O
município de Campinas, por meio do Projeto Anhumas,
promove neste sábado, 15 de outubro, reunião pública
para compartilhar com a comunidade os resultados do
levantamento dos riscos ambientais da baixa bacia do
Ribeirão das Anhumas e apontar perspectivas de
intervenções com medidas preventivas e corretivas
para enfrentamento dos problemas relatados. O evento
acontece das 8h30 às 14h, na Fundação Síndrome de
Down, na rua José Antônio Marinho, 430, em Barão
Geraldo.
A
expectativa da comissão organizadora é que a reunião
conte com ampla participação de representantes do
poder público, comunidade acadêmica, Organizações
Não-Governamentais (ONGs), lideranças comunitárias,
movimentos sociais e sociedade civil em geral. O
evento é aberto ao público e não é necessário se
inscrever antes.
"O
objetivo da reunião é dar retorno às pessoas
envolvidas no projeto, ampliando para a comunidade as
evidências de riscos da baixa bacia do Anhumas,
sistematizados em temáticas sociais e ambientais,
apontados no levantamento. Além disso, apontar novos
encaminhamentos e fortalecer as iniciativas já
existentes", afirma o médico sanitarista Carlos
Eduardo Cantúsio Abrahão, coordenador da Saúde
Ambiental de Campinas.
No
levantamento foram detectados locais de grande
vulnerabilidade, como as áreas de risco à saúde
dentro de Barão Geraldo, agressões ao ambiente,
emissão de poluentes, acúmulo de resíduos, criação
de animais, águas contaminadas e poluição do ar.
Também
foram identificados, segundo Marilis Busto Tognoli,
arquiteta e urbanista da Secretaria Municipal de
Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente,
locais considerados de vulnerabilidade social, como
aqueles em que populações estão assentadas em áreas
impróprias, sem infra-estrutura básica e sujeitas a
deslizamento de terras e a inundações, como as da
região norte de Barão Geraldo, próximas às Chácaras
Piracambaia e do Vale das Garças.
"Como
a região de Barão é cortada por rodovias que têm
tráfego intenso, além de concentrar universidades e
centros médicos, ainda foram relatados trechos
conflitantes de trânsito, principalmente entre
pedestres e veículos, o que também constitui fator
de risco", diz Marilis.
O
rio.
O geógrafo Salvador Carpi Júnior, do Instituto de
Geociências da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), informa que a bacia do Ribeirão das
Anhumas tem especial importância para a comunidade de
Campinas porque este curso d´água e seus
contribuintes cortam uma extensa área do município,
atingindo 150 km quadrados, sendo 50% de área
urbanizada, e abrigando uma população de 285 mil
pessoas.
Segundo
Salvador, o Ribeirão das Anhumas é formado
basicamente pelos seguintes cursos d´água: córrego
Mato Dentro (nasce no Parque Ecológico Monsenhor Emílio
José Salim), ou córrego da Brandina (mais à
frente); córrego Proença (avenida Norte Sul); córrego
do Tanquinho (avenida Anchieta); córrego Serafim
(avenida Orosimbo Maia); córrego formador da Lagoa do
Taquaral (bairros Taquaral, Jardim Conceição e
outros); córrego São Quirino (Parque Imperador e área
próxima ao Shopping Galeria) e, ainda, em Barão
Geraldo, pelo Ribeirão das Pedras (desde imediações
do Shopping Parque Dom Pedro), córrego do Quilombo
(Mata Santa Genebra e Novo Real Parque) e finalmente,
ao norte de Barão Geraldo, córrego da Fazenda Monte
D´Este.
"Além
disso, precisamos considerar que o Anhumas despeja
suas águas no Atibaia, manancial importante da região,
formador da bacia do Rio Piracicaba, que abastece
municípios vizinhos e populações ribeirinhas",
diz Salvador.
Por
isso, a expectativa da comissão organizadora é que a
reunião pública conte com ampla participação, para
que todos, comunidade, pesquisadores e poder público,
possam, reconhecendo os problemas, se articularem, de
forma organizada, estabelecendo encaminhamentos que
resultem em medidas preventivas e corretivas.
O
projeto.
O Projeto Anhumas é desenvolvido por meio da parceria
entre Prefeitura de Campinas, representada nesta etapa
principalmente pelas Secretarias Municipais de Saúde
e de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio
Ambiente, pela Unicamp, através do Instituto de Geociências,
e pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), com
financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do
Estado de São Paulo (Fapesp).
O
projeto conta, ainda, com apoio do Instituto
Florestal, da Universidade São Marcos – campus de
Paulínia – e da Universidade Nacional de Brasília
(UNB), além de diversas entidades representativas da
sociedade civil de Barão Geraldo e de ONGs.
Para
conhecer mais sobre o Projeto Anhumas, as pessoas
podem acessar o endereço www.iac.sp.gov.br/PROJETOANHUMAS/index.html
na Internet.
Denize
Assis