A
Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta
quinta-feira, 20 de outubro, que 14.624 cães e 1.592
gatos foram vacinados na Região Leste nos dias 8 e 9
deste mês, na quinta e última etapa da Campanha
contra a Raiva Animal. A meta era atingir pelo menos
17,5 mil animais. No entanto, segundo a Vigilância em
Saúde (Visa), ainda faltam dados para serem
computados, já que as equipes vão promover um
repasse nos locais em que a vacinação ficou abaixo
da expectativa.
A
Campanha de Vacinação contra a Raiva de Gatos e Cães
de 2005 começou na Região Sudoeste, nos dias 3 e 4
de setembro, com a imunização de 21,3 mil cães e
1,6 mil gatos. A segunda etapa ocorreu na Norte, em 10
e 11 de setembro, com vacinação de 15 mil cães e
1,5 mil gatos. Em seguida, nos dias 17 e 18 de
setembro, a campanha ocorreu na Noroeste, tendo
atingido 19,4 mil cães e 1,49 mil gatos. A penúltima
etapa aconteceu na Sul, nos 24 e 25 de setembro, onde
foram vacinados mais de 31 mil cães e 3 mil gatos. Os
balanços são preliminares e o resultado final será
divulgado no dia 27 deste mês.
A
Secretaria de Saúde informa que o Centro de Controle
de Zoonoses (CCZ) é posto permanente da vacinação
contra a raiva animal e que, portanto, as pessoas
podem e devem levar seus animais para tomarem a dose
na unidade em qualquer época do ano. O CCZ fica na
rua das Sapucaias, 115. Informações podem ser
obtidas pelos telefones 3245-2268 ou 3245-1219.
De
acordo com o médico veterinário Luiz Henrique
Martinelli Ramos, da Vigilância em Saúde (Visa)
Leste, a indicação é que todos os animais com mais
de dois meses, inclusive fêmeas prenhes ou no período
de amamentação e animais idosos sejam vacinados
anualmente. "A vacina não tem contra-indicações.
No caso de dúvidas, a pessoa pode esclarecê-las no
próprio CCZ", afirma.
Saiba
mais.
A raiva é uma doença que acomete mamíferos e que
pode ser transmitida aos homens, sendo portanto, uma
zoonose. É causada por um vírus mortal, tanto para
os homens quanto para os animais, e é uma das doenças
mais antigas da humanidade, com relatos de casos desde
o século 24 antes de Cristo.
A
principal forma de transmissão da raiva é pelo depósito
de saliva contendo o vírus rábico em pele ou mucosa
por meio de mordedura, arranhadura e lambedura. No
meio urbano, o principal transmissor da doença para o
homem é o cão – cerca de 80% dos casos -, seguido
do gato. O Brasil é o país com o maior número de
casos de raiva humana na América Latina.
Campinas.
Apesar de Campinas ser considerada como área de raiva
controlada – os últimos casos em humano e em cão
ocorreram no início da década de 80 -, o município
voltou a registrar casos em morcegos não hematófagos
em 1998, um caso em gato 99, e casos em herbívoros
– bois, cavalos entre outros – em 2000, na área
de Joaquim Egídeo, na Região Leste, tendo a doença
avançado, em 2001 e 2002, para outros bairros da
Leste, entre os quais o Carlos Gomes.
Com
um intenso trabalho que incluiu reforço nas estratégias
de vigilância epidemiológica, mapeamento das colônias
de morcegos hematófagos e ações de educação em saúde,
os casos em herbívoros cessaram e, a partir de 2003,
têm sido registradas ocorrências somente em morcegos
não hematófagos – frugívoros e insetívoros - em
áreas da Região Norte, como Barão Geraldo, e ainda
na Leste, no Centro da cidade.
Segundo
a Vigilância em Saúde da Prefeitura, a ocorrência
desta doença em animais de grande porte e em morcegos
não hematófagos aumenta o risco de este agravo
voltar a atingir humanos. Esta situação demanda um
intenso trabalho de vigilância epidemiológica, altas
coberturas vacinais de cães e gatos e ações de
educação em saúde e mobilização social. É com
esta diretriz que a Secretaria de Saúde realiza as
campanhas anuais de vacinação.
Denize
Assis