipamentos, melhoria no atual sistema e otimização do
serviço.
"O novo módulo do programa vai regular as consultas
pelo risco a que o paciente está submetido - pela avaliação
da necessidade e gravidade do caso - e não mais pela
ordem de chegada", diz. Segundo Perche, quando
estiver implantado na sua totalidade, o Sol vai garantir,
ainda, que os usuários possam fazer as consultas e exames
no locais mais próximos de sua residência. "A
regionalização dos agendamentos vai tornar o procedimento mais confortável para o paciente".