O 2º
Seminário dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS)
de Campinas reuniu mais de 170 pessoas entre ACSs e
outros profissionais da área, gestores municipais,
integrantes do Conselho Municipal de Saúde e usuários
do Sistema Único de Saúde (SUS) na manhã desta
quinta-feira, 6 de outubro, no Salão Vermelho da
Prefeitura.
O
objetivo principal do encontro, promovido pela
Secretaria Municipal de Saúde de Campinas em parceria
com o Conselho Municipal de Saúde, foi reconhecer o
processo histórico da inserção dos ACS nas equipes
de saúde e fundamentar seu papel enquanto
protagonista das ações de cidadania na política de
saúde no município.
O
secretário Municipal de Saúde, Gilberto Selber, logo
na abertura do evento, reconheceu a importância do
agente comunitário de saúde na construção do SUS:
"A saúde pública é um desafio de toda
sociedade e o agente comunitário de saúde está
inserido neste processo com uma grande capacidade de
agregar conhecimento. Além disso, este profissional
está diretamente relacionado com o Programa de Saúde
da Família, do Ministério da Saúde, que é uma
conquista do povo brasileiro e não tem volta".
Segundo
Selber, o seminário foi um momento de repensar as práticas
dos agentes, refletir e aperfeiçoá-las e, assim, dar
uma resposta mais efetiva para a comunidade na solução
de seus problemas de saúde.
O
seminário teve cinco eixos temáticos: processo de
capacitação do ACS; sua formação em nível técnico
conforme deliberação do Ministério da Saúde;
processos de trabalho do agente junto a equipe de Saúde
da Família; condições de trabalho e Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs) e vínculo empregatício.
"O
evento consistiu num amplo debate para resgatar o
processo histórico da inserção destes profissionais
na rede e retomar as propostas construídas nos seminários
anteriores. Além disso, foi o momento para grande
avaliação de um projeto coletivo iniciado nos últimos
anos", explicou Sílvia Carmona, coordenadora de
Recursos Humanos da Secretaria de Saúde.
O ACS
é o profissional que, na maioria das vezes,
estabelece o vínculo do serviço de saúde com a
comunidade. Sempre moradores da área de atuação, os
agentes vão até as residências, fazem o diagnóstico
das necessidades de saúde de cada família, conhecem
o território, cadastram as pessoas e levam estas
informações até as equipes de referência nos
Centros de Saúde ou Módulos de Saúde da Família.
Eles
ainda participam do projeto terapêutico individual,
plano desenvolvido pelas equipes para cada paciente, e
desenvolvem trabalhos intersetoriais com as
secretarias municipais, Organizações Não-Governamentais
e outras instituições. "Eles se tornam a referência
em saúde pública para os moradores. A inserção dos
agentes comunitários foi um grande ganho para
Campinas. Qualificou muito o trabalho da Secretaria de
Saúde", diz Yara de Oliveira Corrêa, servidora
aposentada e membro do Movimento Popular de Educação
em Saúde. Yara foi uma das palestrantes do seminário.
Atualmente,
a Secretaria de Saúde de Campinas conta com 585
agentes comunitários de saúde. Eles trabalham
inseridos nas equipes de saúde da família em todas
as regiões da cidade. Cada uma conta com pelo menos
quatro agentes comunitários de saúde. Também atuam
como apoio no controle de agravos entre os quais a
dengue e em programas como, por exemplo, o de Doenças
Sexualmente Transmissíveis e Aids, da Secretaria de
Saúde, onde junto ao núcleo de saúde coletiva
desenvolvem tratamento supervisionado de tuberculose,
experiência que, devido aos bons resultados alcançados,
está sendo compartilhada com toda rede municipal de
saúde.
Entre
os encaminhamentos do seminário, estão incluídas as
questões de condições de trabalho e dos
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e, para
que os ACSs tenham maior representatividade e
resolutividade, ficou apontada a formação da Comissão
tripartite, constituída por gestores – da
Secretaria de Saúde e do Serviço de Saúde Cândido
Ferreira - , ACSs e Sindicatos dos Servidores Públicos
Municipais e da Saúde.
Denize
Assis