Reunião pública discute riscos e soluções para o Ribeirão das Anhumas

14/10/2005

O município de Campinas, por meio do Projeto Anhumas, promove neste sábado, 15 de outubro, reunião pública para compartilhar com a comunidade os resultados do levantamento dos riscos ambientais da baixa bacia do Ribeirão das Anhumas e apontar perspectivas de intervenções com medidas preventivas e corretivas para enfrentamento dos problemas relatados. O evento acontece das 8h30 às 14h, na Fundação Síndrome de Down, na rua José Antônio Marinho, 430, em Barão Geraldo.

A expectativa da comissão organizadora é que a reunião conte com ampla participação de representantes do poder público, comunidade acadêmica, Organizações Não-Governamentais (ONGs), lideranças comunitárias, movimentos sociais e sociedade civil em geral. O evento é aberto ao público e não é necessário se inscrever antes.

"O objetivo da reunião é dar retorno às pessoas envolvidas no projeto, ampliando para a comunidade as evidências de riscos da baixa bacia do Anhumas, sistematizados em temáticas sociais e ambientais, apontados no levantamento. Além disso, apontar novos encaminhamentos e fortalecer as iniciativas já existentes", afirma o médico sanitarista Carlos Eduardo Cantúsio Abrahão, coordenador da Saúde Ambiental de Campinas.

No levantamento foram detectados locais de grande vulnerabilidade, como as áreas de risco à saúde dentro de Barão Geraldo, agressões ao ambiente, emissão de poluentes, acúmulo de resíduos, criação de animais, águas contaminadas e poluição do ar.

Também foram identificados, segundo Marilis Busto Tognoli, arquiteta e urbanista da Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, locais considerados de vulnerabilidade social, como aqueles em que populações estão assentadas em áreas impróprias, sem infra-estrutura básica e sujeitas a deslizamento de terras e a inundações, como as da região norte de Barão Geraldo, próximas às Chácaras Piracambaia e do Vale das Garças.

"Como a região de Barão é cortada por rodovias que têm tráfego intenso, além de concentrar universidades e centros médicos, ainda foram relatados trechos conflitantes de trânsito, principalmente entre pedestres e veículos, o que também constitui fator de risco", diz Marilis.

O rio. O geógrafo Salvador Carpi Júnior, do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), informa que a bacia do Ribeirão das Anhumas tem especial importância para a comunidade de Campinas porque este curso d´água e seus contribuintes cortam uma extensa área do município, atingindo 150 km quadrados, sendo 50% de área urbanizada, e abrigando uma população de 285 mil pessoas.

Segundo Salvador, o Ribeirão das Anhumas é formado basicamente pelos seguintes cursos d´água: córrego Mato Dentro (nasce no Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim), ou córrego da Brandina (mais à frente); córrego Proença (avenida Norte Sul); córrego do Tanquinho (avenida Anchieta); córrego Serafim (avenida Orosimbo Maia); córrego formador da Lagoa do Taquaral (bairros Taquaral, Jardim Conceição e outros); córrego São Quirino (Parque Imperador e área próxima ao Shopping Galeria) e, ainda, em Barão Geraldo, pelo Ribeirão das Pedras (desde imediações do Shopping Parque Dom Pedro), córrego do Quilombo (Mata Santa Genebra e Novo Real Parque) e finalmente, ao norte de Barão Geraldo, córrego da Fazenda Monte D´Este.

"Além disso, precisamos considerar que o Anhumas despeja suas águas no Atibaia, manancial importante da região, formador da bacia do Rio Piracicaba, que abastece municípios vizinhos e populações ribeirinhas", diz Salvador.

Por isso, a expectativa da comissão organizadora é que a reunião pública conte com ampla participação, para que todos, comunidade, pesquisadores e poder público, possam, reconhecendo os problemas, se articularem, de forma organizada, estabelecendo encaminhamentos que resultem em medidas preventivas e corretivas.

O projeto. O Projeto Anhumas é desenvolvido por meio da parceria entre Prefeitura de Campinas, representada nesta etapa principalmente pelas Secretarias Municipais de Saúde e de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, pela Unicamp, através do Instituto de Geociências, e pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), com financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O projeto conta, ainda, com apoio do Instituto Florestal, da Universidade São Marcos – campus de Paulínia – e da Universidade Nacional de Brasília (UNB), além de diversas entidades representativas da sociedade civil de Barão Geraldo e de ONGs.

Para conhecer mais sobre o Projeto Anhumas, as pessoas podem acessar o endereço www.iac.sp.gov.br/PROJETOANHUMAS/index.html na Internet.

Denize Assis

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